Sem vacina, sem plano, sem cronograma, Pazuello diz que vacinará toda a população em 2021

Jornal GGN – O general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, declarou nesta quinta (21) que pretende imunizar toda a população brasileira contra o coronavírus até o final de 2021.

Em entrevista à Joven Pan, ele disse que o País chegará “à metade de 2021, no início do segundo semestre, já com bastante cobertura.”

Para ele, “quando conseguirmos vacinar o suficiente para reduzir o contágio, a gente começa a entrar na normalidade.”

“Não tem que esperar vacinarmos 215 milhões de pessoas para termos os efeitos de uma estratégia de vacinação. (…) Teremos que conviver com o coronavírus, assim como convivemos com o HIV e o H1N1. Precisamos vacinar para reduzir o contágio até atingir níveis razoáveis, dentro de uma normalidade de casos”, disse.

Ainda segundo o ministro, o governo Bolsonaro comprará a coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, quando a Anvisa autorizar sua distribuição.

“Em português claríssimo: sim, vamos comprar as vacinas caso sejam registradas e comprovadas com preço dentro da lógica correta. Quando chegar registrado, certificado, dentro do preço, e dentro da qualidade e quantidade prevista, compraremos não só do Butantan como de qualquer produtora que esteja nesse nível.”

Ele reafirmou ainda que o plano de vacinação anunciado pelo governo de São Paulo, anunciado para 25 de janeiro, é impraticável. “A data depende, por exemplo, de registro da Anvisa. Essas declarações de que serão feitas vacinas no “dia tal”, plano paralelo, não podemos entrar dessa forma. Não posso vender um sonho que não possa bancá-lo”.

No dia anterior, em entrevista ao BRPolítico, Pazuello foi duramente criticado pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Mandetta revelou que o plano de imunização contra Covid divulgado até agora por Pazuello, na verdade, é uma cópia do plano de vacinação anual contra a gripe, e não servirá para a complexidade da pandemia de coronavírus. O governo não apresentou cronograma, nem priorizou corretamente os grupos de risco, tampouco sabe qual vacina irá usar e a estratégia logística para cada uma delas.

Mandetta também disse que o governo Bolsonaro errou ao colocar todo o dinheiro em apenas uma vacina, a de Oxford, que está com os ensaios atrasados e tem sido questionada pela comunidade científica internacional por causa da metodologia empregada nos testes clínicos.

Além disso, Mandetta indicou que o governo deve atrasar a aprovação pela Anvisa da Coronavac, apenas para não admitir uma derrota política para João Doria. Na visão do ex-ministro, quando a Coronavac for aprovada, Pazuello ainda pode usar o preço como justificativa para não comprar.

Em entrevistas passadas, Bolsonaro disse que a Coronavac é uma vacina mais cara que a de Oxford.

Leia também:

https://jornalggn.com.br/coronavirus/mandetta-revela-a-farsa-do-plano-de-vacinacao-de-bolsonaro/

 

Redação

Redação

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  • Não fosse este governo, o que anunciou em campanha, em montagem de gabinete, em oferta para "parceiros do exterior" e principalmente em diversos atos, ser aquele que veio para destruir, explorar, vender - ainda daria uns 2/3% de margem de confiança. Mudar a quem quer mudar, não é tarefa fácil, imagine mudar um Jair que se considera Messias, o enviado para cumprir uma tarefa.

  • Um apelo que se faz necessário e urgente é que a classe científica brasileira envolvida que estuda, que acompanha e que avalia o desenvolvimento das vacinas contra o COVID 19 e que serão ofertadas ao Brasil, ainda que não participem oficialmente do processo de escolha dessas vacinas possam, se possível, se reunirem virtualmente e construírem o mais rápido possível um comunicado para toda população brasileira afirmando, em bases científicas, o que pode acontecer, o que é verdade, o que não vai acontecer e o que não é verdade em relação aos diversos vídeos, de supostas autoridades da saúde, que infestam as redes sociais e falam da inconfiabilidade de todas as vacinas diante do curto e suspeito espaço de tempo recorde em que as vacinas estão sendo produzidas, testadas e certificadas. Há casos que dizem que as RNA escravizarão os movimentos de todos os vacinados, por toda sua vida. lembro que bem no início da pandemia um vídeo denunciava que o coronavirus foi feito em laboratório, já com o seu antidoto pronto para ser vendido aos governos de todos países do planeta e, para surpresa de todos, os denunciados no vídeo não eram orientais. A reunião não precisa ser transmitida ao público, mas deve ser realizada para que seja emitida um comunicado a nação, assinado por todos que concordarem com o texto e em linguagem popular, para que toda população conheça toda a verdade sobre a confiabilidade das vacinas e os riscos que cada um dos tipos poderá apresentar, ou não.

  • Claro que vai dar merda.
    Se temos no comando de um ministério um almoxarife que se revelou incompetente até para impedir vencimento de validade de produtos (testes covid), como acreditar que terá capacidade de organizar um plano abrangente onde deverão ser considerados todos os vetores logísticos (prazo, qualidade do produto, criterios de armazenagem e transporte, etc.)?

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