Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Copa do Mundo no Brasil: um primeiro balanço

    Juca Kfouri

     

    12/07/2014 20:49

     

    O que é pior, o vira-latismo ou o puxa-saquismo?

    Se o primeiro se confundir com espírito crítico certamente o segundo é pior, porque mera bajulação.

    Comecemos pelo começo: a imagem do Brasil depois da Copa é muito melhor do que, com carradas de motivos, se imaginava antes dela.

    Fez-se, em resumo, um bom anúncio do país.

    Porque houve a festa que se imaginava que haveria nos estádios e não houve a tensão prevista fora dele.

    Por incrível que possa parecer, Joseph Blatter, o poderoso chefão da Fifa, tinha razão: a sedução do futebol falou mais alto, ainda mais porque, paradoxalmente, se a Copa não apresentou nenhuma seleção inesquecível, mostrou jogos formidáveis, como uma homenagem ao país que já foi o do jogo bonito.

    Repita-se para suavizar o que virá a seguir: o Brasil ganhou a 20a. Copa do Mundo da Fifa e ainda por cima prendeu gente dela que há décadas atenta contra a economia popular, um legado inestimável, exemplar, digno de ser aplaudido de pé assim como a hospitalidade nacional.

    Tamanhas vitórias não escondem as derrotas e aqui não se fará nenhuma menção, além desta, à goleada alemã.

    Por falar nisso, em alemães, nossa Copa foi muito melhor que a da África do Sul, mas não foi, como organização, melhor que a de 2006.

    Claro, da Alemanha se espera perfeição e a Alemanha esteve perto disso. Do Brasil esperava-se uma catástrofe e o Brasil ficou longe disso.

    Contudo, na Alemanha não foram construídos elefantes brancos como os de Manaus, Cuiabá, Natal e Brasília, cujas contas jamais serão pagas a não ser que ocorra mais um milagre brasileiro.

    Lá não morreram tantos trabalhadores, nem caiu viaduto com duas mortes, nem se desalojou tantas famílias, nem nada custou tanto a ponto de a nossa Copa ter superado o custo dos três últimos torneios e nenhum estádio foi invadido por torcedores como o Maracanã pelos chilenos. Tampouco faltou luz no jogo de abertura.

    Esquecer tais fatos em nome da imagem externa é que é o verdadeiro vira-latismo, como se a aprovação estrangeira nos bastasse.

    É verdade sim que o governo federal, um mês antes de a Copa começar, partiu em busca de empatar um jogo que perdia por 4 a 0 e que conseguiu vencer, digamos,por 6 a 5 — o que exige elogios ao ataque assim como críticas à defesa.

    Ocorre que há quem queira fazer apenas elogios e outros que só desejam criticar, todos movidos ou por cegueira partidária ou por outros interesses.

    Não se trata de negar o sucesso da Copa, mas de dizer que poderia ser melhor.Tudo, aliás, sempre pode ser melhor, por melhor que tenha sido.

    Trata-se de não esquecer o quanto custou em vidas e dinheiro, em desalojamentos e atrasos, em remendos de última hora, uma porção de coisas para as quais os estrangeiros não estão nem aí, mas que devem preocupar os que estão aqui e que, enfim, pagarão a conta.

    Porque outro legado da Copa é a consciência de que megaeventos são muito bons para quem os promove e para as celebridades que gravitam em torno,mas não são necessariamente bons para quem os recebe, razão pela qual será excelente se os próximos forem submetidos à consulta popular.

    O turista que veio não se hospedou nos melhores hotéis nem comeu nos melhores restaurantes, preferiu albergues ou sambódromos, lanchonetes ou churrasquinhos de gato.

    Até mesmo os aeroportos inconclusos (o de Brasília é simplesmente espetacular, registre-se) suportaram bem a carga,entre outras razões porque o movimento foi menor que o normal neste período.

    Em resumo: o Brasil ganhou a Copa de virada e o resultado pode ser considerado excepcional, digno de comemoração para irritação dos vira-latistas.

    Mas não foi de goleada como bimbalham os puxa-sacos.

    Além do mais, se o jogo acabou para o mundo, segue correndo no nosso campo.

    A um custo que ainda será mais bem apurado.

    • Errado JK

      Errados esses dados do JK. O Mané Garrincha, no DF, já recebeu mais de 1 milhão de pessoas,  já tendo sido palco para grandes shows. Brasília. Não é uma cidade do interior e precisava de um grande estádio.

      Como construir. Grandes vias e obras de acessibilidade sem remoção de moradores?

  • Policia investiga escândalo de 100 milhões de dólares da FIFA

     

    Andrew Jennings, Joe Ungoed-Thomas e Manuela Andreoni no The Sunday Times - 13/07/2014

    Um procurador brasileiro que revelou um esquema de desvio de ingressos de 100 milhões de dólares (58 milhões de libras) na Copa do Mundo diz que abrirá uma ampla investigação internacional esta semana que examinará o papel da FIFA no escândalo.

    Marcos Kac, o procurador no inquérito, disse que solicitaria a ajuda da Interpol e de forças policiais estrangeiras para investigar a origem de dezenas de milhares de ingressos do Mundial que foram comercializados no mercado negro.

    Esta é provávelmente uma das maiores investigações criminais sobre venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo.  E vem após uma série de escândalos que tem constrangido a FIFA, mais recentemente o caso do suborno de 3 milhões de libras revelado pelo The Sunday Times que foi praticado por um membro do comite executivo da FIFA para apoiar a candidatura do QATAR à sede da Copa do Mundo em 2022.

