Os manifestantes presos já foram transferidos para presídios. Os homens foram levados para o presídio de Água Santa e as mulheres para o presídio Bangú 8.
Veja o comunicado à imprensa divulgada pelo PSTU:
“Diante do protesto desta sexta-feira, contra a visita de Obama e a violenta repressão policial, o PSTU vem a público declarar que:
1 – O ato pacífico foi organizado pela CSP-Conlutas, pela Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre – ANEL e por diversos sindicatos.
2 – O protesto faz parte de uma jornada nacional, que inclui atos em outras cidades e tem como objetivo denunciar a visita de Obama, a entrega do petróleo, os acordos de livre comércio com o governo brasileiro. Também pretende apoiar a revolução árabe e denunciar os ataques do imperialismo aos povos do mundo, como no Iraque, e que agora se repete na Líbia.
3- O PSTU apoiou o protesto e participou ativamente de sua organização. Durante a semana, o partido tem realizado várias ações contra a visita de Obama, com milhares de cartazes e até faixas em um avião que circula pelos céus do Rio de Janeiro.
4 – Desde as 16h, horário marcado para a concentração, os policiais demonstravam que não tolerariam o protesto. Chegaram a impedir a entrada de um carro de som na Candelária e não queriam deixar que a caminhada seguisse pela Av. Rio Branco.
5 – Apenas depois de uma longa negociação, de quase duas horas, a passeata pôde deixar a Candelária. No momento, já somavam 400 pessoas, inclusive muitas crianças. A passeata foi aplaudida ao longo da Av. Rio Branco, demonstrando que o apoio à visita não é unâmime.
6 – O acordo com o comando policial previa que a passeata seguiria até o Consulado dos EUA, onde seria feito apenas um ato simbólico, seguindo até a Cinelândia. O objetivo era ocupar a praça, símbolo de resistência à ditadura militar, e que Obama tentou usar agora como palco para seu discurso.
7 – Em frente ao Consulado, o ato iniciou com discursos, palavras de ordem. Simbolicamente, sapatos foram atirados contra uma bandeira dos Estados Unidos, repetindo um gesto comum nas revoltas árabes.
8 – No momento em que estavam reunidos em um grande círculo, os manifestantes e os jornalistas escutaram uma explosão ao fundo e foram surpreendidos com o avanço da polícia, que atacou com cassetetes, atirou com balas de borracha e lançou bombas de gás e depois perseguiu os manifestantes pelas ruas vizinhas. As cenas desse momento foram gravadas por manifestantes e estão em nosso site.
9 – Dezenas de pessoas ficaram feridas e entre 12 e 15 manifestantes foram presos. Entre eles, um estudante, menor de idade. Até as 22h, ninguém havia sido solto.
10 – A polícia declarou que coqueteis molotov foram jogados contra os policiais, atingindo um segurança do Consulado. Sobre isso, declaramos que nem o PSTU e tampouco qualquer uma das entidades que organizaram o ato concordam ou apoiam atitudes como essa no ato, convocado como uma manifestação totalmente pacífica.
11 – Este espírito pacífico era compartilhado pelos manifestantes. Entendemos que transformar a passeata em uma batalha apenas favoreceria o imperialismo, evitando que se discuta as verdadeiras intenções da visita. Neste sentido, desconhecemos os autores do ataque e queremos vir a público declarar nossa desconfiança de que provocadores tenham se infiltrado no ato, com esse objetivo.
12 – Os artefatos lançados não justificam a reação completamente desproporcional da polícia do governador Sérgio Cabral, que agiu atacando e prendendo a esmo. A selvageria se seguiu por várias horas, com policiais perseguindo manifestantes pelas ruas próximas a Cinelândia, revistando e prendendo sem provas.
13 – A ação policial derruba por terra qualquer respeito à liberdade e os direitos humanos e indica uma criminalização dos protestos, ao melhor estilo dos Estados Unidos. Um exemplo foi dado na delegacia, quando policiais exibiram suas “apreensões”: uma garrafa de cerveja que teria sido usada como parte de um coquetel molotov e um soco inglês. Para que a imprensa fotografasse, foi colocada uma bandeira e um cartaz do PSTU, atribuindo responsabilidade sobre os ataques. Desde quando uma bandeira, um símbolo de um partido político pode ser apresentado como algo criminoso?
14 – Exigimos uma investigação e uma resposta do governador Sergio Cabral e de seus secretários de Segurança e de Direitos Humanos sobre os fatos desta sexta-feira. Imediatamente, exigimos a libertação de todos os presos, principalmente o menor de idade, que, pela lei, não poderia estar em uma delegacia policial.
15 – Por último, o PSTU afirma que não deixará de protestar contra os Estados Unidos por conta dos ataques da polícia de Sergio Cabral. Continuaremos nas ruas, e nosso próximo ato será no domingo, às 10h, no Largo do Machado. Convocamos todos a participarem deste ato, e transformar esse dia em um grande repúdio à violência de hoje e a criminalização dos que lutam.
Rio de Janeiro, 18 de março de 2011″
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Parlamentares também divulgaram nota:
“Pela imediata libertação dos presos da passeata de protesto do Rio!
Nós, parlamentares e dirigentes políticos fluminenses, estamos empenhados na imediata libertação do(a)s cidadã(o)s – trabalhadores e estudantes – presos por estarem participando de manifestação democrática e pacífica, em 18/3, contra a política intervencionista dos governos dos EUA no mundo.
Em inquérito sumário e célere, 12 pessoas foram acusadas de atirarem ‘artefato incendiário’ e ‘causar lesões corporais’ em funcionário do Consulado norte-americano no Rio e se encontram encarcerados. Os homens, inclusive, já tiveram suas cabeças raspadas!
Desafiamos as autoridades policiais do Rio de Janeiro e também o próprio Consulado estadunidense a provar o envolvimento de qualquer dos detidos no ato de vandalismo.
A continuada detenção desses militantes é arbitrária e injusta, e o Judiciário precisa acolher os pedidos de Habeas Corpus.
Liberdade para os presos já!
Sábado, 19 de março de 2011
Assinam:
Senador Lindberg Farias (PT),
Deputados Federais Chico Alencar (PSOL), Jean Wyllys (PSOL) e Stepan Nercessian (PPS),
Deputados Estaduais Janira Rocha (PSOL) e Marcelo Freixo (PSOL),
ex-Deputado Federal e Presidente Regional do PSTU, Cyro Garcia.”
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Veja aqui quem são os presos:
Andriev Martins Santos – estudante da UFF
Gabriel de Melo Souza Paulo – estudante de Letras da UFRJ, DCE-UFRJ
Gabriela Proença da Costa – estudante de Artes da UERJ
Gilberto Silva – eletricista
Gualberto Tinoco “Pitéu” – servidor do estado e dirigente sindical do SEPE
João Paulo – estudante Colégio Pedro II
José Eduardo Braunschweiger – advogado
Maria de Lurdes Pereira da Silva – doméstica
Pâmela Rossi – professora do estado
Rafael Rossi – professor de estado, dirigente sindical do SEPE
Thiago Loureiro – estudante de Direito da UFRJ, funcionário do Sindjustiça
Vagner Vasconcelos – Movimento MV Brasil
Yuri Proença da Costa – funcionário dos Correios
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Assine a petição pública online pela imediata libertação dos presos políticos:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=PSTU
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Veja as fotos da prisão e da transferência dos ativistas da delegacia para o presídio (fotos de Samuel Tosta):
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