O editorial do The Lancet contra Bolsonaro põe toda a comunidade médica mundial em alerta, por Rogério Maestri

O editorial do The Lancet contra Bolsonaro põe toda a comunidade médica mundial em alerta

por Rogério Maestri

Com toda a publicação contra o governo Bolsonaro na Imprensa Internacional faz os jornalistas ficarem tontos e perderem a noção do grau da importância absoluta de determinados artigos internacionais.

Transcrever e citar um artigo de qualquer jornal ou revista internacional de variedades ou de notícias que são escritas até por órgãos tradicionalmente a direita ou de centro é uma coisa, entretanto um editorial da Revista médica THE LANCET (quem não sabe ler em inglês que abra o artigo e ponha a tradução on line) é algo impar e de uma intensidade que poucos jornalistas brasileiros desde a extrema direita até extrema esquerda entendem.

A revista The Lancet não é uma revista “caras de medicina” começou a ser editada 1823 como revista científica de medicina, ou seja, quando a imprensa no Brasil praticamente não existia e a quantidade de alfabetizados que poderiam ler eram poucos e os Ingleses eram “Império em que o Sol nunca se põe” ela é uma das verdadeira BÍBLIA ou ALCORÃO da medicina internacional, talvez só perca no ranking global para uma revista médica ainda mais antiga do que ela, “The New England Journal of Medicine” que começou a ser editada em Boston em 1811 (pelas datas dá para entender porque somos ainda um país atrasado).

Nessa revista foram publicados nos seus quase 200 anos de história as principais descobertas e discussões sobre a medicina. Além da revista genérica The Lancet (que é uma revista médica geral) ela publica uma série grande de especialidades como neurologia, oncologia, doenças infecciosas, doenças respiratórias e mais quase uma dezena que não citarei.

The Lancet em duzentos anos de história nunca se negou a entrar em discussões acaloradas sobre fatos médicos e quando foi enganada por médicos espertalhões que falsificaram trabalhos e inclusive colocaram nomes de outros para engrossar o caldo, a revista nunca teve medo de se retratar e retirar o nome dos farsantes.

Porém em termos de editoriais, a única bola dividida que a revista entrou foi numa proposta tipo lei seca na Inglaterra contra o cigarro que levou pedrada por todos os lados, mas simplesmente ninguém discutiu se eles estavam certos ou não quanto ao malefício do tabaco, simplesmente os argumentos foram mais dos direitos individuais do que outros.

Mas voltando ao editorial, é uma página inteira falando dos desmandos e da confusão do governo Bolsonaro, colocando os atos e as confusões do seu governo a claro sem nenhuma desculpa ou “mas” ou ainda “entretanto”.

Espero que em alguma apresentação pública dos ministros da área médica comprometidos com a morte de centena de milhares de pessoas que seja lido esse editorial e ponha o crápula para a rua.

Redação

Redação

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