     

    (tradução Gilberto Cruvinel)

     

     21m

    Sunday Times-FIFA in trouble -New Brazil Tickets Investigation- Interpol called in to probe Zurich phone calls

  • Brasil vai produzir remédios

    Brasil vai produzir remédios para tratamento de câncer com tecnologia nacional

    O Brasil, que quer mais saúde, tem um grande motivo para comemorar: nosso país vai produzir biomedicamentos com tecnologia inteiramente nacional para o tratamento de câncer e outras doenças. Com a medida, a economia do governo deve chegar a R$460 milhões em cinco anos.

    Um termo de cooperação foi assinado entre a Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde, o Instituto Vital Brasil e o laboratório Bionovis para a construção de um laboratório, uma fábrica e um centro de distribuição, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O investimento é de  R$ 550 milhões para os próximos três anos, gerando 150 empregos diretos. As obras serão financiadas pelo BNDES.

    Os remédios para tratamento de câncer, artrite e outras doenças degenerativas serão vendidos ao Ministério da Saúde para serem distribuídos pelo SUS . Além de diminuir os gastos do governo, a medida é um passo importante para o desenvolvimento da biotecnologia no nosso país. Mas o ponto mais importante, convenhamos, é a promoção de mais saúde ao povo brasileirx. Segundo Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, além de inovador, o Brasil é o quarto maior mercado de saúde no mundo: “Um Estado inovador precisa ter projetos fortes, musculatura e parcerias que viabilizem a produção em escala, o que amplia o acesso da população a medicamentos”.

    http://www.mudamais.com/daqui-pra-melhor/brasil-vai-produzir-remedios-para-tratamento-de-cancer-com-tecnologia-nacional

     

  • Plano Nacional da Educação, o

    Plano Nacional da Educação, o Brasil já tem sua lição de casa

    Muita conversa com a sociedade ci-vil e obstáculos na Câmara, no Senado e no próprio governo, mas, enfim, o Plano Nacional da Educação (PNE) foi aprova-do na Câmara dos Deputados no dia 25 de junho.

    Tramitando desde 2010, o Plano esta-belece 20 metas para serem cumpridas nos próximos 10 anos na educação brasi-leira, como a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor, o aumento de matrículas em todos os níveis escolares e um padrão de qualidade mínimo em todas as escolas do país. 

    Para Daniel Cara, Coordenador Geral da Campanha Pelo Direito à Educação e um dos responsáveis pela elaboração do texto, a empreitada está longe de acabar. “Temos agora fazer com que o PNE seja um grande texto de impacto social”, disse nessa entrevista exclusiva ao Brasil de Fato.

    Brasil de Fato – Qual a importância que o PNE terá para o Brasil pelos próximos 10 anos?

    Daniel Cara – A expectativa é que o Plano mude a realidade da educação pública brasileira e que seja um divisor de águas. Um começo é fazer com que todas as escolas brasileiras tenham um padrão mínimo de qualidade, valorizar a carreira docente para que ela deixe de ter uma remuneração muito inferior a das demais profissões, que o magistério seja re-tomado como uma profissão central para o desenvolvimento do país. O Brasil tem uma dívida histórica com a educação, não vamos conseguir recuperar 500 anos em 10, mas ao final do Plano queremos estar minimamente próximos de respeitar o direito à educação. Além disso, vamos ter que romper muitas resistências dos governos fede-rais, municipais e estaduais e fazer com que todos caminhem juntos. Estou muito esperançoso, mas a caminhada está lon-ge de acabar.

    Como foi o caminho que o Plano teve que percorrer até ser aprovado pelo Congresso?

    Nós planejamos que era prioridade estarmos no Plano Nacional de Educação quando recebemos o prêmio Darcy Ribeiro da Câmara dos Deputados em 2007, pela nossa incidência do Fundeb. Desde lá, já levantávamos uma série de questões para a educação brasileira como o da importância das cotas e a des-tinação dos recursos do petróleo para a educação. Falando do PNE mais direta-mente, ele começa a tramitar em 2010, quando apresentamos uma carta ao pre-sidente Lula solicitando que ele apresen-tasse o texto do Plano.

    Em abril de 2011, o Ministério da Educação apresenta uma planilha que falava de 7% do PIB para a educação. Para rebater, nós lançamos uma nota técnica provando o quanto que o Brasil teria que investir 10% do PIB exclusivamente para a educação pública. O nosso texto passa na Comissão Especial do Congresso, mas sofre forte resistên-cia do governo. O ministro Aloísio Mercadante, na época da Educação, diz que os valores são absurdos e a ministra Ide-li Salvati, apoiada pela presidenta Dilma, diz que isso é uma “gracinha”. No final de 2012, o texto vai para o Senado, que foi a época mais conturbada. 

    Isso porque tivemos textos muito ruins do Senador José Pimentel (PT-CE), na Comissão de Assuntos Econômicos e um pior ainda do Vital do Rego (PMDB-PB) na de Constituição e Justiça, ambos submissos ao governo. Por incrível que pa-reça, o texto mais arrojado que tivemos foi do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) na Comissão de Educação. Acontece que o texto sai muito enfraquecido e o nosso trabalho na Câmara em 2014 foi recuperar o que foi possível do projeto original. 

    Qual você acha que é o maior problema do governo com o PNE?

    A verdade é que o Plano quebra a relação do poder de submissão dos estados e municípios para com o governo federal. Um dos vetos propostos pelo governo era ligado ao Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi) pois ele não queria transferir recursos federais à estados e municípios para o alcance desse padrão. Nesse ponto, falta uma visão mais política e menos gerencialista para a presidenta. Ela acre-dita ser a dona da bola, mas existem leis que precisam ser cumpridas.

    Felizmente o governo recuou nesse veto, pois iria sofrer uma derrota dura na Câmara, in-clusive com votos dos parlamentares do PT, que sabem que esse repasse, inclusive, é garantido pela Constituição Federal no artigo 211.

    O que é esse Custo Aluno Qualidade Inicial?

