“Poderia ter anunciado suspeito” do caso Marielle, diz ex-interventor

Para não buscar “protagonismo” na investigação, general Braga Netto decidiu não anunciar nome de suspeito
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Jornal GGN – O comando da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro tem o nome de um suspeito da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, mas decidiu não divulgar, antes da polícia civil concluir o caso para não roubar o “protagonismo” na investigação.
A declaração foi feita nesta sexta-feira (11,) ao jornal O Globo, pelo ex-interventor, general Walter Braga Netto, durante evento de transmissão de cargo no comando do Exército, em Brasília.
“Nós fizemos todo um trabalho. Não procuramos um protagonismo. Eu poderia ter anunciado quem a gente acha que foi, ou dito ao (general) Richard (Nunes, secretário de Segurança Pública durante a intervenção, para que o fizesse), mas quisemos fazer um trabalho realmente profissional”, justificou à reportagem.
As investigações sobre morte de Marielle e Anderson se arrastam há quase dez meses, sem respostas. Ao tomar posse ontem (09), como diretor do recém-criado Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no Rio de Janeiro, o delegado Antônio Ricardo disse à Agência Brasil que o trabalho de investigação no caso “está bem avançado”, acrescentando que não é capaz de “prever a conclusão”.
“Temos suspeitos e uma série de dados ainda em análise, e não queremos concluir essa investigação com a menor margem de dúvida para a defesa. Queremos concluir a investigação o quanto antes, mas com a maior riqueza de provas possível”, afirmou.
Ao ser questionado se era possível ter feito o anúncio ao término da intervenção, em 31 de dezembro, o general Braga Netto, por sua vez, explicou ao Globo que, “se mantiverem as equipes que estão fazendo as investigações, vão chegar a um resultado em breve”.
Braga Netto destacou que ainda é interventor, mas agora passa a tratar especificamente do “legado” deixado pela atividade.
Apesar do tom positivo, o assassinato da vereadora Marielle e do motorista Anderson Gomes, na região central do Rio de Janeiro, dentro do perímetro de atuação da intervenção federal, é a principal marca do decreto do então presidente Michel Temer. A administração do legado permanecerá até 30 de junho na capital carioca, quando voltará inteiramente para as mãos do Estado, agora sob gestão Wilson Witzel (PSC).
O delegado da polícia civil carioca, Antônio Ricardo disse, ainda, nesta quinta, que as investigações do caso Marielle continuarão a cargo do chefe da Delegacia de Homicídios da capital, Giniton Lages, acusado de pressionar o ex-policial e miliciano, Orlando Oliveira de Araújo, a confessar que matou Marielle a mando do vereador Marcelo Siciliano (PHS-RJ).
A denúncia levou a Polícia Federal a abrir uma investigação sobre a conduta da delegacia de homicídios no inquérito Marielle.
Quatro dias antes de morrer, Marielle utilizou seu perfil nas redes sociais para fazer uma denuncia contra policiais do 41º Batalhão da Polícia Militar de Acari que estariam “aterrorizando e violentando moradores” do bairro carioca.
Redação

Redação

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  • O título não convida

    O título não convida à leitura porque do jeito que está,  não faz sentido.

    Quando a gente lê, lá pelo meio, é que vai entender que foi a fala do o ex interventor :

    "Eu poderia ter anunciado o suspeito do caso Marielle", diz ex-interventor

     

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