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Campeão da truculência urbana

As cidades necessitam se defender contra alarmes instalados em veículos e empresas.

Uma das manifestações mais doentias da vida nas cidades acontece quando as pessoas, ou mesmo uma montadora, equipam um automóvel com alarme cuja finalidade é disparar se for invadido. A mesma conclusão vale para os que instalam esses equipamentos em estabelecimentos comerciais.

O objetivo é chamar a atenção das pessoas que estão por perto, circulando ou até descansando em suas residências e, com isso, assustar um possível delinquente. Não há quem não tenha tido a experiência desagradável de ter escutado um alarme tocar por horas seguidas, provavelmente porque o dono do veículo está jantando em um restaurante, foi a uma festa, casa noturna ou ao cinema e alguém tentou furtá-lo ou então porque,  por falha técnica,  a alarme disparou sem que nada tenha acontecido de estranho. No caso de estabelecimentos comerciais, o proprietário só o desligará quando chegar, no dia seguinte, ou até na segunda, se ele disparar em um fim de semana.

Quando isso acontece à noite, os moradores de uma região, às vezes centenas, têm que ficar acordados até que o equipamento seja desligado, o que é de uma estupidez e violência inadmissíveis. Pedir a intervenção de um órgão público é quase impossível. Um guincho para levar o veículo pode demorar mais do que a duração da bateria que energiza o alarme. Estabelecimentos comerciais não podem ser removidos.

Justo, pois, que a sociedade se defenda; que os que a incomodam a esse ponto respondam pelo risco e dano.

Uma das soluções pode ser a aprovação de uma lei que dê aos moradores incomodados o direito de forçar a abertura do veículo ou estabelecimentos e desligar o alarme ou se não o encontrarem, a bateria que o alimenta. Outra, que no mínimo obrigaria as pessoas a procurarem por alarmes de melhor qualidade, por ser uma multa elevada (sugestão de projeto de lei que passamos ao vereador Nabil Bonduki, de São Paulo; esperamos que demais cidades sigam o exemplo se aprovado). Uma terceira seria proibir definitivamente o equipamento.

O que não se pode é permitir que alguém proteja seu patrimônio tornando insuportável a vida de outras pessoas.

Redação

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