    O CAQi é a garantia de que todas as escolas, sigam os mesmos padrões de qualidade. Vão ter professores com salário inicial digno, política de carreira, formação continuada; o número de alunos por turma terá que ser adequado; as escolas terão que ter laboratórios de ciências e de informática, bibliotecas, sala de leitura e quadra poliesportiva coberta. Isso é um salto de qualidade enorme. Hoje só 0,6% das escolas brasileiras têm essas condições. 

    Na nossa visão, o valor per capitade cada aluno tem que ser medido naqui-lo que influi na qualidade da educação. Com isso, nós fortalecemos um debate amplo com diversos setores da socieda-de: técnicos de gestão orçamentária, pesquisadores do Ipea, consultores legislativos, professores, sindicatos, entre outros para construir o texto final do CAQi. No final, chegou-se à conclusão que, para as matrículas atuais terem esse padrão, o governo federal teria que investir R$ 46 bilhões a mais do que investe hoje.

    Acontece que o PNE pretende expandir ainda mais essas matrículas. A grande tensão foi que o governo acha que esse custo a mais com educação pode diminuir a esfera de ação da Dilma num eventual segundo mandato. É decepcionante que um governo do Partido dos Trabalhadores, que sempre esteve na lógica da visão de Estado acima dos man-datos, se paute pelo marketing. Realmente vamos ter que fazer um sacrifício orçamentário para cumprir as metas do CAQi, mas já não passou da hora de fazermos esse sacrifício? 

    Uma das críticas que a campanha faz ao texto aprovado é que os 10% do PIB não são exclusivamente para a educação pública e beneficiam também iniciativas públicos privadas como o ProUni, o Fies e o Ciências sem Fronteiras. Qual é a sua crítica sobre essa questão?

    Em resumo, são três pontos essenciais que embasam nossa defesa pelo investimento público exclusivamente em educação pública. Primeiro porque é a educação pública que deve obrigatoriamente ser gratuita e atender a todos. Aqui no Brasil existe uma realidade, e que sem políticas como as cotas seria ainda mais nítida, que a educação pública só atende a elite. Mesmo assim, defendemos que a educação pública seja gratuita a todos. 

    O segundo é que o governo federal gerou uma aberração contábil na lei 13005/2014. Ela basicamente dá dois comandos. A meta 20 do PNE diz que se deve investir “dinheiro público na educa-ção pública na ordem de 10% do PIB até o final do decênio”, ele aponta um caminho claro. Nos artigos da lei eles vão di-zer que a meta 20 inclui as parcerias públicas privadas pautadas em programas do governo federal. Existe uma contradição jurídica aí que é passível até de questionamento de constitucionalidade.

    E o terceiro ponto é que nós só calculamos o Plano Nacional de Educação com base nesse investimento na educação pública. Você tem 19 metas para serem implementadas com um custo de 10% do PIB. Qual é o diabo dessa história toda? Dos 10%, o setor privado já fica com 0,9% e existem previsões do mercado financeiro apontando um mercado de cerca de R$ 50 bilhões da educação privada no Brasil, que tomaria mais 1%. No final das contas, sea gente aprovou um PNE que custava 10, na prática a gente tem um que cus-ta oito. Além de ser uma aberração contábil, a medida ainda inviabiliza algumas metas do plano. Temos que ficar de olho nos próximos planos plurianuais e ciclos orçamentários pra ver quais os pontos que o governo está dando maior ou menor atenção.

    O que você espera de agora em diante com o PNE aprovado? Quais são as etapas que estão por vir? O PNE tem que ser um tema importan-te nas eleições, já que seria muita ingenuidade acreditar que o governo vai colocá-lo em prática no meio do calendário eleitoral. Outro ponto é fazer com quea sociedade se aproprie dele. Manifestações de rua, movimentos sociais, organizações têm que colocar o Plano na agenda pública e cobrar as autoridades. Além disso, é preciso fazer planos estaduais e municipais. A maior parte da política de educação básica se realiza nesses âmbitos e pressionar para que o PNE entre nos planos plurianuais e no ciclo orça-mentário. Se isso não acontecer, ele não vai dar conta de suas necessidades.

    No projeto original, alguns pontos falavam sobre o combate ao preconceito de gênero, raça e orientação sexual nas escolas, mas eles acabaram sendo retirados do texto. Qual o motivo para isso ter acontecido?

    Falta coragem pro poder executivo, especialmente na questão comportamental. Após uma eleição em 2010, que foi pautada por um debate conservador, a presidenta Dilma negou suas origens de esquerda e fechou os olhos para o direito das minorias. Ainda nos tempos do ministro Fernando Haddad, teve o episódio do kitanti-homofobia nas escolas. Um trabalho sério realizado por institui-ções ligadas aos direitos LGBT que a pre-sidenta barrou. 

    Depois disso, a bancada conservadora tanto na Câmara quanto no Senado ganhou muita força e hoje eles tem uma maioria simbólica, que acaba cooptando aqueles que estão no centro, sem opinião formada. No caso específico do PNE, es-tava se discutindo uma diretriz pequena, mas que significava uma melhora no ambiente escolar, combatendo o preconceito racial, o de gênero e, principalmente, o de orientação sexual. Se fecharmos os olhos pra esse tipo de preconceito nas escolas, estaremos desrespeitando quem sofre com isso. Acabamos perdendo esse debate por conta de hoje o Brasil estar sendo atingido por um tsunami conservador e acredito que essa eleição de 2014 será reflexo da falta de coragem de setores da esquerda em combater o discurso dos conservadores.

    http://www.brasildefato.com.br/node/29114

  • Romário diz que o PT
    tem que

    Romário diz que o PT

    tem que deixar o poder e confessa que ainda quer

    ser prefeito do Rio

    Para o Baixinho, mesmo que o Brasil tivesse sido campeão, a Copa não teria valido a pena, pelo que foi gasto Foto: Rafael Moraes / ExtraGuilherme Amado 

