Jaime Amorim, militante histórico do MST, é detido após panfletar Brasil de Fato

Defensor de Bolsonaro chegou a puxar uma arma durante a distribuição pacifica do jornal / Darliton Silva

do Brasil de Fato

Jaime Amorim, militante histórico do MST, é detido após panfletar Brasil de Fato

Jaime Amorim estava em Caruaru (PE) e foi atacado por apoiadores do Bolsonaro neste sábado (27)

Juca Guimarães

Brasil de Fato | São Paulo (SP)

O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jaime Amorim, foi detido pela Polícia Militar no centro de Caruaru (PE) durante uma panfletagem do jornal Brasil de Fato no final da manhã deste sábado (27).

Segundo informações de pessoas que estavam no local, durante a panfletagem houve ameaças e agressões por parte de eleitores do candidato Jair Bolsonaro (PSL). 

Francisco Terto, da direção estadual do MST em Pernambuco, conta que um grupo de apoiadores do Bolsonaro iniciou o tumulto. “Tinha um grupo ligado ao ‘Coiso’ [Jair Bolsonaro] que estava vindo à paisana. Dois militares em uma moto e um dos nossos companheiros estava fazendo a entrega do material. Eles não estavam identificados e começaram a falar palavras de baixo calão. A partir daí a gente foi tentar falar com eles sobre o risco que corria o nosso país. E eles começaram a fazer um processo muito violento e desceram da moto”, conta.

Após a ameaça, um dos apoiadores de Bolsonaro se apresentou como um policial que não estava em serviço, e sacou uma arma direcionando-a para os militantes que estavam na atividade no centro da cidade. Jaime Amorim foi xingado e levou um soco no rosto. Um jovem de 17 anos que estava participando da distribuição do jornal também acabou ferido sem gravidade. A confusão terminou com a chegada da polícia e os dois foram para delegacia.

Segundo nota do MST, estão tentando enquadrar a panfletagem de Amorim como crime eleitoral para mantê-lo preso. 

Porém, segundo o advogado Patrick Mariano, não existe nada de ilegal na distribuição de um jornal na véspera das eleições. Mesmo que fosse material de campanha, não seria crime.

“Não há nenhuma ilegalidade ou forma de enquadrar como crime eleitoral. Até as 22h de hoje é permitida a campanha”, disse o advogado. 

Amorim foi levado para o quarto batalhão da Polícia Militar de Caruaru. Ele aproveitou para reforçar a importância da militância até o último minuto.

“Por enquanto está tudo tranquilo e a gente vai sair. O mais importante é que não podemos perder nenhum minuto. É disputar voto a voto”, disse.

Edição: Luiz Felipe Albuquerque

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Advogando para o diabo

    Houve até puxada de arma na abordagem dos descontentes.

    E que não se dê publicidade para o fato, que logo figurará como fakenews.

    Ademais, foi uma "puxada de arma pacífica".

    Soco na cara,  intimidação, isso é intriga dos petralhas.

    Um B.O. padrão, igual o da menina da suástica.

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