Pior do que o caso do tráfico de cocaína em avião da FAB, foi o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pretender ensinar a Alemanha sobre energia renovável.
A refundação do Brasil, segundo Luis Roberto Barroso, deu nisso. Nos fóruns internacionais, para debater com estadistas do porte de Angela Merkel, o Brasil é representado pelo baixíssimo clero Jair Bolsonaro.
Provocado sobre a declaração de Merkel, sobre a desatenção do seu governo com o meio ambiente, Bolsonaro afirmou que “o Brasil é que tem que dar exemplos para a Alemanha sobre o meio ambiente (…) Eles têm muito a aprender conosco”.
Ora, a tradição brasileira de energia renovável é um trabalho de gerações, que passou pela instalação do parque hidrelétrico, pelas leis de proteção ao meio ambiente, pelo modelo elétrico pós 2008, com a ampliação dos leilões de energia renovável.
Seria o caso de o governo Bolsonaro aprender com o Brasil. Mas o que tem sido feito é o desmonte de todo esse sistema, das leis de proteção ambiental, da regulação dos ecossistemas, das ameaças às reservas florestais e à própria Amazônia.
O que se tem, portanto, é um país sustentável sendo destruido versus um país das primeiras revoluções industriais construindo seu sistema de energia renovável.
O caso alemão é um exemplo para qualquer país do mundo comandados por governantes minimamente racionais.
Sugere-se a esses gênios do Twitter a leitura do trabalho “Análise da Política Energética na Alemanha do século 19 ao 21”, de Léo Metello Castro, sob orientação do professor Nivalde José de Castro.
Diz ele:
A Alemanha se destaca por ser uma das principais potências mundiais, contando com um elevado consumo energético. Com isso, o processo inovador que vem ocorrendo no país ganha ainda mais destaque, sendo um processo complexo, mas que vem sendo conduzido com um aparente êxito.
(…) Outro ponto que motivou essa postura foi a questão ambiental. O consumo de combustíveis fósseis é um dos principais emissores de dióxido de carbono, uma das principais causas para o Efeito Estufa. Esse combate já é realizado com seriedade pelo governo desde a década de 90.
(…) O Energiewende se trata de uma política integrada que abrange todos os mais diversos setores da economia. É impulsionado por quatro objetivos principais: combater as mudanças climáticas (através da redução das emissões de CO₂), eliminar a energia nuclear, melhorar a segurança energética (através da redução das importações de combustíveis fósseis) e garantir competitividade e crescimento (através de políticas industriais visando desenvolvimento tecnológico, industrial e de emprego) (Agora, 2015).
E as medidas recentes:
Aqui, a íntegra do trabalho, que certamente jamais será lido pelo governo Bolsonaro, por ultrapassar o número de toques do Twitter. LMCastro
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