    Pernas abertas, camisa desabotoada, o mesmo jeito malandro do futevôlei. O Romário político lembra muito o jogador. A vaidade continua afiada. A língua, embora presa, também. Candidato ao Senado nas eleições de outubro, estreou a campanha no domingo, na Feira dos Nordestinos. Vinte anos depois do tetra, ofuscou em segundos o candidato ao governo do estado Lindbergh Farias (PT), considerado no meio político um ás no corpo a corpo com eleitores. Mais uma vez, fez sucesso com o eleitorado feminino. Em entrevista ao EXTRA, Romário comentou o 7 a 1, atacou a presidente Dilma Rousseff (PT) e outros adversários, lembrou do tempo em que cursou moda e se rasgou em elogios ao falar de seu assunto predileto: Romário de Souza Faria.

    A Copa valeu a pena?

    Não. Mesmo que o Brasil tivesse sido campeão, não teria valido a pena, pelo que foi gasto. As pessoas estão maravilhadas com o jeito do brasileiro de receber as pessoas. Eu sabia que não seria diferente disso. Mas a Copa foi o maior roubo da história do nosso país. Muitas pessoas enriqueceram, muitos órgãos se promoveram, e muitos políticos também se promoveram e enriqueceram ilicitamente.

    O que acha do governo da presidente Dilma Rousseff?

    O governo dela é o passado. O que a Dilma fez? Nada. Só criou mais ministérios, deu mais cabide de empregos, mais oportunidades para políticos enriquecerem e roubarem. O resultado é que o país está esta a merda que está. Tentei ser recebido mais de dez vezes por ela e nada.

    Vai subir no palanque com ela?

    Jamais. De forma alguma. Se eu subir no palanque em que ela estiver, pode me tirar, pois estarei de camisa de força. Não quero nada com o PT nacional. O PT nacional tem que deixar o poder. Está na hora de sair. Não existe a mínima possibilidade de eu apoiar o PT. Tem que sair logo do governo. Se tem algum deputado do PT que não concorde comigo, é problema dele. Só lamento. Eles sabem que não tem como eu mudar. Sou assim.

    No Rio, vocês vão se apresentar como a nova política?

    Eu e Lindbergh não precisamos nos apresentar como a nova política. Nós fazemos parte da nova política. A política no Rio está muito velha, não só pela idade, mas porque os políticos não querem fazer pelo povo e dar mais qualidade à vida das pessoas.

    Como reage aos que o criticam por não parecer político?

    Muitos falam que eu não tenho postura de político, porque ouço funk, hip-hop, saio com os amigos. Eu respondo que postura de político é ser sério e honesto. Isso, eu sou.

    O que você tem que os outros candidatos não têm?

    Honestidade, seriedade, lealdade ao povo. Não sou político, estou político. Eu não sucateei o Rio quando fui prefeito, por exemplo (referência ao ex-prefeito Cesar Maia, candidato ao Senado).

    Se eleito, vai trocar o Senado pela prefeitura em 2016?

    Eu ainda quero ser prefeito do Rio, mas, hoje, penso em me eleger ao Senado. Depois a gente vê isso.

    O candidato a presidente Eduardo Campos hoje está em terceiro lugar nas pesquisas. Acha que ele tem chances?

    Se o Brasil tivesse ganho a Copa do Mundo, o Eduardo não teria chance de ir para o segundo turno, porque a Dilma ganharia no primeiro. Nessa situação vexatória que o país está passando, no que se refere ao futebol, eu posso te dizer que as chances do Eduardo cresceram muito. E ele pode ser uma provável surpresa aí, bastante positiva.

    O que acha do voto nulo?

    Esse desencanto com a política é natural. Só tem político ladrão e corrupto. Isso faz com que as pessoas se afastem. É difícil escolher o candidato, porque muitos não cumprem.

    Pensa em conciliar a carreira política com os estudos? Voltaria a estudar moda?

    Eu quis ser estilista por um tempo (risos). Vivia no exterior, em meio aos desfiles, e, quando voltei para o Brasil, fui estudar moda. Engraçado que 80% do curso eram mulheres. Foi uma época muito boa na minha vida.

    Saiu com muitas das alunas?

    Isso é você que está falando... (risos de deboche)

    Hoje, o assédio do público feminino com o político é maior do que com o jogador?

    O assédio aumentou muito. Agora, além de admirarem o ídolo do futebol, também admiram o político, pois sabem quais são as minhas causas, o que eu defendo. Elas vêm para cima mesmo. Beijar, abraçar, agarrar, passar a mão... Tem de tudo. Na minha bunda, no meio das pernas, em tudo quanto é lugar.

     

  • Mais médicos

    Completando o que postei:

    Do Globo Rural: “Médicos melhoram as condições de saúde em regiões agrícolas distantes”

    Programa da TV Globo faz primeira reportagem que aborda de forma verdadeira os benefícios da iniciativa para a população do interior do País

     

    13/07/2014 - 09p7

    / Por Agência PT

        reportagem divulgada neste domingo (13), o programa Globo Rural, da Rede Globo, divulgou Em extensa matéria na qual enfatizou os benefícios do programa Mais Médicos, do governo federal, para as populações de regiões distantes do País.

    Foi a primeira vez que a grande mídia brasileira mostra a iniciativa  de forma verdadeira, demonstrando a ajuda que os profissionais estrangeiros levam aos moradores de municípios distantes dos grandes centros.

    A matéria também conta que o programa foi criado, inicialmente, para a contratação de profissionais brasileiros. Com a ausência de interesse dos médicos nacionais, a iniciativa foi aberta pra especialistas de Cuba, Espanha e até da Alemanha.

