O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que as agências federais parassem o treinamento de sensibilidade racial, rotulando-o de “propaganda divisionista e antiamericana”.
Um memorando às agências governamentais diz que chegou ao seu conhecimento que milhões de dólares em dinheiro dos contribuintes financiaram esses “treinamentos”.
O documento diz que essas sessões apenas geram ressentimento na força de trabalho.
O Sr. Trump disse anteriormente que não acredita que o racismo sistêmico seja um problema nos Estados Unidos.
O memorando surge em meio aos protestos pela justiça social que varreram o país nos últimos meses.
O documento de duas páginas de sexta-feira do Diretor de Gestão e Orçamento Russell Vought é dirigido aos chefes dos departamentos executivos federais e agências.
“Todas as agências são orientadas a começar a identificar todos os contratos ou outros gastos da agência relacionados a qualquer treinamento em ‘teoria crítica da raça’, ‘privilégio branco’ ou qualquer outro treinamento ou esforço de propaganda que ensine ou sugira (1) que os Estados Unidos é um país inerentemente racista ou maligno ou (2) que qualquer raça ou etnia é inerentemente racista ou maligna “, diz.
O memorando diz que “de acordo com reportagens da imprensa, os funcionários do Poder Executivo foram obrigados a participar de treinamentos nos quais são informados que ‘praticamente todos os brancos contribuem para o racismo’ ou onde são obrigados a dizer que ‘se beneficiam do racismo’. “
Citando novamente reportagens da imprensa, o texto diz que algumas das sessões de treinamento “alegaram ainda que há racismo embutido na crença de que a América é a terra das oportunidades ou na crença de que a pessoa mais qualificada deve receber um emprego.
“Esses tipos de ‘treinamentos’ não apenas vão contra as crenças fundamentais pelas quais nossa nação tem defendido desde seu início, mas também geram divisão e ressentimento dentro da força de trabalho federal.”
Não ficou claro a quais relatórios o Sr. Vought se referia ou o que motivou o memorando. Mas essas sessões de treinamento foram destacadas pelo Discovery Institute, um think tank conservador sem fins lucrativos com sede em Seattle.
Chris Rufo, um de seus pesquisadores, disse à Fox News esta semana que o Departamento do Tesouro dos EUA está entre as agências federais que contrataram esses instrutores.
Rufo diz que seus pedidos de registros públicos mostram que essas sessões incluíram ensinar aos funcionários que os brancos defendem o sistema de racismo dos Estados Unidos e enviar executivos brancos para um treinamento obrigatório no qual escrevem cartas de desculpas às minorias.
O candidato democrata à presidência Joe Biden, que desafiará Trump pela Casa Branca em novembro, prometeu combater o racismo sistêmico se eleito.
“Por gerações, os americanos que são negros, pardos, nativos americanos, imigrantes, nem sempre foram totalmente incluídos em nossa democracia ou economia”, disse o ex-vice-presidente em julho.
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