MANIFESTO DA JUVENTUDE DE GAZA PELA MUDANÇA
Foda-se o Hamas. Foda-se Israel. Foda-se o Fatah. Foda-se a ONU. Foda-se a UNWRA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente]. Fodam-se os EUA! Nós, a juventude de Gaza, estamos fartos de Israel, do Hamas, da ocupação, das violações dos direitos humanos e da indiferença da comunidade internacional! Nós queremos gritar e quebrar esse muro de silêncio, de injustiça e de indiferença assim como o F16 israelense quebrou a barreira do som; gritar com todo o poder de nossas almas para libertar essa imensa frustração que nos consome por causa dessa merda de situação em que vivemos; nós somos como piolhos entre duas unhas vivendo um pesadelo dentro de um pesadelo, sem espaço para esperança, sem espaço para liberdade. Nós estamos fartos de estarmos presos nessa luta política; fartos de noites escuras com aviões voando sobre nossos lares; fartos de fazendeiros inocentes serem atingidos por balas nas zonas-tampão porque eles estão cuidando de suas terras; fartos de homens barbados circulando com suas armas e abusando de seu poder, batendo ou encarcerando jovens por demonstrarem aquilo em que eles acreditam; fartos desse muro de vergonha que nos separa do resto do nosso país e nos mantém presos em território do tamanho de um selo; fartos de sermos retratados como terroristas, fanáticos com explosivos nos bolsos e maldade nos olhos; fartos da indiferença que encontramos na comunidade internacional, os assim chamados experts em expressar preocupações e esboçar resoluções, mas covardes ao aplicar qualquer coisa acordada; fartos e cansados de viver uma vida de merda, sendo aprisionados por Israel, espancados pelo Hamas e completamente ignorados pelo resto do mundo.
Nunca um manifesto começou de maneira tão forte: “Foda-se o Hamas. Foda-se Israel. Foda-se o Fatah. Foda-se a ONU. Foda-se a UNRWA (a agência da ONU encarregadas de proteger os refugiados palestinos). Fodam-se os EUA…”. É o grito dos jovens de Gaza que estão “fartos de serem retratados como terroristas, fanáticos com explosivos nos bolsos e maldade nos olhos; fartos da indiferença que encontram na comunidade internacional, (…) fartos e cansados de viver uma vida de merda, sendo aprisionados por Israel, espancados pelo Hamas e completamente ignorados pelo resto do mundo.”
Esse poderoso e inquietante texto, que [o jornal francês]Libération teve a excelente ideia de publicar em sua edição de 28 de dezembro, está disponível na página do Facebook do grupo “Gaza youth breaks out” (GYBO) [juventude de Gaza se rebela], como mostrao historiador Jean-Pierre Filiu, que se prendeu a uma monografia sobre esse pedaço de terra atormentada.
“Nós temos três exigências: nós queremos ser livres, nós queremos ter a possibilidade de viver normalmente e nós queremos a paz. É pedir demais?”, pede o manifesto. Um Estado informal desde a tomada do controle de Gaza pelo Hamas, em junho de 2007, esse território encravado entre o território israelense e o mar desapareceu da agenda diplomática internacional. Os apoiadores ocidentais da Autoridade Palestina instalada em Ramallah [Cisjordânia] (os Estados Unidos e a União Europeia) deixaram, provisoriamente, o território à própria sorte, deixando os islâmicos impor sua lei (ver o site dessa ONG palestina fechada à força há algumas semanas). Israel e o Hamas instalaram uma regra tácita do jogo para preservar seus interesses desde o fim da guerra entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.
Quanto importa GYBO atualmente? Ninguém o sabe, mas seu grito de raiva merece ser escutado.
Tradução de Alexandre Piffero Spohr
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Imagens retiradas daqui e daqui
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