     Leia a íntegra da matéria abaixo ou assista AQUI!

    “Médicos melhoram as condições de saúde em regiões agrícolas distantes

    Duas profissionais cubanas atendem pacientes em Calçoene, no Amapá. Ministério da Saúde contratou 14.462 médicos para o programa mais Médicos

    No extremo norte do Brasil, a maior parte da população é pobre e sempre sofreu com uma série de problemas de saúde: malária, verminose, leishmaniose, mortalidade infantil elevada.

    O povo sofre com doenças variadas, enfrenta epidemias do campo, se acidenta com frequência no trabalho, e padece com o isolamento e atendimento precário.  Esta é a realidade da maioria dos lugarejos mais distantes do nosso território. Regiões agrícolas que muitas vezes não tem nem médicos para socorrer a população.

    Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, em 2012 o Brasil contava com 1,8 médicos para cada mil habitantes. A media é baixa quando comparada com outros países, como os vizinhos Uruguai (3,7), Argentina (3,2), ou ainda europeus como Alemanha (3,6) e Espanha (4,0).  O mais grave é que a distribuição destes doutores sempre foi muito desigual pelo território brasileiro. De maneira geral, quanto mais pobre e mais distante a região, menos a chance de ela ter médicos em atividade.

    A combinação de pobreza e atendimento precário sempre marcou a história do município de Calçoene, na Amazônia. Calçoene fica ao norte de Macapá, capital do Amapá, o segundo estado brasileiro com menos médico por habitante, atrás apenas do Maranhão. No município o povo vive do comércio, da pesca e principalmente da agricultura familiar.

    Calçoene conta com um hospital, posto de saúde, enfermeira, dentista e assistente social, mas até há pouco tempo só tinha três médicos em atividade. Três médicos para uma população de 9.700 pessoas, uma média de 0,3 doutores para cada mil habitantes.

    “Totalmente insatisfatório. Muitos usuários não conseguiam vaga. Nós já estávamos chegando a um caos. Sem saber o que fazer em relação a essa situação de contratação de médico”, declara Maria de Jesus Caldas, secretária de saúde/Calçoene/AP.

    Esse quadro começou a mudar depois que o município recebeu a ajuda de um projeto federal. Iniciado em 2013, o programa Mais Médicos vem contratando doutores para atuar em regiões carentes do país. Calçoene recebeu duas profissionais de Cuba.

    Dra. Ceramides Carbonell é uma médica com mestrado em atenção básica de saúde e 17 anos de experiência. Chegou ao Brasil no ano passado e antes de ir para Calçoene fez cursos obrigatórios de português e sobre o sistema de saúde brasileiro. Ela atende a população e orienta mulheres grávidas do município.

    “Um dos primeiros indicadores que qualificam a saúde de um povo é a mortalidade infantil. Pra isso você tem que ter um acompanhamento muito bom das grávidas. Por isso também damos a elas orientação sobre higiene e nutrição. Eu estou gostando bastante da experiência”, declara a médica cubana.

    A agricultora Valdenora da Costa conta que nunca tinha tido este tipo de acompanhamento. “Eu estou achando muito bom, porque ela é uma pessoa muito atenciosa com a gente”.

    No programa, a contratação de médicos ocorreu em etapas, primeiro as vagas foram abertas apenas para médicos formados no Brasil. Só que o volume de interessados foi muito pequeno, por isso em um segundo momento as vagas não preenchidas foram destinadas a doutores de outros países, que acabaram se tornando maioria. Ao todo, o Ministério da Saúde contratou 14.462 médicos.

    Dra. Anelie Reguera foi a segunda médica do programa a chegar a Calçoene. Ela também é cubana e tem especialização em atendimento comunitário. Ela faz palestras em escolas sobre prevenção de doenças. “Estamos ensinando para a população como cuidar da saúde para evitar doenças recorrentes”, alerta. Depois das palestras as médicas aproveitam para atender a população.

    Os doutores se dedicam exclusivamente a atenção básica, fazendo consultas e dando orientação aos pacientes. A ideia é resolver o máximo de problemas no próprio município e só encaminhar para a capital do estado os casos mais complicados, que exigem exames sofisticados ou atenção de especialistas.

    Além dos médicos cubanos, o programa também conta com doutores vindos de outros 40 países, principalmente da América Latina e da Europa. A Dra. Maria Del Carmen é espanhola e atende pacientes no Parque Indígena do Tumucumaque, na divisa do Amapá com o Pará.

    Em um encontro na Casa do Índio, em Macapá, ela fez um primeiro contato com os moradores do parque. A médica atuava em hospitais de Sevilha e escolheu trabalhar com índios por seu interesse por medicamentos naturais “Eu estou feliz de trabalhar aqui, porque sei que vou aprender muito com estas pessoas”, diz ela.

    Outra médica europeia, que faz parte do programa, é a alemã Anne Kimpchin. Ela vai atuar em uma unidade de saúde de Macapá, que costuma receber muita gente da roça. “Eu trabalhava como clínica geral em hospital e consultório na zona rural”, conta.

    Os médicos do programa ganham R$ 10 mil por mês, só que no caso dos cubanos a conta é diferente. O Ministério da Saúde repassa os mesmos R$ 10 mil, mas os doutores só ficam com cerca de R$ 3 mil e a diferença vai para o governo de Cuba. Isso ocorre porque os cubanos não entram no projeto individualmente, mas através de uma acordo de cooperação mediado pela Organização Pan-americana de Saúde.

    Além dos três mil mensais, as doutoras de Calçoene recebem mais R$ 2.5 mil do município para gastos com alimentação e moradia. A doutora Anelie vive em, uma casa com sala, cozinha e um quarto espaçoso. Ela nos conta que o contrato do programa é de três anos e que nos períodos de férias pretende visitar a família

    Além de trabalhar na cidade, as novas médicas de Calçoene também viajam pela zona rural. A principal área agrícola do município fica a uma hora da cidade por estradas em péssimas condições.

