Wagner diz que não almeja Senado e admite deixar o governo

O governador Jaques Wagner (PT) manifestou o seu desejo de voltar à Câmara Federal e disse que não descarta a possibilidade de deixar o governo antes do término do mandato, em 2014, para disputar a eleição. Em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, na manhã desta sexta-feira (19), Wagner disse que passaria tranquilamente o bastão para o vice-governador Otto Alencar (PP), em março de 2014, para disputar o pleito, e negou qualquer tipo de vontade de buscar uma cadeira no Senado.

“É o ano da Copa do Mundo. Há muitos eventos importantes. Mas posso sair também em março. Minha relação com Otto é muito boa. Creio que esse governo tem dado certo porque juntou a minha forma de fazer política, com a forma dele. Creio que a gente caminhando desse jeito, chegamos bem em 2014”, argumentou, antes de sugerir que almeja retornar à Câmara dos Deputados. “Quero ajudar a presidenta Dilma a governar com meu trabalho na Câmara (…). Seguramente, senador eu não vou ser”, garantiu.

Sucessão em 2014

Jaques Wagner garantiu ainda não ter escolhido quem irá apoiar para, eventualmente, sucedê-lo. Segundo ele, ainda há muito o que conversar com os partidos da base aliada, já que além de nomes do PT, há importantes quadros de outras legendas que vislumbram o posto.

“Candidato a governador só vamos começar a discutir a partir do ano que vem. (…) Vamos conseguir manter a unidade desse grupo”, disse, referindo ao PT e siglas aliadas.

Wagner lembrou que o grupo político liderado por ele elegeu, até aqui, 350 das 417 cidades baianas, configurando certa hegemonia.

Segundo turno em Salvador

Em defesa da candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino (PT), que disputa o segundo turno da eleição em Salvador com o também deputado ACM Neto (DEM), ele buscou salientar o que considera o lugar ocupado pelo opositor no cenário político atual. “O problema da candidatura do DEM é que se trata de uma candidatura isolada”, disparou. No entanto, negou que, caso Neto seja eleito, seu partido venha a retaliá-lo. “O acesso sempre terá. E a presidenta Dilma recebe todos os prefeitos de capitais”, pontuou.

Ele comentou ainda as críticas que tem sofrido durante a campanha por parte de ACM Neto e outros adversários políticos atuais. “A oposição é para isso mesmo”, considerou, dizendo ser um papel natural dos oponentes políticos “apontar apenas o que está errado” e não levar em consideração os feitos de sua gestão.

Sobre o PMDB, que faz parte da aliança nacional, mas que na Bahia é oposição, Wagner disse que não comentaria questões internas da legenda no âmbito local.

Críticas a João Henrique

O governador evitou qualquer tipo de ataque ao prefeito João Henrique (PP), que deixará o cargo após oito anos com uma das maiores rejeições da história. Apoiador da candidatura de JH em 2008, ele explicou por que mantém a postura de não atacá-lo.

“O meu estilo é outro. Eu vou ficar massacrando o prefeito? Não faço isso. (…) O problema é que Salvador vive uma instabilidade político-administrativa muito grande nos últimos (oito) anos. No que eu pude ajudar, ajudei. Agora, o dia-a-dia da cidade, eu não posso fazer”, resumiu, antes de voltar a defender a eleição de Pelegrino como forma de manter um programa de governo alinhado com o estado e a federação.

Projetos agregados

Aproveitando o momento, Jaques Wagner parabenizou o ex-candidato do PMDB à prefeitura, Mário Kertész, por seu desempenho nas discussões políticas na primeira etapa da campanha e nas urnas, com os 10% de votos na capital. Segundo ele, projetos apresentados pelo radialista serão avaliados numa eventual vitória de Pelegrino.

“O importante é o candidato sair maior do que entrou. Você poderia ficar aqui no conforto do comunicador da rádio, mas não. Mostrou que a crítica aqui podia se transformar em projeto e pode saber que muitos deles serão analisados, caso Pelegrino seja eleito”, afiançou.

Dilma e Lula em Salvador

O governador também comentou a vinda dos presidentes Dilma Rousseff e Lula à Bahia, para participar de atos em apoio à candidatura de Pelegrino. Sobre a atual chefe do Executivo nacional, afirmou que ela chega a Salvador no início da noite e segue direto para Cajazeiras, onde participa de comício.

Wagner brincou, dizendo que “para quem gosta da novela, vai dar tempo de ir para casa assistir”. O horário do ato político foi antecipado por conta da exibição do último capítulo de “Avenida Brasil”, folhetim da Globo que seria exibido em telão, no Campo da Pronaica, em Cajazeiras, logo após o pronunciamento de Dilma. A ideia foi vetada pela Justiça, por configurar showmício, o que não é permitido pela Lei eleitoral.

Já sobre a vinda do ex-líder nacional, o governador adiantou que ele participa de uma carreata na próxima quarta-feira na região do Subúrbio Ferroviário e, logo após, faz um pronunciamento para militantes e seguidores na região, também em apoio à eleição de Pelegrino.

Fonte: http://www.metro1.com.br/portal/?varSession=noticia&varEditoriaId=10&varId=20268

Redação

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