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Pastores reavaliam posturas devido a equilíbrio entre Lula e Bolsonaro em eleitorado evangélico

As pesquisas mais recentes sobre as intenções de voto para as próximas eleições presidenciais vêm registrando mudanças importantes no panorama dentro do setor evangélico. A medição divulgada nesta segunda-feira (21/2) pela CNT/MDA mostra um Lula com 30% e em alta, enquanto Bolsonaro, que tem 40%, parece estar perdendo eleitores nesse segmento.

Esse cenário começa a mostrar suas repercussões nas posturas adotadas por alguns pastores que apoiaram abertamente a campanha de Jair Bolsonaro em 2018, e que parecem não estar dispostos a repetir o feito este ano.

Matéria do Estadão publicada na última sexta-feira (18/2), de autoria de Daniel Weterman e Felipe Frazão, traz declarações de importantes líderes evangélicos em claro movimento de distanciamento com relação ao atual presidente.

Um caso significativo é o de David Soares, pastor da Igreja Internacional da Graça de Deus. Em entrevista, o pastor afirma que “Faz tempo que não falo com Bolsonaro. O país está nessa crise da pandemia, fecharam as coisas, o povo ficou desempregado”. A postura não parece ser necessariamente crítica, mas diferente do apoio explícito a Bolsonaro, manifestado em 2018.

A neutralidade parece ser a posição da maioria, mas também há casos de aproximação com a figura de Lula, reflexo do seu crescimento dentro desse eleitorado, segundo as pesquisas.

A coluna de Maria Carolina Trevisan, publicada no UOL nesta terça-feira (22/2), lembrou o caso do pastor Paulo Marcelo Shallenberg da Assembleia de Deus, que declarou seu voto em Lula, o que provocou reação de Silas Malafaia e outros líderes da instituição, tentando desvinculá-lo da igreja e dizendo que ele não os representa.a

Outro pastor da Assembleia de Deu, José Wellington Bezerra da Costa, disse ao Estadão que “o presidente Lula é uma pessoa nordestina como eu, e a mim não interessa falar mal dele e de nenhum deles. Política é muito mutável, muito dinâmica. Hoje você entende uma coisa e amanhã pode entender outra. Estamos caminhando e pedindo para que Deus dê o melhor para o Brasil”.

Na mesma coluna do UOL, o doutor Vinicius do Valle analisou as declarações recentes dos pastores, e apontou que “a Assembleia de Deus é a principal denominação evangélica do país, mas não é uma igreja única, e sim um conjunto de igrejas aglomeradas em dezenas de ministérios e convenções. Apesar de heterogênea, estava politicamente alinhada de forma praticamente unânime com Bolsonaro. Não está mais”.

Redação

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