    Carnô é um assentamento de reforma agrária que abriga 1.900 pessoas as famílias vivem em um vilarejo e trabalham em lotes de terra que ficam no entorno. Dra. Ceramides visita o assentamento a cada 15 dias em um posto de saúde simplório. Uma nova unidade mais equipada já está em construção no vilarejo e outra na sede do município, ambas com verbas federais.

    No atendimento a doutora encontra de tudo. Com a ajuda de enfermeiras e agentes de saúde que moram em Carnô, a médica também visita algumas famílias.

    Em uma das casas, a doutora visita a pequena Vitória que teve malária. Ela acaba de tomar as últimas doses do medicamento para enfrentar o problema. Transmitida por mosquito, a doenças provoca febre calafrio e sem tratamento pode até levar a morte. “Ela já não está com nenhum sintoma, eu acho que ela já está totalmente recuperada da malária. Só temos que fazer este teste de comprovação para ver se ela melhorou mesmo e se tratamento deu certo”, explica a Dra. Ceramides.

    O teste para identificar a malária pode ser feito em Calçoene e os medicamentos para o tratamento também estão disponíveis no município, só que muitas vezes os problemas dos moradores não podem ser resolvidos no local.

    Antonio da Silva, que trabalha na casa de farinha do assentamento, precisa de exames que só podem ser feitos em Macapá. Também é possível que ele tenha que fazer uma cirurgia. “Estou trabalhando para juntar dinheiro pra eu poder ir pra Macapá”, afirma.

    Malaria, leishmaniose, gastrite, mal de Parkinson… Em apenas um dia na comunidade a Dra. chega a atender mais de 30 pacientes. Os agricultores do assentamento reconhecem que com a chegada da médica o atendimento melhorou, mas querem mais. “É bom, só que ainda não está 100%. Porque bom mesmo seria se ela estivesse aqui direto com a gente”, declara Antonio da Silva.

    Histórias como a de Calçoene se reptem em milhares de localidades pelo Brasil afora. Ao todo, o programa federal contratou médicos para 3.819 municípios, e grande parte deles fica em regiões agrícolas do Norte e do Nordeste do país.

    Vale lembrar que apesar de estar a 360 quilômetros de Macapá, Calçoene é ligada à capital por uma estrada asfaltada. Em boa parte da Amazônia, a situação é bem mais complicada, uma vez que acesso em muitos casos só é possível com longas viagens de barco”.

    Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Globo Rural

  • http://tupiwire.wordpress.com

    http://tupiwire.wordpress.com/2014/07/13/extra-extra-spell-check-omitted/

    Opa! «Argetina» lembra a marca comercia Ovaltina ... O erro mostrado acima apareceu no topo da primeira página do site, sem correção.

    Contrata um revisor experiente hoje! 

    The Slot (inglês, desculpe):

    This is probably less true of copy editors in other fields, but newspaper copy editors are expected to be fully qualified journalists. Just as judges are lawyers, astronauts are pilots and FBI agents are cops, newspaper copy editors are reporters first. Many, probably most, of us have actual reporting experience, and those who don't are expected to at least have basic reporting skills. It used to be that copy editors were often burned-out (or even demoted) reporters or upper-level editors, but that phenomenon seems to be less common today. A copy editor's mandate also includes keeping an eye out for libel (defamatory untruths that could lead to lawsuits) and errors of fact. The extent to which copy editors must verify facts varies widely. In magazine and book publishing, this is usually considered an essential task; sometimes it falls on the shoulders of a copy editor, but often it is the job of a separate fact checker. My experience, however, is in daily newspapers, where deadline constraints usually dictate that the writer must be trusted to get the facts right in the first place. Assigning editors (the reporters' direct supervisors, who usually edit stories for content and organization before they are sent to the copy desk) and copy editors will check "facts" that appear questionable, but they do not have the time to verify that every name is spelled correctly and every figure is accurate.

  • Presidente da Comissão de Partimônio - USP sugere curso com taxa

    Presidente da COP propõe que alunos paguem taxa, para combater a “concentração de renda na USP”

    Fonte: http://www.adusp.org.br/index.php/reforma-estatutaria/2038-presidente-da-cop-propoe-que-alunos-paguem-taxa-para-combater-a-concentracao-de-renda-na-usp

    Dr. Sig, como é conhecido, também sugere contratar "reitor executivo" e gestores no mercado

    O presidente da Comissão de Orçamento e Patrimônio da USP (COP), professor Sigismundo Bialoskorski Neto, que é também diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP), declarou em debate sobre “Estrutura de poder e governança na USP”, realizado no dia 22/5, ser favorável à cobrança de taxas de alunos regulares da universidade que possam “pagar esse estudo de uma forma muito confortável”:

    O doutor Sig, como é conhecido o professor, alega que a medida seria um instrumento para “evitar a concentração de renda dentro da USP”. Na proposta apresentada informalmente por ele, os estudantes pagariam conforme a sua faixa de renda familiar. Apesar disso, ele disse que não é contrário ao ensino público e gratuito.

    As afirmações de Sig surgiram num contexto de críticas do professor ao setor público e à própria Universidade. O debate sobre “Estrutura de poder e governança na USP” realizado em Ribeirão Preto integrou o ciclo organizado a pedido da Caeco, comissão criada pelo reitor Marco Antonio Zago para conduzir um processo de discussão relativo à reforma da instituição.

    “A USP tem uma responsabilidade institucional. Todos nós sabemos que a administração pública no país é deficitária. É complicada, é ineficiente. O excesso de burocracia... Em seis meses nós queremos uma universidade diferente, com preceitos de governança mais modernos”, afirmou o presidente da COP.

