A realidade que estamos vivendo nos últimos dez anos em relação a essa cultura aqui no sul está tornando cada vez mais difícil desenvolver outras atividades. Há um aparato ideológico que despreza outras possibilidades. Não que outras culturas e outras produções como o caso do leite não sejam mais rentáveis, mas da forma como tudo se articula e se propagandeia, da forma com que a pesquisa se orienta, do poder imposto pela assistência técnica oferecido pelas próprias revendas, e com um esquema extremamente sofisticado de distribuição de insumos, fica difícil de reagirmos em busca de alternativas, de diversificação e de ousar falar em preservação do meio ambiente. Principalmente nesse momento em que a soja está a quase oitenta reais a saca.
E pior é que o governo através de seus instrumentos de pesquisa, extensão e crédito continuam como birutas; andando como a onda as leva. Agora mesmo recebo um boletim da Embrapa colocando como notícia de capa de que duas pesquisadoras regressaram do Japão com tecnologias para implementar linhas de pesquisas sobre a resistência das plantas ao stress hídrico. Pra variar, a cultura a ser pesquisada será de novo..a soja. Por que não o feijão, o arroz, ou outras culturas mais voltadas para a alimentação humana?
E em nome desse sojismo vai se intensificando as derrubadas de árvores, capoeiras e pequenas reboleiras de mata fundamentais para o refúgio de animais. São pequenas e grandes derrubadas. Refiro-me tão somente as pequenas. Aquelas que são feitas de maneiras sutis. Uma árvore hoje, um pedacinho de mata amanhã, uma empurradinha perto das sangas depois e assim a cobertura vegetal está se indo. Considerando que ente outras, a Embrapa tem haver com essa onda do sojismo, escrevi para a direção daquela entidade (Embrapa soja) cobrando ações em defesa da sustentabilidade e não só querer colocar afoitamente no mercado mais e mais variedades de soja e principalmente transgênica