Coluna Econômica
Um dos grandes desafios pós-eleições será juntar os cacos da radicalização que será inevitável no período.
O mundo e o Brasil, em particular, atravessam uma das maiores fases de mudanças da história, um processo de inclusão social e política que mudará a face da economia e da sociedade.
O Brasil dos excluídos era o principal empecilho para o desenvolvimento político, social e econômico brasileiro. Reduzia o potencial de consumo e, consequentemente, o de produção e emprego; provocava uma estratificação política similar à Velha República; mantinha a mancha da miséria e da desigualdade afetando a imagem do país no mundo e, principalmente, sendo o retrato do fracasso brasileiro, como nação. Longe de ser tratado como potencial a ser cuidado, durante anos a população miserável era vista como um peso, um encargo. Provavelmente, foram apenas os militares que tiveram a visão estratégica de entender a necessidade de uma grande população para um grande território – embora o regime militar tivesse cometido o descuido imperdoável de não incluir esses segmentos sociais.
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A descoberta das grandes massas consumidores e cidadãs está se dando em todos os grandes emergentes, Brasil, China e Índia, desde que passaram a desenvolver políticas de inclusão social.
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Como em todo processo de inclusão social, que chega ocupa parte do espaço de quem já está. E isso gera insegurança e conflito, tanto do lado dos incluídos quanto dos novos grupos.
A grande luta dos próximos anos será a de se entender o Brasil como a soma de todas as partes, do agronegócio à agricultura familiar, da multinacional brasileira lá fora e estrangeira aqui dentro à pequena e micro empresa; do milionário e do beneficiário do Bolsa Família, dos investidores do mercado de capitais à tecnocracia pública.
É um desafio gigantesco que exigirá o melhor dos esforços das pessoas de boa vontade. Nos próximos anos, haverá uma guerra entre a civilização e a barbárie, entre a o não preconceito e a intolerância.
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A dúvida que fica é sobre o país que sairá dessa batalha política. Passadas as eleições, haverá um rearranjo político, com novos partidos sendo formados, novas coligações, novo desenho político. Haverá a necessidade de criação de uma oposição forte, com ideias claras sobre o futuro. E que traga a perspectiva de alternância do poder, como em todas as democracias maduras.
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Paradoxalmente, a sombra de Lula dificultará essa acomodação de forças. A popularidade do presidente, junto com o reconhecimento da sua importância histórica, reduz as perspectivas de alternância de poder. Caso a oposição não vença as próximas eleições, sempre haverá dúvidas se, após Dilma voltará Lula ou não. E aí a tendência poderá ser de levar a disputa política para o campo da radicalização.
Independentemente do resultado das próximas eleições, no bojo de cada partido – do PT, PSDB, PMDB, PPS – haverá uma disputa entre a tolerância e o radicalismo.
Espera-se que a luz vença.
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