Uma das características basilares de parte de nossa classe dominante é o seu ideário escravocrata. Não evoluiu civilizatoriamente e carrega em seu DNA as gêneses de seus antepassados senhores de escravos.
Vivemos mais de 388 anos com a escravidão, oficializada pela força de nossos colonizadores, e depois pela própria força estatal.
A despersonalização étnica que ensejou a formação do povo brasileiro, seja na desconstrução indígena, africana ou européia, contribuiu para a formação de uma classe dominante peculiar de outras classes dominantes em outras nações.
Segundo sua obra prima “O povo Brasileiro”, o grande antropólogo, Darcy Ribeiro, leciona de forma magistral:
“Surgimos da confluência do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos.”
Esta junção cultural, étnica e ideológica resultou na nossa luta de classes através do entrechoque civilizatório que desde nossa formação segregou e estabeleceu paradigmas até hoje refletidos em nossa sociedade.
Um destes paradigmas é a mentalidade de colonizados; e outro é o ideário escravagista que parte de nossa classe dominante insiste em seguir.
As ditas “reformas” que o neoliberalismo há anos tentar aprovar no Brasil, seja no governo de FHC, Michel Temer e agora de Jair Bolsonaro atendem um desejo de retrocesso no qual a nossa classe dominante se associa docilmente.
O desmantelamento do legado trabalhista criado por Getúlio Vargas, quem melhor compreendeu nossa luta de classes nas áreas do trabalho, é o desejo impudico e imoral desta classe.
Ressalta-se que o Ministério do Trabalho – extinto pelo atual governo – é um órgão “capitalista” que regula a conturbada relação capital e trabalho, e que seu fim é a senha alvissareira para os herdeiros escravocratas.
Até porque a contemporaneidade avançou em formas mais rebuscadas de escravização, inclusive com a condescendência dócil dos escravos atuais e o fim das leis trabalhistas, que são a sofisticação da escravização do século XXI.
Enfim, estamos quase na escravidão voluntária.
Henrique Matthiesen – Bacharel em Direito. Jornalista.
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Dizer que a classe dominante brasileira é escravocrata é apenas uma alegoria, uma fantasia intelectual. Mesmo porque a maioria de nossos grandes empresários de hoje nunca foi descendente de senhores de escravos, mas de imigrantes chegados já na etapa final ou após a abolição.
A escravidão é uma etapa superada. A luta de classes no Brasil, quando existe, não tem uma feição étnica. A falta de capilaridade social da sociedade brasileira se deve a fatores puramente econômicos, e não é diferente daquela de nossos vizinhos que tiveram muito menos escravidão do que nós.
Se ter poucas garantias trabalhistas é escravidão, então os trabalhadores dos EUA são escravos. Os direitos trabalhistas de Vargas foram uma maneira encontrada de manter a classe trabalhadora domesticada, conforme inspiração na Carta del Lavoro de Mussolini.