Ainda sobre a gestão mineira

Por Darci Prado

Prezado Luís Nassif

Fui o responsável pela frente Gerenciamento de Projetos (GP) pelo INDG junto ao governo Aécio Neves em seus três primeiros anos. Li o texto do Filipe em seu blog e confesso que fiquei estupefato. É verdade que a frente de GP gastou algum tempo para mostrar resultados, tais como obras acabadas (hospitais, escolas, estradas, presídios, saneamento, eletrificação, etc.), o que é natural pela duração de tais empreendimentos. Mas o acompanhamento era rigoroso e se conhecia, a cada momento, o real andamento de cada projeto. Participei de diversas reuniões periódicas que o Governador Aécio realizava com a presença de Secretários (inclusive membros da SEPLAG, de onde os projetos eram gerenciados), Gerentes Executivos de Projetos e patrocinadores e em que se apresentavam o andamento dos projetos. Sempre me impressionou a forte presença do governador nestas reuniões imprimindo nas mesmas um clima de seriedade, comprometimento e dinamismo. Então, sob meu ponto de vista, acho distanciada da verdade esta afirmativa do Filipe: Presenciei um total distanciamento do governador na execução das políticas de estado. Quanto à afirmativa do Filipe Durante o tempo em que estive lá presenciei uma única reunião de resultados com o governador isto se deu pelo fato de que ele não tinha posição de liderança para participar de tais reuniões e, então, não era convocado. Também não sei ao que o Filipe se refere quando diz que com Como costumávamos dizer, passamos o baton no porco. Posso garantir que não existia mascaramento da situação real em gerenciamento de projetos. Houve inclusive uma auditoria, a mando dos patrocinadores e prevista na negociação, para validar se o que existia no papel correspondia ao andamento real dos projetos e se estava realmente sendo transferida a cultura de GP do INDG para membros do Gov MG. Ou seja, sempre existiu em nosso trabalho um ambiente de seriedade, honestidade, transparência e parceria.

É verdade que houve alguma dificuldade inicial para se implementar a cultura de gerenciamento de projetos no governo e algum dos responsáveis por Projetos Estruturadores foram substituídos. Isto é normal visto que o assunto GP é complexo e tais fatos ocorrem também em outras organizações. Mas o assunto deslanchou enormemente e tornou o governo de Minas Gerais uma referência no Brasil e também no exterior.

Finalizando, reforço minha opinião de que o depoimento do Filipe me pareceu bastante dissociado da realidade que ele viveu em sua permanência no Gov. MG. Sua afirmativa Neste tempo em que estive lá, quase nada saía do papel demonstra um esquecimento de que projetos no governo necessitam de um tempo para planejamento e aprovações pela Assembléia (caso ele estiver fazendo referência aos projetos). Apesar de que a frente de GP tenha mostrado poucos resultados acabados no período em que ele lá esteve (o que era normal), ele pôde presenciar o início de muitas obras. Por outro lado, as frentes de Despesas e Receitas foram muito bem sucedidas e contribuíram para zerar o déficit do estado naquele mesmo período.