    Depois de opinar que os problemas financeiros por que passa a USP devem ser aproveitados como uma oportunidade de se repensar a gestão da instituição, tornando-a mais profissional, Sig passou a fazer considerações sobre o financiamento das universidades públicas estaduais: “Eu lembro a todos que cada um de vocês que for ao supermercado agora, e gastar R$ 200, R$ 300, vai estar dando e colocando aqui dentro em torno de R$ 1,20, R$ 2, a cada supermercado. Quando somos nós, que estamos de certa forma mais ou menos bem, tudo bem. Mas tem muita gente que mora nos bairros pobres, que ganha R$ 600, R$ 700, R$ 1.000, R$ 1.200 e na hora que for ao supermercado vai botar R$ 3, R$ 4 aqui dentro, para pagar não só a excelência do ensino, da pesquisa e tal, mas vai pagar também a ineficiência administrativa, esses processos intermináveis, esse excesso de burocracia, os excessos de deslocamento”.

    “Caminhonete bacana”

    No entender de Sig, “cada vez que tem reunião do Conselho Universitário sai todo mundo daqui de carro”, ou seja, de Ribeirão Preto para São Paulo e vice-versa. “Qual é o custo de um diretor em São Paulo, o custo de um motorista, de ir e votar? Você parar num posto da Anhanguera com sete, oito carros da Universidade de São Paulo?”, questionou retoricamente.

    “É esse pessoal mais pobre que está pagando isso, pagando motorista. Se o funcionário não trabalha, eles é que estão pagando. Se o professor não é bom são eles é que estão pagando. Essas coisas nós precisamos melhorar, sabe?” Neste ponto da digressão, Sig avançou sua proposta de financiamento.

    “Vai lá na FEA à noite para ver o monte de caminhonete bacana, sabe? Acho que o sujeito para entrar aqui apresenta o Imposto de Renda do pai e da mãe, sabe? Tem tanto de renda, paga tanto; tem tanto de renda paga tanto; tem tanto paga tanto, e acaba esse nível de concentração de renda que nós temos. Porque estamos pegando o ICMS do pobre, que gasta no supermercado, para botar aqui dentro para estar pagando na realidade o estudo de uma série de pessoas que podem pagar esse estudo de uma forma muito confortável”.

    Em seguida, ele tentou reduzir o impacto de suas declarações: “Não estou falando contra o ensino público e gratuito. Estou falando que a gente deve ter instrumentos que evitem a concentração de renda dentro das atividades da Universidade de São Paulo. Porque é nítida, estamos concentrando a renda”. Depois, procurou mostrar que o assunto foge à alçada da USP: “Mas isso já é uma política externa à Universidade e vai depender de como é que os próximos governos vão lidar com o ensino público e gratuito a nível [sic] primário, secundário e assim por diante”.

    Fundace

    A FEARP, hoje dirigida por Sig, implantou há quase duas décadas uma modalidade de cobrança indireta, por meio de cursos pagos oferecidos pela entidade privada Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), dita “de apoio” à USP e constituída, em 1995, por professores da própria unidade. Neste momento a Fundace oferece simultaneamente nove “MBA USP” e dois “MBA EAD USP” (vide Informativo Adusp 381).

    Eufemisticamente denominado “investimento”, o alto preço dos cursos da Fundace pode ser estimado com base no valor cobrado por aluno do curso de final de semana “Normas Internacionais de Contabilidade Financeira”, oferecido em maio último (16 horas-aula): R$ 1.184,00. Em 2013, a Folha de S. Paulo informou que os MBAs da fundação custavam “aproximadamente R$ 18 mil”.

    O próprio Sig já coordenou curso pago na Fundace: “MBA em Economia de Empresas: Ênfase em Cooperativismo”, como informa currículo seu disponível na Internet.

    Em 2003 o então presidente da Fundace, professor Sérgio Takahashi, informou que os docentes envolvidos com a entidade privada recebiam, em média, remuneração adicional de “R$ 50 mil” por ano (Revista Adusp 31, p. 79). Atualizado para 2014 pelo ICV-Dieese, este valor é da ordem de R$ 91 mil, o equivalente a 9,9 salários mensais brutos de um Professor Doutor 1 (R$ 9.194,84).

    Falso caminho

    “O ICMS é um tributo bastante injusto, porque vem no preço das mercadorias. Então o pobre paga proporcionalmente mais do que o rico. É claro que cobrar na Universidade não vai resolver isso, por isso sou pela gratuidade”, disse no mesmo debate o professor José Marcelino Rezende Pinto, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), rebatendo a proposta de Sig. “Nenhuma universidade do mundo, de qualidade, vive de cobrança. Você vai nos Estados Unidos, 10% [da receita das universidades públicas] vem das taxas. Então não é por aí, é falso o caminho”.

    Marcelino também criticou a oferta de cursos pagos por fundações privadas, prática que “mata por dentro” a USP, que para ele está cada vez mais privatizada: “Porque é muito difícil defender a universidade pública, defender dinheiro público, se tem curso de R$ 20 mil por pacote na mesma universidade, rasgando a Constituição, onde está escrito: ‘ensino público, gratuito, em estabelecimentos oficiais’ [artigo 206, inciso IV]. Essa para mim é uma questão-chave. Está escrito na Constituição, só que nós não cumprimos”.

    A professora Nádia Monesi, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), também contestou o presidente da COP: “Não entendi aquele raciocínio final: ‘Eu vejo muitas caminhonetes no estacionamento da FEA e essas pessoas deveriam pagar mensalidade’. Eu perdi alguma coisa no caminho, porque não vejo uma correlação direta: por quê uma pessoa que tem dinheiro deveria pagar por uma universidade que é pública”.

