Categories: Economia

O fantasminha da inflação

Por Roberto São Paulo/SP

O IBRE-Instituto Brasileiro de Economia da FGV

O IPC-S de 31 de dezembro de 2008 apresentou variação de 0,52%1, taxa 0,09 ponto percentual (p.p.) abaixo da apurada com base na coleta encerrada em 22 de dezembro.

Com este resultado, o IPC-S fechou 2008 com alta de 6,07%, taxa superior a registrada em 2007, quando o índice fechou o ano com alta de 4,60%.

A principal contribuição para o recuo da taxa do índice, em relação à terceira semana de dezembro, partiu do grupo Alimentação, cuja taxa passou de 0,88% para 0,60%.

Nesta classe de despesa, os principais destaques foram: Hortaliças e Legumes (11,48% para 9,55%), doçantes: (0,37% para -1,14%) e Laticínios (0,66% para 0,25%).

Os grupos Habitação (0,44% para 0,36%), Educação, Leitura e Recreação (0,39% para 0,37%) e Vestuário (0,56% para 0,52%) também registraram recuos em suas taxas de variação, cujos principais destaques foram: Tarifa de Eletricidade Residencial (0,48% para 0,29%), Passeios e Férias (2,10% para 1,09%) e Calçados (-0,28% para -0,66%), respectivamente.

Em contrapartida, os grupos Transportes (0,57% para 0,72%) e Despesas Diversas (0,31% para 0,37%) apresentaram acréscimos em suas taxas de variação. Em cada uma destas classes de despesa, as maiores contribuições para este movimento partiram dos itens: Ônibus Urbano (0,65% para 0,99%) e Alimento para Animais Domésticos (-1,21% para 0,78%), nesta ordem.

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais repetiu a taxa registrada na última apuração, 0,71%. Os destaques em sentido ascendente e descendente foram: Artigos de Higiene e Cuidado Pessoal (1,07% para 1,21%) e Medicamentos em Geral (0,12% para -0,05%), respectivamente.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Ué, mas cadê a desgraceira
    Ué, mas cadê a desgraceira que a mídia anunciou para o quarto trimestre? Na Espanha aumentou o desemprego, caíram as vendas, especialmente de imóveis e automóveis (não é uma boa rima, nem uma solução...). Talvez nossos analistas estivessem falando de lá, ou da Inglaterra, ou dos EUA.
    No Brasil, nem a marolinha ainda chegou...

  • Não sou culto, nem
    Não sou culto, nem economista, no entanto gostaria de colocar em discussão uma teoria que me parece lógica. Sendo o Brasil um país econômicamente confiável, porque não trocarmos o pagamento de juros este ano (estimo 150 bilhões) por títulos do governo com vencimento para 10 anos a taxas compatíveis com o mercado atual mais um valor que possa motivar investidores e subsequentemente reduzir a Selic a uma taxa decente. Como isso se faria de forma negociável sem provocar danos ao mercado a liberação de parte desses recursos para projetos emergenciais nesta situação de crise utilizando legítimos fundos da União .

  • Creio que este é mais um
    Creio que este é mais um grande erro dos membros do COPOM na condução da política monetária, que está impedindo uma queda dos juros da Selic e colocando em sério risco o Brasil numa recessão.

    A menos que se consiga compesar a queda da demanda externa, não há mínima possibilidade de se retomar o mesmo nível de atividade do período anterior a quebra de uma importante instituição americana.

    Além disso se ocorrer qualquer recuperação na atividade econômica no Brasil por certo será por conta da liberação do compulsório e da medidas que permitiram aumentar a liquidez no sistema finaceiro do Brasil.

    O que permite regular qualquer eventual excesso via controle da liquidez, abrindo espaço para a redução dos juros da Selic.

    O certo é que decis]ao de manter os juros da Selic em 13,75% está na prática aumentando os juros reais praticados no Brasil e funcionando como um aperto monetário, justamente o que deveria ser evitado neste momento da crise econômica interncaional.

  • Do Video Globo.com

    Globo
    Do Video Globo.com

    Globo News Painel de 27/12/2008
    William Waack comanda debate sobre as previsões para a economia em 2009
    O economista da USP e ex-ministro Delfim Netto, o economista da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzo e o cientista político Bolivar Lamounier falam sobre o futuro da crise econômica.

    Em duas partes:

    http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM941689-7823-WILLIAM+WAACK+COMANDA+DEBATE+SOBRE+AS+PREVISOES+PARA+A+ECONOMIA+EM,00.html

    http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM941696-7823-A+POLITICA+E+A+ECONOMIA+DO+BRASIL+EM,00.html

  • Poderíamos demonstrar fatos e
    Poderíamos demonstrar fatos e dados para que o Copom revisse suas posições.
    Mas não adianta provar a verdade. Eles não estão nem aí para ela.

    Enquanto a nós, cidadãos de bem, em nosso vão esforço para tentar corrigir o que há de errado no país debatemos argumentos, eles simplesmente fecham os olhos e ouvidos.

    Vá lá, pra mim toda a matéria sobre inflaçãoe juros é em vão. Não bastam argumentos para o BC.
    Não se debate com calhordas.

  • Eles podem sempre falar: A
    Eles podem sempre falar: A inflação está sob controle porque o COPOM está atuando.

    Mas não é porque o índice está baixo que vai continuar assim.

    Como é que a economia brasileira fortemente dolarizada pode aguentar essa maxi-desvalorização do real sem refletir na inflação?

    É simples. No primeiro momento as empresas desovam o que tem a qualquer custo. Depois de se reestruturar virá a cacetada nos preços.

    O fim da âncora cambial refletirá nos preços, senão agora, em poucos meses. Só a recessão para evitar a subida dos preços.

  • Creio que o COPOM está
    Creio que o COPOM está atuando de maneira errada, provocou uma forte queda do dólar para controlar a inflação utilizando os juros da Selic extremamentte elevados, provocando vários efeitos colaterais.

    Creio que até 2006, o tamanho da dívida pública em relação ao PIB e o risco da renegociação da dívida pública exigiam um prrêmio de risco na rolagem da dívida pública no Brasil.

    A partir de 2007 o risco de renegociação da dívida pública foi definitivamente afastado e o tamanho da dívida pública já apresentava um importante recuo em relação ao PIB, mas o COPOM não eliminou completamente o prêmio pago na rolagem da dívida pública.

    Para reduzir us juros da Selic em um ambiente e de crescimento do PIB, seria necessário controlar o crescimento do crédito e da liquidez do sistema financeiro.

    O aumento do inflação no final de 2007 se deu em razão da subida dos preços internacionais, e a queda da inflação a partir de julho de 2008 se deu em função da queda dos preços internacionais, que não susteram a alta diante da queda da atividade econômica nos EUA e na zona do Euro.

  • Creio que os juros da Selic
    Creio que os juros da Selic estão demasiadamente elevados por um grande erro na condução da Política Monetária realizda pelo COPOM.

    O Brasil já tem condições para praticar juros da Selic na média dos juros internacionais, não há mais a mínima necessidade de o Brasil praticar juros da Selic de 1350 pontos acima dos juros americanos, a referência dos juros praticados no mercado internacional.

    O Brasil só não está praticando juros dentro da média dos juros internacionais por um grande erro do COPOM, que não tem aproveitados as várias oportunidades para adequar os juros da Selic as novas condições macroeconômicas do Brasil.

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