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As agruras de um ex-cliente Private Itaú

De João Rodovalho

É curioso o sistema de atendimento do Banco Itaú.

Já fui cliente Private, antes da crise. Fui rebaixado.

Não estava conseguindo liberar o iToken no aplicativo do Itaú, decidi passar então em uma agência Private do Itaú na Avenida Angélica, logo abaixo da Avenida Higienópolis. Me encaminharam a um gerente com poucas informações. Passei meu CPF e quando foi conferir no computador, constatou que eu não era mais do Private. Me olhou, então, como se olha a um mendigo e se recusou a passar as informações, com a frieza das antigas meninas que iam trabalhar em lojas de shopping e se consideravam melhores que os fregueses.

Só o que paguei de juros a mais para o banco, na fase de crise, deveria cobrir seu salário por muitos meses.

Sai de lá, então, e entrei na agência ao lado.

Fui até a mocinha que fica ao lado do gerador de senhas. Ela tratou de me explicar pessoalmente como fazia, com toda a graça, simpatia.

Quando recuperar minha condição econômica, ou decidirei continuar sendo cliente simples do Itaú, ou mudarei de banco. Private, nunca mais.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • As agruras de um ex-cliente Private Itaú

    Esse atendimento "distinto" será fruto do CARF ?

    Afinal 21 bilhões não se acha por aí, só no CARF mesmo.

    Para alguns mais iguais que outros.

      • O perdão destes R$ 25 bilhões

        O perdão destes R$ 25 bilhões foi pagamento pelo financiamento do golpe.

        E quero mais é que o itaú se foda. Não aceito nem que emitam boletos deste banco para eu quitar minhas contas.

  • Interessante....

    Mesmo após ser tratado como cachorro ainda "decidirá continuar sendo cliente simples itaú"?

    É por essas e outras que essas empresas de b.. continuam tratando os clientes como cachorro.

    Parabens por sua resignação, eu porém me nego a ser cliente de empresas desse tipo.

  • Acho que não perdeu nada ser expulso de lá!

    Minhas experiencias recentes, lembrando que sou cliente deles desde 1978, e trabalhei no grupo de 1978 a 1989:

    1 - levei meu sogro para o Personalité em 2006, tirando ele do Bradesco onde estava sendo estorquido por que não sabia dizer não ás meninas vendendo consórcios imobiliários para um senho de 80 anos que já tinha casa há décadas (a grana sumiu e teremos que entrar na justissa da Da Carminha). Expliquei á gerente que ele era sócio de uma empresa que iria abrir o capital no Novo Mercado da Bovespa nos próximos anos: ela confirmou que a entrada no Private era a lógica. Pouco tempo depois ela sumiu, e o novo gerente me falou que ele não tinha o "perfil de cliente Private do Itáu".

    Obviamente as herdeiras, depois da abertura do capital, foram aceitas num Private de banco estrangeiro.

    2 - Minha mulher fez a transferência do VGBL do pai do Bradesco para o Itaú. Quando o pai morreu, o Itaú para "liberar" o VGBL (basta um certidão de óbito) pediram um relatório médico com informações tipo "a pessoa fazia xixi na cama" e outras idiotices. Negamos responder, fizeram cerra e acabaram pagando, mas levou uns meses.

    Para o VGBL da mãe dela, foi escolhido o SulAmerica, que na morte dela pagou em poucas semanas, com apresentação do  certidão de óbito.

    3 - Na abertura da Copa no Brasil, os xingamentos de altíssimo nível á presidenta da república do brasil se iniciaram no palanque VIP do Itaú. Como nasci na França, e que lá não se aceita que o presidente da república em evento oficial seja desrespeitado, enviei reclamação ao gerente do Personalité e ao SAC dos acionistas do Banco (eu era acionista, obvio minoritário, alias estou vendendo). Recebi respostas protocolares, tipo "passamos sua reclamação para cima" ou algo semelhante, e nada mais aconteceu...

