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Joan Crawford, megera indomada

Joan vivia mulheres atormentadas e sem freios. Aqui, impassível, em A Vida é o Dia de Hoje.

Não foi sem conhecimento de causa que Joan Crawford (1904-1977) encarnou no cinema mulheres ambiciosas, turbulentas e intensas. Nascida em San Antonio, Texas, ela conheceu três pais antes dos 16 anos. Trabalhou de lavadeira e doméstica até ganhar, em 1923, um concurso de danças que a levou, como chorus girl, a Chicago, Detroit, Nova York e, finalmente, a Hollywood.

Estreou ainda no cinema mudo e, com seu belo rosto anguloso, de boca larga e grandes olhos devoradores, não tardou a se tornar uma estrela, o que aconteceu no início do sonoro, com Our Dancing Daughters (Harry Beaumont, 1928). Ao vê-la no filme, Scott Fitzgerald disse que ela encarnava o arquétipo da garota ousada e inconsequente da “era do jazz”.

Primeiro na MGM, depois na Warner, Joan era um fator seguro de sucesso, vivendo com frequência a mulher atormentada que não tem freios para conquistar o que deseja. É assim em A Woman’s Face (1941), Humoresque (1946), Êxtase de Amor (1947), Possessed (1947) e no revolucionário faroeste Johnny Guitar (1954), de Nicholas Ray.

Ganhou o Oscar por Mildred Pierce – Alma em Suplício (Michael Curtiz, 1945), num papel que se revelaria autobiográfico, o de quem busca a independência como mulher de negócios e tem uma filha ingrata. Em 1956, Joan casou-se com o presidente da Pepsi, Alfred Steele, e depois da morte deste virou executiva e porta-voz da empresa.

Durona com todos à sua volta, a atriz teve cristalizada sua imagem de megera no livro de memórias escrito pela filha adotiva Christina, Mamãezinha Querida, que virou série de tevê. Desnecessário dizer que Christina foi deserdada.

DVDs

As Mulheres (1939)
A ricaça Mary Haines (Norma Sherarer) descobre por meio de uma amiga fofoqueira (Rosalind Russell) que seu marido tem um caso com uma vendedora de loja (Joan Crawford). Famoso por sua classe na direção de atrizes, George Cukor nesta comédia se superou: só há mulheres em cena, e até os animais são todos fêmeas.

Alma em Suplício (1945)
Abandonada pelo marido, Mildred Pierce (Joan Crawford) investe numa cadeia de restaurantes para sustentar as filhas, apesar da má vontade da ingrata e egoísta mais velha, Veda (Ann Blyth). Eficiente drama noir de Michael Curtiz, baseado em romance de James M. Cain e roteirizado, entre outros, por William Faulkner.

O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (1962)
Numa mansão decadente, as velhas irmãs Blanche (Joan Crawford) e Jane Hudson (Bette Davis), ambas ex-atrizes de sucesso, trocam farpas sobre o passado. Blanche, presa a uma cadeira de rodas, é sempre atormentada por Jane, mas as aparências enganam nesse drama lúgubre de Robert Aldrich.

 

Redação

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