Bolsonaro volta a chamar Ustra de “herói nacional” e recebe viúva em Brasília

Jornal GGN – Agora na Presidência, Jair Bolsonaro voltou a chamar o coronel Carlos Brilhante Ustra, condenado pela Justiça por crimes na Ditadura Militar, de “herói nacional”.

Nesta quinta (8), Bolsonaro receberá em Brasília a viúva do ex-comandante do DOI-CODI, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, que revisou o livro que trata dos feitos do ex-marido.

Segundo o presidente, Maria tem boas histórias de grávidas presas na Ditadura, que destoam do que a “esquerda” costuma contar.

“Tudo o que ela fez no tocante ao bom tratamento a elas [mulheres presas na ditadura], no tocante a enxoval, dignidade, parto. E ela conta uma história bem diferente daquela que a esquerda contou para vocês. Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer.”

Ustra até tentou usar a Lei da Anistia (1979) em sua defesa, mas em 2012 foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo pela prisão e tortura de membros da família Teles. É o primeiro militar reconhecido pela Justiça como responsável por violação de direitos humanos nos anos de chumbo.

Apesar disso, Bolsonaro tem histórico de homenagens a Ustra. No dia da votação do impeachment de Dilma Rousseff, ele disse: “Em memória do coronel Brilhante Ustra, o meu voto é sim”, lembrando que o militar era o “terror” da ex-presidenta, que foi presa e torturada na Ditadura.

​​Ustra comandou o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações) do 2º Exército (SP) de 1970 a 1974. Segundo a Comissão Nacional da Verdade, em sua gestão, ao menos 45 presos políticos foram mortos ou desaparecidos.

Folha de S. Paulo destacou que sempre que fala de Ditadura, Bolsonaro usa dados falsos, ironiza vítimas e contesta documentos oficiais do Estado brasileiro sobre mortes e desaparecimentos.

Mais recentemente, em retaliação à postura combativa da procuradora regional da República Eugenia Gonzaga, o governo Bolsonaro promoveu sua destituição da presidência da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos.

Redação

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