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As críticas a Tickets For Fun

Por hugo

Leu o desabafo, indignado (e engraçado) do Flavio Gomes contra a Tickets For Fun?

Do Blog do Fávio Gomes

Tickets for Fuck SÃO PAULO (gente ridícula) – O que seguem são apenas fatos.

1) No dia 27 de junho, comprei pela internet no site da Tickets For Fun quatro ingressos para o espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, para o dia 1º de outubro. Paguei R$ 951,00, incluindo R$ 156,00 de “taxa de conveniência” e R$ 15,00 de taxa de entrega.

2) No meu cadastro no site da empresa constam o endereço para entrega e o meu telefone.

3) A empresa não informa quando vai entregar os ingressos. Em tese, até a véspera do espetáculo eles podem ser entregues na minha casa.

4) Moro em apartamento e, evidentemente, não passo 24 horas por dia dentro dele. Evidentemente não posso programar minha vida para ficar 24 horas por dia em casa até receber os ingressos, que podem ser entregues, no limite, até o dia 30 de setembro. Ou seja, três meses depois de efetivada a compra.

5) Terça-feira, dia 12, liga o zelador do meu prédio no meu celular e diz, nervoso, que foram uns caras entregar um envelope. De manhã. Ele assina o protocolo de recebimento, mas rapidamente os entregadores recolhem o envelope e dizem que não podem deixar com o zelador, porque “a central não autorizou”. E vão embora. Tranquilizo o zelador e digo que vou resolver a questão.

6) Terça-feira, dia 12, sem conseguir encontrar um telefone sequer no site da empresa, acho uma área para reclamações e envio a seguinte mensagem:

De: flaviog@warmup.com.br [flaviog@warmup.com.br]
Enviada em: terça-feira, 12 de julho de 2011 às 15:11
Assunto: Customer Query – Reclamação – PROTOCOLO: #162816

Amigos,

Hoje foram entregar meus ingressos p/ o Cirque du Soleil no meu prédio. Eu não estava, claro, porque trabalho. O zelador está autorizado a receber qualquer coisa e nunca tive problema algum. Pois bem. Os entregadores fizeram-no assinar o recebimento e logo depois foram embora, segundo ele “rapidamente”, alegando que “a central” não autorizou a entrega. Ele me telefonou desesperado com o episódio, e até assustado. Trabalha no prédio há 32 anos.

Portanto, temos uma situação complicada. Uma assinatura atestando a entrega e os ingressos que não foram entregues.

Como proceder? Naturalmente não posso ficar todos os dias na minha casa esperando a entrega dos ingressos, que não tem dia/hora marcada. Se fosse assim, estaria imobilizado em casa no horário comercial há algumas semanas, desde o dia em que fiz a compra pela internet, no final de junho. Para isso existem os funcionários dos edifícios, que recebem correspondência e entregas em nome de seus moradores.

Tentei achar um telefone de vocês e não encontrei nenhum, naturalmente. Meu nome é Flavio Gomes, sou jornalista da ESPN Brasil e trabalhei com xxx e com xxx(estou omitindo os nomes deliberadamente), que hoje estão aí com vocês. Podem falar com eles a meu respeito. O número da minha compra é 792187, 4 ingressos para o dia 1/10. A altíssima taxa de conveniência, de 156 reais, já está se mostrando inconveniente. Aguardo um contato urgente.

Obrigado

Flavio Gomes

7) Hoje, quinta-feira, 14 de julho, recebo a resposta:

Prezado Sr. Flavio,

Solicitamos que entre em contato com nosso SAC pelo telefone (11) 4003-6464, de segunda a sábado das 9h00 às 21h00, no qual nossas atendentes passarão todas as informações solicitadas.

Agradecemos seu contato.

