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FHC chama à razão a Madame Bovary do PSDB

Do Brasilquevai

FHC intervem em carnaval portenho de Serra

  

A crise interna do PSDB aumentou mais alguns graus com a notícia de que Serra e seu agente nas prévias que o PSDB realiza para a escolha do candidato a prefeito de São Paulo, Andrea Matarazzo, foram a Buenos Aires confabular na busca de uma fórmula a ser levada ao governador Alkimin que torne irrelevante o processo de escolha deflagrado pelo mandatário.
Desta vez, uma voz balizada levanta-se contra as conveniências da cúpula partidária, saindo em defesa da militância e da credibilidade da legenda.  

Essa voz é a de Fernando Henrique Cardoso, que pela boca do ex-secretário geral da presidência do governo que presidiu, Eduardo Graeff, manda dizer a Serra e ao governador que é inadmissível fazer dos militantes, e principalmente dos eleitores da cidade, massa de manobra na disputa política dentro do partido.

O porta-voz de FHC vai além e diz que caso insistam na tentativa de desqualificar a militância pela via da burla às prévias, as lideranças estarão destruindo a agremiação, a ponto de transformá-la em algo próximo a uma caciquia de líderes do tipo do que é hoje o PMDB. Ao mesmo tempo chama de arrogante a tentativa de Serra de fazer da cidade trampolim para suas ambições políticas.

Engrossa o coro dos que repudiam as manobras destinadas a transformar as prévias tucanas em mero jogo de cena, a voz balizada de um dos fundadores do PSDB e amigo de Mário Covas quando vivo, Arnaldo Madeira, que provocou Alkimin lembrando-lhe que o próprio Covas o lançou a prefeito em 2000 quando detinha apenas 1% dos votos nas pesquisas, o que não o impediu de tornar-se governador.

Ambos rechaçam a idéia de que qualquer pré-candidato sufragado nas prévias venha a desistir em favor de Serra. Tal hipótese só lhes é admissível se o eventual desistente anunciar antecipadamente que o fará.  

O racha agora estabelecido dentro da cúpula tucana – somado à rebelião da militância – é motivo bastante para que Kassab não envolva o seu PSD na desesperada aventura das cúpulas estadual e federal do partido dos tucanos e ceda à pressão dos correligionários de outros estados que não vêm nenhum proveito no apoio a Serra receosos de prejuízos na aproximação com o governo Dilma.

Sem uma composição orgânica entre PSD e PSDB, que dê ao último um vice kassabista os esforços despendidos para impor Serra ao partido serão, de todo modo, eleitoralmente inócuos. Tudo leva a crer que a máquina da prefeitura não se engajaria de verdade em favor da eleição do ex-governador, cristianizando-o em benefício do projeto nacional do prefeito.

E é assim que o balão de Serra vai murchando, no mesmo passo em que cresce a percepção entre tucanos de que é melhor perder com honra do que perder com o partido destroçado.

Luis Nassif

Luis Nassif

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