    “Quando falei aquilo aqui, é uma posição pessoal minha e de alguns professores da FEA, mas não é uma posição oficial da FEA”, redarguiu Sig, sem responder diretamente à questão posta pela professora da FCFRP. “Temos que ter um ensino público e gratuito, mas o ensino público e gratuito não pode concentrar renda”.

    O presidente da COP propôs ainda, no debate da Caeco, em nome da profissionalização da gestão, a contratação de um “reitor executivo”, que poderia até ser “captado no mercado” por meio da publicação de editais, como ocorre no exterior. “Se a pessoa não foi competente, você manda embora e contrata outra”. Sig reconheceu que a legislação não permite isso, mas propôs que sejam feitos “exercícios para saber como é que seria possível fazer isso dentro do Estado, nos quadros da USP, ou fora da USP”.

    Em seguida, porém, enfatizou sua posição pessoal: “Minha opinião é que ele deve ser contratado no mercado. Parte de nossos funcionários [devem ser] estáveis, como são hoje, e parte deles, como nesse caso, [devem ser] atraídos no mercado, inclusive no mercado internacional. Você pode pegar, sei lá, por que não?, um bom gestor na França, um bom gestor nos Estados Unidos”.

    Em outra intervenção, ele negou que estas e outras propostas que apresentou representem um projeto definido de privatização da USP, com cobrança de mensalidades, como apontado pelo estudante Gabriel Buda no debate: “Não há projeto, isso aqui é uma discussão da FEA[RP]. Metade da COP não concorda com isso, então não existe um projeto de privatização, nem uma ideia de não inclusão”.

    Posição da Adusp

    Chamado a se manifestar sobre as declarações de Sig, o presidente da Adusp, professor Ciro Correia, se diz chocado: “Causa perplexidade que a ‘solução’ apresentada pelo professor de economia seja cobrar mensalidades, corroborando a visão elitista de que vigore na universidade uma lógica tão ao sabor dos interesses do mercado: ‘quem tem dinheiro compra o direito de estudar, ou de ter acesso à saúde, segurança’ etc. Escapa-lhe a questão republicana fundamental de que direitos sociais devem ser financiados por impostos com alíquotas progressivas sobre a renda, tanto de pessoas físicas como de pessoas jurídicas, método este utilizado em países mais organizados e menos injustos, que adotam alíquotas muito superiores às nossas e reduzem espaços para isenção ou sonegação de impostos”.

    O movimento docente, lembra Ciro, defende ser necessária “uma transformação radical da estrutura tributária brasileira — hoje baseada em contribuições e impostos indiretos e não-distributivos, que oneram os mais pobres — de modo a tornar-se uma estrutura mais justa, essencialmente fundamentada em impostos progressivos e distributivos, que incidam significativamente sobre a renda da parcela abastada da população, do lucro de empresas e rentistas, bem como da transferência de propriedades e capitais, e assim contemple as obrigações do Estado com políticas públicas que diminuam a imensa injustiça social à qual tem sido submetida a sociedade brasileira”.

    A visão tributária baseada na justiça social e na distribuição da renda, prossegue Ciro, “nunca está presente nos interesses das elites brasileiras, vocalizado por seus representantes, simplesmente por que lhes é muito mais barato pagar pelo ensino de seus filhos, mesmo quando privado e caro, do que pagar impostos progressivos sobre a renda e a transferência de capitais”.

    Causa grande preocupação, argumenta o presidente da Adusp, quando uma visão de tipo mercantilista “passa a ser expressa, sem qualquer constrangimento, por membros de comissões assessoras do Conselho Universitário de uma universidade pública, como é o caso do professor Sig, presidente da COP”.

    Ciro acrescenta que “talvez os conflitos explícitos de interesse existentes em muitas escolas da USP, ao alojarem fundações privadas ditas ‘de apoio’ para a realização de atividades que deveriam ser exclusivamente públicas — como é o caso da FEARP — expliquem a fragilidade acadêmica da proposta apresentada por ele”.

  • Ele se supera!

    Huck compara derrota do Brasil ao 11 de setembro e é criticado na web

     

    Do UOL, em São Paulo

     

    Huck compara 11 de setembro à derrota da Seleção

    Durante conversa ao vivo com Galvão Bueno, no "Caldeirão" deste sábado (12), o apresentador Luciano Huck exagerou e comparou a derrota do Brasil para Alemanha, por 7 a 1 na Copa do Mundo, aos atentados ao World Trade Center, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001. Os dois conversavam sobre a derrota e a possibilidade de manchar a história vitoriosa da Seleção brasileira.

    "Galvão, uma das coisas que mais me acalentaram, que mais me confortaram essa semana foi sua fala no 'Jornal Nacional' dizendo da importância do manto sagrado da Seleção brasileira, da história de Ronaldo e tantos outros, que não vai ser uma derrota deste calibre que vai borrar a história da Seleção brasileira", iniciou Huck. "Então acho que [o seu discurso] foi muito animador. Mas eu posso dizer que no 11 de setembro eu estava lá, eu presenciei ao vivo, eu vi essa catástrofe que foi o jogo dessa semana agora", exagerou o apresentador, ao comparar a ação terrorista --que resultou na morte de quase 3 mil pessoas-- com a goleada da Alemanha por 7 a 1 em cima do Brasil. "Claro, mas lá foi um problema tão mais grave, de proporções completamente diferentes", retrucou Galvão Bueno.

    A declaração de Luciano Huck gerou revolta em redes sociais.

    • Repercutir o que um sujeito

      Repercutir o que um sujeito desses fala, é dar interlocução para um sujeito desse naipe,  que significa reduzir o debate público brasileiro à mente de um sujeito desse tipo. Prefiro ter interlocução com um black bloc, que ao menos "está contra tudo que está aí", e pode melhorar alguma coisa em um efeito borboleta, quem sabe.

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