Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro impôs uma vitória para o filho Carlos sobre os generais ao decidir seguir adiante com a demissão do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. A análise é de Janio de Freitas, na coluna desta quinta-feira (21), na Folha de S.Paulo.
Pode parecer o contrário, uma vez que Bebiano foi substituído por um general, Floriano Peixoto, mas Janio destaca que o “batalhão de generais da cúpula do governo” era quem defendia a permanência do ex-ministro. Portanto, o fim do embate em favor do filho e vereador enfraqueceu o poder político dos militares e aumentou a dúvida sobre o papel dessa frente dentro do governo.
“Bolsonaro pôs-se acima da tutela dos generais, o que era imprevisto e significa a diminuição deles. Já nos primeiros sinais contra a permanência de Bebianno, o batalhão empenhou-se em defendê-lo. Indagado sobre o problema, o vice e general Mourão mostrou-se confiante na potência do grupo: “Vamos pacificar isso”. Para Bolsonaro, tratava-se de desconsiderar a firme opinião do filho Carlos, o pitbull, ou seguir o batalhão tutelar. Bolsonaro impôs aos generais uma vitória para o filho. Negou-os como força que compartilhe o poder. Bebianno foi demitido”, arremata Janio.
O que fica em aberto na análise política são dois pontos: primeiro, o que o presidente fará com a cota de poder conquistado e, segundo, o que os militares farão sem o exercício pleno da tutela do poder.
“Tanto pode ser [para os militares] buscá-la no muque, como, bem à brasileira, seguir “o capitão” nos desatinos —afinal, comprometido na criação e no antigoverno de Bolsonaro o Exército já está”, avalia Janio.
A fidelidade dos militares para com Bolsonaro aparenta ser o caminho. Logo após a queda de Bebianno, o vice-presidente e general, Hamilton Mourão, acusou o ex-ministro de deslealdade.
“Diminuiu uns pontinhos no desprestígio, conseguindo achar que há um mais desleal que o outro —o ministro que grava na moita “o capitão” ou o pai que mente com o filho, diante do país, para efetivar uma demissão de causa duvidosa”, ironiza o colunista se referindo ao fato de a queda de Bebianno estar mais ligada ao encontrou que estava marcado com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet, do que em razão das verbas públicas manobradas pelo PSL e que pode fazer o partido a responder pelo crime de candidaturas “laranjas”.
Se este último fato fosse responsável pela queda de Bebianno, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, responsável direto pela gestão dos valores que, supostamente, foram lavadas em candidaturas laranjas em Minas Gerais, também teria perdido o cargo.
Outro episódio que aumenta a teoria do enfraquecimento da linha militar no governo foi a decisão na Câmara dos Deputados de derrubar o decreto que alterou as regras da Lei de Acesso à Informação. Com esse texto, o governo permitia que ocupantes de cargos comissionados da gestão também teriam o poder de classificar dados do governo federal como informações ultrassecretas e secretas.
A proposta foi assinada pelo vice-presidente Hamilton Mourão, quando presidente interino. “O general Augusto Heleno é dado como o articulador do decreto”, acrescenta Janio. Para ler a coluna na íntegra, clique aqui.
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A exoneração do Bebianno enfraquece todo mundo, inclusive o próprio Bolsonaro.
Porque o Bebianno foi exonerado enquanto o Ministro do Turismo foi poupado?
É porque o Alexandre Frota disse que as laranjas podres serão esmagadas. O Bebianno, ao contrário do Ministro do Turismo é uma laranja podre e uma rotten orange spoils the whole barrel.