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Violão e acordeão num show de “ciganagem”, por Carlos Motta

Violão e acordeão num show de “ciganagem”, por Carlos Motta

Dois expoentes do jazz manouche brasileiro, o guitarrista Mauro Albert e o acordeonista Marcelo Cigano, estarão juntos nesta sexta-feira, dia 8 de fevereiro, no show intitulado “Ciganagem”, embrião de um projeto em duo que os músicos pretendem desenvolver. O concerto está marcado para começar às 21 horas, no centro cultural Nau Catarineta (R. Cônego Serpa, 30, Santo Antonio de Lisboa), em Florianópolis, com ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada).

Mauro e Marcelo se encontraram pela primeira vez numa das edições do Festival de Jazz Manouche de Piracicaba e desde então, juntos, acompanharam artistas internacionais como Jon Larsen e Irene Ypenburg, formando o que definem, brincando, de “dupla dinâmica”, com uma natural camaradagem e sintonia musical, aliando sensibilidade e  técnica apurada, uma das características do jazz cigano, gênero criado pelo guitarrista belga Django Reinhardt na década de 30 do século passado e que se espalhou por todo o mundo.

O concerto dessa sexta-feira será registrado com o propósito de lançamento em CD e DVD. Do repertório constam temas do jazz manouche e  tradicional, clássicos do cancioneiro cigano, composições autorais e releituras de tangos e músicas brasileiras, apresentando uma fusão de estilos com interpretação “visceral e sensibilidade à moda cigana”, segundo Mauro.

O guitarrista, também compositor e pesquisador, já gravou quatro álbuns com composições autorais dedicados ao jazz cigano. Suas composições foram lançadas em coletâneas ao lados dos principais nomes do jazz manouche mundial. Desde 2014 é artista do selo Hot Club Records, a principal gravadora de jazz manouche, com sede em Oslo, Noruega. Referência no ensino do estilo no Brasil, Mauro realiza workshops e aulas para alunos de diversas regiões do país e da América Latina. Como colaborador da revista “Guitar Player” escreveu lições, pioneiras no Brasil, dedicada ao jazz cigano.

O acordeonista Marcelo Cigano é, reconhecidamente, um dos maiores virtuoses brasileiros em seu instrumento. Músico autodidata, nascido em uma família cigana da Sérvia, começou a tocar com oito anos de idade por influência de seu pai, também acordeonista. Transita com extrema tranquilidade entre diversos gêneros musicais – samba, choro, forró, jazz cigano, bossa nova, tango e a música dos Balcãs. Em 2014 lançou seu primeiro CD, intitulado “Influência do Jazz “, com participações especiais de Hermeto Pascoal, Toninho Ferragutti, Lea Freire e Thiago Espírito Santo, entre outros. Depois desse disco veio “Riat Romani”, com repertório focado em suas origens, no jazz manouche e em músicas dos Balcãs, gravado ao vivo com o grupo curitibano Jazz Cigano Quinteto, formado por Vinícius Araújo, Djon Theo, Lucas Miranda, Wagner Bernet e Matheus Azevedo. Atualmente, Marcelo prepara o repertório de seu terceiro disco. Entre as músicas que vão compô-lo estão “Pra Nós 2”, de Hermeto Pascoal, e “El Cigano”, de Ludovic Beier, ambas compostas em sua homenagem.

 

Redação

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