Categories: Economia

As mudanças na diretoria do BC

Do Valor

Tombini terá que mudar pelo menos dois diretores

Claudia Safatle | De Brasília
25/11/2010 

O Palácio do Planalto vai enviar à mesa do Senado Federal, nos próximos dias, a mensagem presidencial com a indicação de Alexandre Tombini para o cargo de presidente do Banco Central. A intenção é que Tombini seja sabatinado e tenha seu nome aprovado ainda nesta legislatura. A Comissão de Assuntos Econômicos doSenado (CAE) deve marcar a sabatina para o dia 21 de dezembro e a posse de Tombini, embora o presidente do BC tenha status de ministro, só ocorrerá entre os dias 3 e 5 de janeiro. No dia 1º a presidente eleita, Dilma Roussef, toma posse e empossa seus demais ministros.

Da atual diretoria do BC, dois nomes já manifestaram há mais de um ano o desejo de solicitar a aposentadoria: Alvir Alberto Hoffmann, da Fiscalização e Gustavo do Valle, de Liquidações e Controle de Operações do Crédito Rural. Amigo de Tombini, porém, Gustavo do Valle está há 8 anos na diretoria de Liquidações e só deixará o BC depois de conversar com o novo presidente e ambos entrarem num acordo sobre o melhor momento para isso. Alvir tem mais de 40 anos de carreira no BC. Aldo Luiz Mendes, atual diretor de Política Monetária deverá ser deslocado para outro cargo ou substituído. É bastante provável que Tombini coloque alguém com experiência de mercado nessa área.

HenrHenrique Meirelles permanece no comando do BC até o fim do ano e presidirá a última reunião do Comitê de Política Monetárias (Copom), nos dias 7 e 8 de dezembro. Na noite de terça-feira ele esteve com a presidente eleita, Dilma Roussef, já ciente de que estaria fora não só do BC, mas do novo governo.

Meirelles sabia que não continuaria no BC quando houve a discussão, no âmbito da equipe de transição, sobre a possibilidade de ele permanecer ainda por uns 6 meses a 1 ano à frente da instituição. Ele não concordou com essa ideia por entender que não fazia sentido ser presidente da autoridade monetária por 6 meses. O convite a quem quer que fosse tinha que ter um caráter permanente.

No dia 8 de novembro, ele teria, inclusive, comunicado ao Banco de Compensações Internacionais (BIS), como membro do conselho da instituição, que a partir de 1º de janeiro já não mais seria presidente do BC. Um aviso que teve que ser feito, segundo fontes oficiais, por força do estatuto do BIS. Havia, contudo, a hipótese de ele ser indicado para um cargo de ministro no governo de Dilma, colocada desde março, quando desistiu de tentar ser o vice-presidente na chapa de Dilma. O que ocorreu nos últimos sete dias, com informações contraditórias sobre seu destino, nem ele sabe explicar. 

Luis Nassif

Luis Nassif

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