Coluna Econômica
Em abril de 2011, o Instituto Friedrich Ebert Stiftung convocou vários especialistas para traçar os cenários possíveis do país até 2020.
A metodologia consistia em identificar os principais fatores internos e externos determinantes do futuro. Depois, traçar cenários possíveis para cada um deles. Finalmente, definir três combinações possíveis, dependendo dos cenários propostos: 1) A terra do capitalismo selvagem; 2) o gigante com pés de barros e 3)rumo ao país do futuro.
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A partir das discussões registradas, o trabalho lista as dez condições para se ter desenvolvimento econômico socialmente justo e ambientalmente sustentável:
1. Inserção Internacional do Brasil
Projeção internacional da agenda interna brasileira.
2. Sistema Educacional Público com qualidade.
3. Desigualdade social, de gênero e de cor/raça.
Reconhecimento das desigualdades na agenda pública.
4. Estrutura Produtiva (setorial/regional).
Generalização da inovação tecnológica (setorial e regional)
5. Sustentabilidade Sócio-ambiental.
Medido pelo nível de emissão dos gases de efeito estufa.
6. Concentração de poder político e econômico.
Diz o trabalho: uma melhora na repartição funcional da renda e na estrutura fundiária apenas se viabiliza se houver mudanças na concentração da renda, da riqueza e do poder político.
7. Participação dos movimentos sociais.
8. Representatividade do Sistema Político.
Maior eficácia da democracia representativa
9. Condições de Habitabilidade.
O padrão habitacional nos grandes centros urbanos define as condições de habitabilidade das cidades brasileiras.
10. Segurança pública e sistema judiciário
O nível de promiscuidade entre o apare-lho de segurança publica/sistema judiciário e o setor privado define a qualidadeda segurança pública.
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Depois, os fatores exógenos ao modelo capazes de influenciar o futuro do país, foram denominados de Forças Motrizes:
1. Forças Sociais
Ascensão dos Movimentos Sociais ou Radicalização dos movimentos sociais
2. Forças políticas
Resultado Eleitoral 2010 (na época temia-se a radicalização imposta à campanha do candidato José Serra); coalizão de forças; reforma política; evolução da aliança PT-PMDB; alterações climáticas externas (influência das grandes tendências políticas mundiais no país.
3. Outros fatores.
Pluralidade da mídia; aumento/expansão das redes de narcotráfico; aumento da imigração; infra-estrutura deficiente; baixa expansão de energia; ritmo e padrão de uso do pré-sal
4. Projeto econômico.
Articulação Crédito+Tecnologia+Empresa; reforma tributária; capacidade da burocracia estatal
5. Política externa.
Coalizão de forças na América Latina; negociações do G20; quebra da economia chinesa; ritmo de demanda externa por minérios e alimentos; continuidade da crise mundial; pressões dos investimentos internacionais (mercado de carbono, olimpíada, transnacionais etc); intolerância; crescimento do racismo e da xenofobia no mundo.
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A mensagem de Ignacy Sachs
“O Brasil possui condições objetivas para entrar no caminho de um desenvolvimento socialmente inclusivo e ambientalmente sustentável, assim como desempenhar um papel político de liderança entre as terras de boa esperança. Entretanto, serão o processo político que decidirá se o Brasil irá aproveitar esta oportunidade e eu não tenho como prever este resultado” (Ignacy Sachs, 2009).
A mensagem de Helio Jaguaribe
“Ao entrar o século 21, o Brasil encontra-se tremendamente despreparado para enfrentar o novo século. Ingressa-se no século 21 sem ter sido capaz de superar seu renitente subdesenvolvimento (…) Embora grave está limitação não é fatal. Mas o país atingiu um nível suficiente para, ainda que retardariamente, alcançar esse antigo objetivo dentro de um par de décadas se adotar, consistentemente, as medidas para tal requerida”.
A Terra do Capitalismo Selvagem 1
O pior cenário traçado pelo trabalho: em 2020, o Brasil apenas se recupera de uma sucessão de crises internacionais, que levaram a um cenário de semi-estagnação e retorno da inflação aos dois dígitos. O desemprego situa-se a níveis elevados e os gastos sociais são comprimidos. Os movimentos sociais são crescentemente questionados pela mídia e não encontram espaço na agenda estatal.
A Terra do Capitalismo Selvagem 2
A inserção global se dá via produtos primários e o Brasil se transforma num fornecedor de recursos naturais a baixo custo econômico, com pequena capacidade de alavancar a expansão do mercado interno. A agricultura familiar é deslocada pelo avanço do agronegócio. As principais áreas urbanas convertem-se em territórios marcados pela guerra civil e pelo narcotráfico.
O Gigante com Pés de Barro – 1
Em 2020, o Brasil apresenta-se como economia dinâmica, baseada em commodities e do crescimento do mercado interno e regional. Isto permite atacar a pobreza absoluta e universalizar o acesso ao ensino básico. Afirma-se como potência geopolítica, ao nível regional, e adquire crescente protagonismo em assuntos globais. Em termos sociais, a marca continua a desigualdade de renda.
O Gigante com Pés de Barro – 2
que ademais compromete a expressão da diversidade e da crescente pluralidade das manifestações culturais.
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