Internacional

“Senhor Biden, lhe responsabilizo pela morte de minha mãe”

“Minha amada mãe faleceu em 1º de dezembro de 2023. Responsabilizo o presidente Joe Biden pela perda extremamente trágica de minha família”. Assim começa o artigo de Hassan El-Nabih, um educador palestino que perdeu sua mãe em meio aos ataques israelenses em andamento desde 07 de outubro na Faixa de Gaza.

Como explica em texto publicado no site Mondoweiss, sua mãe passou por uma cirurgia no Hospital Al-Wafaa em setembro de 2023, e estava em processo de recuperação em casa.

Contudo, Israel começou seus ataques contra Gaza em outubro. “Minha própria casa, junto com muitas outras na vizinhança, foi atacada e reduzida a escombros; consequentemente, transferi a minha mãe para a casa do meu irmão Eiad e procurei refúgio para a minha família (…) Embora fosse arriscado nos deslocarmos, ainda assim conseguimos visitar minha mãe em sua nova casa”, explica o acadêmico.

As condições de Gaza pioraram conforme Israel ampliava seus ataques, que passaram a atingir hospitais e centros de saúde, além do bloqueio de recursos que levaram setores econômicos a colapsarem. No caso de El-Nabih, ele viu o estado de sua mãe piorar de forma acentuada por falta de acesso à medicação nas farmácias.

“Conseguimos chamar um médico especialista para examinar minha mãe; ele disse que ela precisava urgentemente de cuidados hospitalares intensivos. Como todos os hospitais e centros de saúde em Gaza ficaram fora de serviço, ficámos completamente desamparados”, lembra o professor.

“Na manhã de 1 de dezembro de 2023, o bairro do meu irmão foi alvo de pesados bombardeamentos israelitas, causando graves danos à sua casa. Por volta das 8h30, ele ligou e chorou amargamente com a notícia mais devastadora que já ouvi: “Nossa mãe acaba de falecer!”’, diz El-Babih.

Participação norte-americana na morte da mãe

Hassan El-Nabih não só culpa Biden pela morte de sua mãe, como lista uma série de pontos históricos e políticos envolvendo a aliança norte-americana com Israel e seu consequente impacto na vida dos palestinos.

“Você (Biden) forneceu descaradamente todo o apoio político do governo americano a Israel desde o primeiro dia em que lançou a sua guerra brutal contra Gaza. Inquestionavelmente, adoptou a narrativa israelita dos acontecimentos, que se revelou repleta de mentiras descaradas”, afirma o palestino.

“Por outro lado, ignorou deliberadamente o sofrimento contínuo dos palestinos ao longo dos últimos 76 anos. É escandaloso que tenha tido uma atitude de dois pesos e duas medidas em relação aos palestinos e aos ucranianos ocupados”, pontua.

El-Nabih cita ainda o “apoio militar inabalável” dado pelos Estados Unidos a Israel com a cessão de armamento, tanques e aviões para o país, lembrando inclusive do uso de armamento norte-americano na morte de milhares de palestinos.

“O fato de ter apoiado a guerra de Israel contra Gaza é legalmente reconhecido como uma cumplicidade com Israel nas suas violações implacáveis dos direitos humanos e das leis internacionais”, disse o acadêmico.

“Você (Biden) comemorou seu 81º aniversário em novembro de 2023; feliz Aniversário. A celebração decorreu alegremente enquanto muitos palestinos lamentavam a morte dos seus queridos familiares e amigos, vítimas dos massacres de Israel em Gaza”, lembra El-Nabin, que encerra seu texto pedindo que Biden interrompa sua cumplicidade com Israel ao obrigar os israelenses a respeitar as leis dos Direitos Humanos e as resoluções estabelecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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