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Analistas apostam em aumento gradativo do IPCA a partir de agosto

Jornal GGN – Após a divulgação dos números do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados na manhã desta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as metas de inflação anuais devem ficar abaixo do teto estipulado pelo governo e pelo Banco Central. É o que dizem os analistas frente à variação positiva de 0,03% referente ao mês de julho deste ano contra os 0,26% de junho.
“Os números divulgados ficaram bem abaixo do que o mercado esperava: um bom resultado que, mesmo com toda a volatilidade dos setores responsáveis pela queda nos percentuais, não deve influenciar muito na projeção de metas até dezembro”, avalia Wellington Ramos, analista da Austin Ratings. Além dos setores de transporte e alimentos, apontados como os responsáveis pela desaceleração da taxa no mês, Ramos explica que o item Vestuário também contribuiu para que os números se mantivessem abaixo do teto da meta. “Tivemos a queda do preço dos combustíveis, que tiveram um papel importante para o fechamento dos números, até mais do que os alimentos. E, devido à sazonalidade e a ajustes de preços por troca de coleção, o vestuário também pode ser incluído nessa lista”, completou.
Segundo a consultoria econômica LCA, a deflação de 0,33% apresentada pelo grupo alimentação e bebidas em junho (após avançar 0,04% em junho) foi afetada por itens como arroz, feijão, tubérculos, raízes e legumes (com intensa deflação do tomate), açúcares e derivados, frutas, aves e ovos e óleos e gorduras, bem como pela desaceleração do subgrupo Alimentação fora do domicílio. O resultado do grupo ficou bem abaixo do registrado neste mesmo mês de 2012 – já que em meados do ano passado esse grupo foi pressionado por um choque de oferta (seca nos EUA) –, bem como da média para meses de julho entre 2003 e 2011.
Aceleração gradual
No caso do grupo Transportes, a consultoria afirma que a queda (de +0,14% em junho para -0,66% em julho) teve como base as contrações registradas por itens como etanol, gasolina e automóvel usado, além das recentes revogações dos aumentos das tarifas de ônibus urbano, trem e metrô.
No entanto, o comportamento dos índices deve mudar ao longo do segundo semestre. Os alimentos in natura (como o leite longa vida, que tem pressionado o Índice Geral de Preços, por conta da seca nos polos produtores) e a safra prejudicada nos primeiros meses do ano, tendem a ganhar espaço de consumo. Além disso, os consumidores devem recuperar a confiança em relação ao emprego – as manifestações e a insatisfação popular foram determinantes para que a população também consumisse menos, provocando uma espécie de reação em cadeia, segundo pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgada em julho.
Ramos acredita que, para o fechamento de agosto, a previsão é de que o IPCA volte a acelerar gradativamente com a retomada do grupo transporte, e deva atingir um resultado em torno de 0,25%.  Para o ano, o analista estima um fechamento na casa de 5,8%. O Banco Central trabalha com a meta de 4,5%, mas o número pode apresentar variações de até dois pontos (para mais ou para menos), finalizando o período ainda abaixo do teto estabelecido. Grãos e derivados da carne devem contribuir para essa aceleração semestral.
Para a LCA, o índice de agosto deve acelerar-se, sobretudo pelas relevantes pressões de panificados, derivados de trigo e carnes, sem contar que dificilmente será vista a repetição do alívio gerado em julho por parte de tomate, arroz, aves e ovos, feijão e frutas em agosto. Além disso, os efeitos das revogações das tarifas de transporte público sairão de cena ao longo de agosto concomitantemente à expectativa de altas de passagem aérea, gasolina e etanol, colocando o grupo Transportes novamente em terreno positivo.
Redação

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