Em 1997, somente 2,2% de negros frequentavam o ensino superior. Uma pesquisa do Inep, de 2012, aponta que 35% dos matriculados em cursos de graduação no País são pretos ou pardos, enquanto que 62% são brancos.
Políticas públicas como o ENEM e PROUNI resolveram parte desse problema, a não-inclusão do negro nas universidades, mas pela “via financeira”. Ocorreu que, como “efeito colateral”, os negros, através de ENEM e PROUNI tiveram maior acesso às faculdades particulares e universidades públicas do Brasil. Obviamente um dos objetivos pretendidos desses programas. Por questões históricas, como boa parte dos mais pobres são negros, logo, os mais alcançados são negros. A questão é: programas desse tipo alcançam colateralmente a questão negra.
Façamos uma analogia com leis contra a violência. Uma lei contra a violência não é, por si só, suficiente para todos, já que há tipos e tipos de violência, e mais o estigma da vítima, que precisa não apenas da proteção, mas, como vítima que é, da afirmação de sua condição. A lei Maria da Penha desnuda um Brasil machista, onde é muito comum o homem ver a mulher como coisa sua, e dá nome e voz à Mulher. E a violência contra os gays? Afirma-se que já há leis coibindo a violência, e que não é preciso de uma lei específica para os gays. Por quê? Uma lei contra a homofobia desnudaria um país homofóbico, e daria nome e voz ao Gay.
Nessa mesma lógica opera as cotas para negros. O Prouni coloca negros dentro das universidades, mas “atinge” a questão negra “pelo lado”. Faz-se necessário uma política que se refira especificamente à cor negra, porque é a pele negra que é fator de discriminação, de racismo. E isso é História, porque desde a escravidão, e até mesmo no abolicionismo se entendia o negro como “algo inferior”. Pelo abolicionismo, pretendia-se um “branqueamento” da sociedade brasileira, que, assim, evoluiria para os padrões europeus. As cotas são rejeitadas porque atacam frontalmente o “embranquecimento” sempre desejado pelas elites brasileiras. Cotas é a afirmação do Negro. E justamente por isso deve ser defendida.
Ainda hoje lutam contra a cota para negros nas universidades. Ironicamente, consideram a medida “racista”. Racismo é negro dentro das universidades ou fora delas? Alguns acreditam que é dentro dela.
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