Atenciosamente,
SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente Tickets For Fun
Telefone: 4003-6464
Site: www.ticketsforfun.com.br
E-mail: sac@t4f.com.br

8 ) Hoje, quinta-feira, às 17h48, ligo para o telefone indicado e sou atendido por Zenaide de Jesus Santana. Explico o ocorrido e ouço, como resposta: não tem mais jeito, seus ingressos terão de ser retirados na bilheteria. Argumento que isso não faz sentido, pois paguei pela entrega e quero receber os ingressos em casa. A atendente diz que não tem mais jeito. Eu digo que tem de ter jeito, faltam mais de dois meses para o espetáculo, quero receber os ingressos em casa. Ela diz que foram feitas quatro tentativas de entrega (nenhuma delas registrada no meu prédio) e que não tem mais jeito. Eu digo que tem de ter jeito, que é só entregar para o zelador. Ela diz que só eu estou autorizado a receber. Quem autorizou a me autorizar?, pergunto, e ela diz que só eu estou autorizado a receber, segundo o sistema. Eu digo que não me outorguei exclusividade nenhuma quando comprei, e peço para ela avisar ao sistema que autorizo qualquer um a receber no meu endereço. Ela diz que não tem mais jeito e que os ingressos só podem ser retirados na bilheteria. Eu insisto que quero receber em casa e pergunto quando foram feitas as tentativas. Ela informa que foram feitas no dia 5 às 16h, no dia 6 às 13h, no dia 8 às 16h22 e no dia 11 às 21h. Eu digo que é mentira. E que se eles têm meu telefone, deveriam ter me ligado na primeira tentativa, para resolver logo a questão. O sistema não permite que os entregadores telefonem para os compradores, ela diz. Eu começo a ficar nervoso e pergunto se ela acha que sou alguma espécie de débil mental. Ela diz que os ingressos têm de ser retirados na bilheteria. Eu digo que quero cancelar a compra. Ela diz que é impossível porque segundo o sistema eu só tinha sete dias para cancelar a compra. Aí ela diz: o senhor está ciente de que seus ingressos foram enviados para serem retirados na bilheteria? Eu digo que não, que meu sistema é incapaz de compreender aquela informação. Ela repete. Eu digo que do mesmo jeito que fizeram quatro tentativas de entregar os ingressos em casa, ela terá de fazer um milhão de tentativas para me informar que só posso retirar os ingressos na bilheteria, porque meu sistema interno não consegue compreender o que ela está dizendo. E ficamos incontáveis minutos nesse papo de doidos. Eu digo que a situação não tem cabimento, que nada daquilo faz sentido, que faltam mais de dois meses para o espetáculo, que ela que entre no bendito sistema dela e mande entregar os ingressos na minha casa. Ela diz que não tem jeito e que meus ingressos terão de ser retirados na bilheteria. E ficamos assim por quase uma hora, até que eu desisti.

O que segue agora são apenas opiniões.

O que é que está acontecendo com o mundo e com as pessoas? Que merda de empresa é essa cujo “sistema”, sempre ele, não pode ser acionado por gente de carne e osso? Que merda de empresa é essa que treina funcionários para se comportarem como robôs? Que merda de empresa é essa que determina, através do seu “sistema”, que zeladores não podem receber ingressos num envelope, assinando um protocolo e deixando a vida correr? Que merda de empresa é essa que disponibiliza um SAC que não dá assistência nenhuma ao cliente? Que merda de empresa é essa que cobra 156 reais de “taxa de conveniência”? Que merda é uma taxa de conveniência?

Coisa de um mês e meio atrás comprei, pela internet, três ingressos para o show de Roger Waters, The Wall, em Munique. Dez dias depois os ingressos, enviados da Alemanha, chegaram no meu prédio e foram recebidos pelo zelador. Abri o envelope e eles estavam lá, os ingressos. Eles custaram 210 euros e mais 14 de envio. Sem taxa de conveniência. Fui ao show no dia 20 de junho no Olympiahalle, em Munique. Cheguei com os ingressos que haviam sido entregues na minha casa, no Brasil, entreguei-os na entrada e assistimos ao show. Não tive um problema sequer.

Aqui, como sou cliente platinum-master-plus-ultra-mega-fodão da American Express, pude adquirir os ingressos para o Cirque du Soleil na pré-venda. E os caras da Tickets For Fun, com seus sistemas e taxas de conveniência, não conseguem entregar um envelope em Moema. Dizem que não tem jeito.

Vão para a puta que os pariu.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • REEMBOLSO

    Me ajude pelo amor de Deus, tenho 66 dias sem receber o meu estorno!