    Inútil de dizer que meu $ fruto de trabalho, diferentemente do do Aócio Snow, não está mais neste banco.

    P.S. Quando era Private, você foi convidado numa palestra do Joaquim Barbosa?

     

  • Não adianta gritar Fora Temer-Meirelles sem boicote ao Itaú,

    Bradesco e Santander. Ter conta nestes bancos é financiar o golpe, financiar campanhas neoliberais (de Marina Silva, de Dória, Alckimin, Huck, Meirelles e Bolsonaro), e é financiar a opressão do mercado financeiro sobre o povo.

    Ter conta em banco privado (a menos que seja obrigado a ter) é igual contribuir financeiramente para o DEM, PSDB, PMDB, PP, PSD do Meirelles, NOVO, e outros partidos neoliberais pró-mercado e anti-povo.

  • De private a privada

    Entro na agência e logo me dirijo à mesa do gerente.

    Ele me cumprimenta, olhando-me como se olha para um private.

    Consulta minha conta no sistema e constata que fui rebaixado de categoria.

    Despacha-me para a agência ao lado, a das filas longas e dos gerentes que infartam antes de bater as metas, olhando-me agora como se olha para uma privada.

  • Não foi rebaixamento, foi downgrade.

    Rodovalho, vc não foi rebaixado, isso é muito feio, a sua conta sofreu apenas um downgrade, de Personalité para Miserité. Desculpe, mas não resisti, é uma piada antiga que ouvi há muitos anos, relativa à segmentação dos clientes do Itaú, disseminada pelos próprios funcionários. 

    PS.: Esse comportamento dos bancos é geral, não há um que se salve, não tenho coragem de indicar sequer o Banco do Brasil. Houve um rebaixamento violento (não foi downgrade, foi mediocrização mesmo) dos bancários em geral, muito mais visível no BB, hoje eles só precisam ter habilidades e competências para achacar o cliente na "venda" goela abaixo do trio capitalização-seguros-previdência. Que tipo de realização pessoal e profissional é possível com essa gincana sinistra e massacrante que se dá diariamente? Os bancários hoje são seres deprimidos e frustrados, vazios profissionalmente. 

  • A categorização de clientes

    A categorização de clientes por suposta renda deveria ser simplesmente PROIBIDA, assim como bullying em escolas.

    É uma forma absurda de tratar as pessoas, acintosa, abjeta,  agressiva, pessoas não são contaqheques ambulantes.

    Mas NADA é mais agressivo do que os anuncios da XP INVESTIMENTOS onde um individuo de cara amssada e enfezada (parece que é um artor) mau hmorado, antipatico, desagradavel, junto com exercito de robotizados com mascaras brancas

    só falta pular da tela para bater no telespectador que cometeu o pecado mortal de não ser cliente da XP. É o anti-anuncio.

    • A categorização de clientes

      Pretender alguma ação do Banco Central contra os bancos é difícil, salvo contra os oficiais visando aumentar o mercado dos particulares.

      A categorização está em tudo, é onipresente.

      Desde a legislação tributária - IR+ICM+IPI+IPVA e outros. Isso sem falar nas mumunhas várias aos integrantes de certas instituições públicas.

      Por aqui o trabalho é penalizado e o rentismo  e grandes proprietários são favorecidos.

      Quanto ao "bullying" só acaba quando conseguirem aprovar  a lei da oferta e da procura. Existiu desde que o homem desceu das árvores, se não antes ainda.

      Aliás, pode-se dizer que há uma grande similaridade entre o "bullying" e o que acontece nas sociedades comandadas por "elites". Uma pequena minoria impõe-se sobre o resto do povo.

      Não é um "bullying" também ?

      A gurizada nada mais faz do que imitar o "jogo da vida".

  • Se fosse apenas isso

    Sou síndico e cometi a infelicidade de atrasar uma conta só pagável no Itaú. Entrei na agência e havia mais de 30 pessoas na espera, alguns em pé.E a mocinha que estava lá orientando - sei lá o quê - ainda solta que no início de mes é pior.

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