Política

Denúncia de interferência de pastores em verbas no MEC gera notícia-crime no STF e bancada evangélica se manifesta

Após a liberação do áudio do ministro da Educação, Milton Ribeiro, expondo a interferência de pastores nos repasses de recursos do MEC pelo governo de Jair Bolsonaro, foi protocolada uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) e a bancada evangélica estuda pedir a renúncia do ministro.

Áudio divulgado por reportagem da Folha de S.Paulo, na manhã de hoje (22), mostra o ministro afirmando que Jair Bolsonaro pediu para ele liberar verbas em prefeituras quem “atendam a todos os que são amigos do pastor Gilmar [Santos]”.

Dois pastores sem cargo público, Santos e Arilton Moura teriam esse papel de intermediar a liberação dos recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) do MEC, para obras ou investimentos em determinadas cidades.

Diante da denúncia, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) enviou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de um inquérito contra o ministro.

“Pedirei hoje ao STF a imediata abertura de inquérito p/ apurar as gravíssimas denúncias que pesam contra o ministro”, escreveu em suas redes sociais.

“É uma vergonha ver um agente público a serviço de interesses escusos. Eventuais crimes precisam ser apurados. Um áudio revela um gabinete paralelo de atravessadores dentro do ministério. A pasta não pode ser explorado (sic) criminosamente com fins eleitorais”, completou.

Receosos de se verem afetados pelo áudio, lideranças da bancada evangélica no Congresso também pediram explicações ao ministro Milton Ribeiro, afirmando estarem indignados.

Segundo coluna de Monica Bergamo, o próprio presidente da bancada, Sóstenes Cacalvante (PL-RJ), que é aliado de Bolsonaro, informou o ministro que ele será convocado para esclarecer as informações.

Já o vice-presidente da bancada evangélica, Luis Miranda (Republicanos-DF), que é oposição a Bolsonaro, disse que se “os fatos forem comprovados”, deverá ser feita a “exoneração do ministro”.

“Conversei com vários integrantes da bancada evangélica, e mesmo os que apoiam o governo não têm o ‘privilégio’ de ver seus pleitos atendidos desta forma. Um ministro não pode defender interesses privados, mas sim de toda a sociedade”, disse, segundo a coluna.

Redação

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