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No lugar de Halloween, associação aposta no dia do saci

Do Centro de Referências em Educação Integral

O dia 31 de outubro sempre foi motivo de incômodo para um grupo de amigos. Isso porque a data dá espaço a uma festa norte-americana, o Halloween, e seus personagens nada brasileiros: bruxas, abóboras enfeitadas, zumbis e outros. A inquietação era justamente: por que não comemorar o dia tendo em vista o folclore nacional e seus inúmeros personagens míticos, como saci, curupira, boto e tantas outras lendas regionais?

O local escolhido para depositar a dúvida foi São Luís do Paraitinga, pequena cidade do interior de São Paulo, e ponto de muitas lendas regionais. E como locais de observação, as escolas. Foram algumas visitas em unidades urbanas e rurais e a constatação de que, por mais simples que fossem as instalações, a equipe pedagógica reservava um momento para comemorar o Halloween, ou o Dia das Bruxas, como diziam as crianças.

Era o cenário ideal para o início de um movimento, inicialmente tímido, que tinha como ideia central, valorizar a cultura brasileira a partir do Saci e de outros símbolos do folclore. Era julho de 2003. O que começou entre um movimento de amigos – autodenominados saciólogos ou observadores de sacis – ganhou, em setembro do mesmo ano, o apoio da Prefeitura de São Luís do Paraitinga e a cessão da praça local como palco do primeiro evento público: “O Grito do Saci”, em alusão ao Grito da Independência, comemorado no mesmo mês.

Crianças em oficina da sociedade. Crédito: Sosaci

Aberto ao público, o evento contou com a participação das escolas e da comunidade e com o apoio da imprensa local e também paulistana – canal alcançado graças a um dos mobilizadores, na época, jornalista do Estado de São Paulo. A repercussão do movimento levou à realização de uma nova festa dia 31 de outubro: a Festa do Saci, com maior envolvimento da comunidade local e escolar. A Sociedade de Observadores de Saci – Sosaci -,  de fato se constituía.

As intervenções da Associação sempre trazem uma gincana para envolver os alunos em brincadeiras tradicionais que resgatam os hábitos locais e que, sobretudo, tem como objetivo favorecer o envolvimento das crianças e escolas com o território. Também há música e roda de debate em que os organizadores falam não só sobre o folclore e seus personagens, mas sobre a cultura brasileira de maneira geral, e possíveis políticas públicas que poderiam favorecer o aparato cultural nacional.

Leia mais sobre esta experiência aqui.

Redação

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