Vencimento de opções afeta bolsa, que fecha em queda de 0,32%

Jornal GGN – A bolsa brasileira começou a semana em queda, muito por conta da agenda esvaziada de indicadores. O vencimento de opções sobre as ações chegou a mexer com o volume negociado no dia, mas o movimento predominante foi de queda.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou a segunda-feira em queda de 0,32%, aos 54.629 pontos e com um volume negociado de R$ 8,559 bilhões. No mês, o índice acumula ganho de 6,62% e, no ano, avanço de 6,06%.

O destaque do dia ficou com o exercício de contratos de opções sobre ações, que movimentou um total de R$ 3,1 bilhões no segmento Bovespa, dos quais R$ 2,3 bilhões em opções de compra e R$ 821,4 milhões em opções de venda. O exercício foi o fio condutor dos negócios, e muitos investidores que não foram exercidos foram ao mercado devolver o papel.

Ao mesmo tempo, o mercado acompanhou o anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de medidas de estímulo ao mercado de capitais, viabilizando o acesso de empresas de médio porte. A isenção de Imposto de Renda sobre ganho de capital, que hoje está em 15%, é uma das ações previstas até 2023. A medida é válida para empresas com valor de mercado inferior a R$ 700 milhões. “Queremos permitir a expansão dessas empresas no Brasil”, declarou, segundo informações da Agência Brasil.

A outra medida foi criação de um grupo de trabalho, formado pelo governo e pela Bovespa, para apresentar em 90 dias uma proposta de facilitar o recolhimento de Imposto de Renda. Segundo o ministro, os incentivos serão detalhados em medida provisória que deve ser publicada em até duas semanas. Mantega anunciou também a prorrogação para 31 de dezembro de 2020 dos incentivos tributários para emissão de debêntures de infraestrutura.

Quanto ao câmbio, a cotação fechou em alta de 0,27% no balcão, a R$ 2,2360. Segundo informações do serviço Broadcast da Agência Estado, a cotação da divisa norte-americana manteve-se em alta ante durante a maior parte do dia, muito por conta da movimentação no setor externo, uma vez que o acirramento das tensões no Iraque e a possibilidade de os EUA intervirem na região abriram espaço para a busca de ativos mais seguros, como a moeda americana.

O clima de cautela também se deve às expectativas com a reunião de dois dias do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, que começa nesta terça-feira (17). Os agentes buscam alguma sinalização sobre o início do ciclo de ajuste dos juros no país. As constantes intervenções do Banco Central brasileiro no mercado também ajudaram a conter as oscilações na cotação.

Devido ao jogo do Brasil pela Copa do Mundo, tanto o mercado de câmbio como a bolsa vão operar em horários diferenciados. As negociações com o câmbio vão funcionar das 9h às 13h. As casas de câmbio podem escolher se operam ou não além deste horário, mas as transações só poderão ser registradas no dia seguinte no BC. Já a Bovespa vai funcionar das 10h às 13h30, sem after-market.

Já a agenda macroeconômica terá poucos dados, e está toda concentrada no exterior, como o índice de preços ao consumidor (CPI), concessão de alvarás e novas construções residenciais nos Estados Unidos; e o índice de expectativas na economia da zona do euro.