Juros interrompem quatro meses de redução, aponta Anefac

 

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgou a Pesquisa de Juros do mês de abril, evidenciando ligeiro aumento nas taxas para pessoa física, o que interrompe quatro meses consecutivos de queda. Para pessoa jurídica as taxas ficaram inalteradas. O coordenador de estudos econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, evidenciou que “estas elevações podem ser atribuídas à elevação da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central em abril”, destacando ainda que tal fato já havia sido informado na pesquisa anterior.

Na pesquisa com as seis linhas de crédito para pessoa física, o cheque especial sofreu ligeira redução, cartão de crédito manteve-se no mesmo nível e juros do comércio, CDC-bancos, financiamento de automóveis e empréstimo pessoal (bancos e financeiras) apresentaram aumento. A taxa de juros média geral apresentou elevação de 0,03% no mês e 0,64% ao ano, passando de 5,40% ao mês (87,97% ano), em março, para 5,43% (88,61% ao ano), em abril de 2013. Esta é a maior taxa desde dezembro de 2012.

Pessoa jurídica, nas três linhas de crédito pesquisadas, duas sofreram redução (capital de giro e desconto de duplicatas) e uma, elevação (conta garantida). A taxa de juros média apresentou redução zero em doze meses, mantendo-se em 3,06% ao mês e 43,58% ao ano, em abril, ainda a menor taxa de juros da série histórica.

JUROS X SELIC

Considerando as reduções da taxa Selic, promovidas pelo Banco Central a partir de julho de 2011, até a última reunião, de 5,50 pontos percentuais (ou 40%) de 12,50% ao ano, em julho de 2011, para 7,50 % ao ano, em abril de 2013, refletiu na taxa de juros média para pessoa física, neste período, com redução de 32,60 pontos percentuais (ou 26,90%), passando de 121,21% ao ano, em julho de 2011, para 43,58% ao ano, na pesquisa de abril. No caso de pessoa jurídica, o crédito apresentou redução de 17,45 pontos percentuais (ou redução de 28,59%), saindo de 61,03% ao ano, para 43,58% ao ano, na comparação entre julho de 2011 e abril de 2013.

Com os atuais indicadores de inflação pressionando, e também pelo fato do índice oficial da inflação ter ultrapassado, neste mês, o teto da meta do Banco Central, a Anefac entende que, nos próximos meses, deverá ocorrer novas elevações na taxa básica de juros, a Selic, nas próximas reuniões do Copom. Assim, é provável que as taxas de juros das operações de crédito voltem a subir nos próximos meses, interrompendo o ritmo de reduções dos últimos quatro meses.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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