Eu tenho uma filha mulher e, bastante por conta deste fato, minha atenção em relação à necessidade de políticas extremamente mais feministas vem sendo acelerada de forma exorbitante. Superlativa como a frase aconteceu.
Pode ser que alguns de vocês questionem: “mas você é mulher, não sentiu esta necessidade antes?”. A quem responderei, temendo parecer alienada: “não”. Provavelmente porque o machismo é tão inerente à nossa cultura que, desculpe o auê, ser tratada com menor valia me parecia normativo. Hoje, auto-análises mil, percebo que muitos foram os momentos onde a ignorância sobre o meu real valor – lembrando: nem tão alto que me dá o direito de qualquer coisa nem tão baixo que me torna irrelevante – fez com que eu engolisse sapos que se transformaram em enormes dores da alma, dessas que a gente tem que fazer muita terapia pra cuidar. E, então, desde que sou mãe dessa moça, os cuidados me começaram a ser válidos. Encontro que palavras não explicam, a maternidade, uma das expressões mais peculiares às mulheres (pelo simples fato de ser de verdade reservado às mulheres – homens são pais e ponto final), salvou o feminino que em mim habita.
E então percebo que o mundo ainda tem muito o que caminhar, andar, correr – ainda existe a mulher pra casar e a mulher pra trepar; ainda existe a exibida e a recatada e não, não são apenas adjetivos, são julgamentos profundos e que machucam literalmente por aqui e acolá. Ainda existe tudo isso e com as negras é bem pior, o que já é bizarro por si só. Mas ainda existe eu e minha filha, e existe a Geisy Arruda e existem mulheres que sabem que ainda é preciso fazer muita, mas muita coisa mas que, enfim, é isso o que a gente vai continuar fazendo: muita coisa, porque num mundo onde existe trabalho a ser feito pra transformar, alguns tem o papel de aprender e outros, também por definição, de ensinar.
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Creio que a Geisy não seja
Creio que a Geisy não seja bem um exemplo pois ela ganha a vida justamente em cima dos ataques - injustos evidentemente - que sofreu.
Nâo fosse o 'machismo" ela não teria vez na mídia.
Tá gozando com a nossa cara?
Geisy Arruda? Sério? Ela representa você?
...
Acho que você precisa rever conceitos. Geisy é exemplo de oportunismo. E não venha com esse papo de "TODO MUNDO QUERIA ESTAR NO LUGAR DELA".
Eu não queria ficar aí vivendo de notícia sobre operação plástica na couve-flor.
Eu não queria ficar aí empinando a bunda e mostrando a couve-flor em revista pornô toda vez que eu precisasse comprar carro novo ou dar um apartamento pros meus pais.
Eu não queria ficar aí coçando a couve-flor em vez de trabalhar de verdade e terminar os estudos universitários.
Eu não queria ficar aí vivendo de mídia barata, vulgar, exploradora e tendenciosa só pra ter certeza de que o povo não vai me esquecer.
Eu não queria ficar aí me entregando a um zilhão de plásticas por não ter vergonha na cara de fazer uma dieta simples ou uma limpeza de pele diária e básica.
Eu não queria ficar aí me vendendo por conta de permutas de restaurantes de comida japonesa.
Eu não queria ficar aí inventando qualquer idiotice para virar notícia polêmica.
Eu não queria ser Geisy. Tampouco estar no lugar dela.
Um ser patético, que nunca está satisfeita consigo mesma e que mal consegue mostrar a face verdadeira por detrás daquele cimento de pan-cake e primer.
Quero mil vezes ser a trabalhadora, batalhadora que está começando a alcançar a independência por mérito próprio, não por conta de "amizades" suspeitas.
Tchau.
A Geisy arruda é um exemplo
A Geisy arruda é um exemplo de garra, vitória, é uma pessoa que sofre muito preconceito. Ela representa o feminismo sim! Desde que ela surgiu sendo humilhada, ela aproveitou a oportunidade e se lançou na mídia, ela não foi oportunista, ela foi forte, fez da própria dor sua vitória, ela apareceu em revista nua igual milhões de artistas da televisão que vocês adoram. Ela tem o direto de fazer duas, não sei quantas cirurgia, PORQUE O CORPO É DELA!