Deputado do Novo divulga foto ao volante e seguidor relembra atropelamento fatal, por Adelle B.

*Editado em 24 de outubro com resposta do deputado Marcel Van Hattem

Deputado do Novo divulga foto ao volante e seguidor relembra atropelamento fatal

por Adelle B.

Um post feito no perfil do Twitter do Partido Novo na última segunda-feira (23), trouxe à tona uma história pouco divulgada no Congresso. Na imagem, que se vale dos congressistas da legenda abrirem mão de motorista, o deputado ao volante é justamente um parlamentar que atropelou e matou um trabalhador em 2006.

O caso, envolvendo o hoje deputado federal eleito pelo Novo, Marcel van Hatten, chegou a ser apurado por deputados da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, mas não foi para frente. A informação é de que a ação não chegou à fase de inquérito e após cinco anos parado na Justiça, foi julgado apenas como lesão corporal.

Segundo parentes da vítima, o parlamentar usou as vantagens do posto que ocupava, sendo beneficiado por ser uma figura pública no estado.  Nos autos do processo [aqui o processo], é possível comprovar que o veículo conduzido por van Hatten estava em alta velocidade e, por isso, teria invadido o acostamento onde se encontrava Adair Wiest.

Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), o deputado chegou a emitir nota em 2015, período em que a denúncia chegou à Assembleia, afirmando que a retomada do assunto estava sendo explorada para fins políticos.

No Twitter (https://twitter.com/eifrodo/status/1176326445959917570?s=20), no entanto, um seguidor foi bastante enfático ao lembrar do fato. “Simbólico que ao volante esteja um deputado que atropelou e não prestou socorro a um trabalhador que veio a falecer em decorrência do atropelamento”, escreveu.

Outro lado

A assessoria do deputado federal Marcel Van Hattem (Rede-RS) encaminhou ao Jornal GGN um vídeo, gravado em 2016, onde o parlamentar se defende da acusação de que não prestou socorro à vítima do acidente de carro.

“Apesar de ser um assunto muito pessoal e delicado, nunca me neguei a falar sobre ele. Em 2006, há quase dez anos, sofri um acidente de trânsito. Infelizmente uma pessoa veio a ser gravemente ferida e, meio ano depois, veio a falecer”, diz Hattem no vídeo.

Ele segue afirmando que acidentes podem acontecer com qualquer um, apontando que “há quem se utilize de tragédias pessoais para fins políticos, para assassinar a reputação de pessoas com quem não concordam”.

Hattem pontua que a versão de que ele não prestou socorro à vítima é uma versão equivocada do fato comprada, por exemplo, pelo jornalista do programa Balanço Geral, da TV Record, Alexandre Motta. Mais tarde o apresentador fez um pedido público de desculpas ao parlamentar. 

O trecho da fala de Alexandre Motta pedindo perdão foi inserido no vídeo. “Lamentavelmente acabei sendo levado a interpretar muito mal essa história. Errei e reconheço que não poderia ter chamado o Marcel de assassino”, disse o jornalista em programa exibido em julho de 2016. 

Redação

Redação

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  • 2 mortos da familia do meu tio em Brasilia, comeco dos anos 80.

    Causa: carro em alta velocidade dirigido por filho de politico.

    Caso nao foi a lugar nenhum, e ate hoje familia nao recebeu um centavo de compensacao.

  • Atropelou e MATOU o cidadão e foi julgado por lesão corporal ?
    Essa é a justiça Nova, tão velha quanto o partido Novo.
    E os amigos e familiares do Adair ? Ficaram reclamando com os vizinhos ?

  • Para querer mostrar que vão ao trabalho como a maioria do povo brasileiro esses deputados deveriam estar em um Ônibus lotado ou no metrô em horário de pico....muita hipocrisia!

  • Poderiam economizar muito mais. Bastaria que se reunissem apenas para tratar demandas de interesse do pais, recebecem por demanda (agrupadas ou não conforme o interesse nacional) e tudo que gravitasse ao redor seria terceirizado ou comprado especificamente para o evento.
    Ao fim das votações seriam executadas auditorias financeiras para garantir conformidade com o orçamento.

  • Um eterno infrator da direita, que tem certeza de que seus privilégios são direitos. Ao ensejo: e o cinto de segurança para o condutor e passageiros?

  • Mais um representante da despudorada direita brasileira, que tem a convicção de que seus privilégios são direitos e jamais serão enfrentados. A propósito: cinto de segurança para condutos e passageiros? Necas. Sua excelência pode tudo.

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