     

    Ligo e cada hora passao uma informação divergente!

     

    No aguardo

     

    Jonathan.

     

    11-9-8656-8451 OU 

  • Como as Coisas Funcionam

    O sr. Flávio Gomes está ligeiramente chateado porque provavelmente não sabe como as coisas funcionam. Mas antes de explicar, uma ligeira introdução.
    Se você compra uma passagem de trem em outro país, bahn.de por exemplo, o documento a ser usado como identidade para pegar seus tickets é naturalmente a identidade reconhecida de países próximos ou então o cartão de crédito. O cartão de crédito permite a retirada pelo comprador de praticamente qualquer país.

    Agora vamos ao caso em questão. Porque será que o sistema só permite a retirada na bilheteria?

    Vamos imaginar uma situação completamente hipotética, ou seja, rigorosamente falsa.

    No dia 5/11/2013 um sujeito vai comprar um ingresso para o dia 07/12/2013 às 23hs do show do Steve Vai no Circo Voador, Rio de Janeiro, e tem a facilidade de comprar pela internet, utilizando um cartão Mastercard, que ele só mantem para uso nesses casos.
    O site premier.ticketsforfun.com.br então informa que "Com o MasterCard ShowPass o seu cartão é o ingresso, por isso no dia do evento é imprescindível que o mesmo cartão de crédito utilizado na compra seja também apresentado no acesso ao evento. Ao chegar ao local do evento, o portador junto aos demais acompanhantes, deverão ir até a entrada exclusiva Mastercard ShowPass do setor de ingressos....".
    Quando chega no dia do show, existem duas filas: uma para entrar e outra para pegar o ingresso. Ao pegar o ingresso, o sujeito entrega o cartão ao gentil atendente. O atendente, nesse momento, tem a oportunidade de discretamente fotografar frente e verso do seu cartão, com um celular qualquer, para futuramente fazer compras na internet. É necessário mitigar os riscos. Se uma compra for feita logo em seguida e o sujeito tem boa memória, ele poderá identificar para quem ele entregou o cartão. Então é necessário aguardar um longo tempo antes de usá-lo.
    Mais de 8 meses depois, em 15/08/2014, ele necessita testar se o cartão ainda é válido. Então ele faz uma doação para uma instituição, por exemplo, a We Are Water (https://www.wearewater.org/en/donations_104615), de US$ 6,76 para não levantar suspeitas. Testado o cartão, no dia 21/08/2014 às 11:50 ele faz uma compra na GOL TRANSP AEREOS no valor de RS 2.021,47.

    Agora vejamos, no caso de compra de passagem de trem em outro país, o cartão de crédito é um documento que qualquer pessoa reconhece, diferentemente de uma carteira de identidade de um país desconhecido, por exemplo. Mas no caso do Brasil, qualquer pessoa poderia retirar o ticket usando uma identificação oficial ou carteira de motorista. Mas não, TEM que ser o cartão de crédito. Ainda não descobri o motivo para essa exigência.

  • tiquetes

    Caro Flavio, acompanho você na TV e sei que você e desses como eu que não aceitam esse tipo de putaria. Comprei um ingresso pela internet para o jogo Argentina e Bósnia que custou uma fortuna com taxa de entrega e tudo , da Ticket.org achando que estava comprando da FIFA , pois esta se dizia única  vendedora de ingressos da copa 2014. A tal empresa ficou enrolando dizendo que só enviaria 1 ou 2 dias antes do evento , e não enviou. Pedi cancelamento, não fui atendido, pedi reembolso, também não. Entrei com BO, entrei no Procom 2 vezes contra a CBF e FIFA e nada, procurei a Defensoria Pública e eles não quiseram entrar com pedido ao juíz de Carta Rogatória alegando falta de dados da empresa, mesmo eu fornecendo nome da empresa, endereço completo e registro da mesma. Abraço.

  • 6 anos depois e a Tickets For Fun continua um lixo!!!

    6 anos depois e a Tickets For Fun continua um lixo.

    Taxas ABSURDAS de "inconveniência" cobradas, impossível falar com atendentes pelo telefone, reclamação não respondida no Reclame Aqui e seguimos assim! 

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