Trump, a banca e algumas questões em aberto
por Pedro Augusto Pinho
Aqueles que acompanharam a última campanha para presidente dos Estados Unidos da América (EUA) sabem que a candidata do sistema financeiro, a banca, era Hillary Clinton. A eleição de Donald Trump surpreendeu muitos que consideravam a banca invencível.
Desde então, como fez com Dilma Rousseff, no Brasil, a banca se utiliza dos órgãos de Estado que domina, dos aliados no Congresso, para dificultar, impedir muitas iniciativas de Trump. A banca, lá como aqui, tem a quase totalidade da mídia para vocalizar seus desejos, criar seus embustes, difundir suas falácias e análises preconceituosas.
O que propunha Trump. Com um discurso que todos estadunidenses repetem desde o berço, construir a fantasia da América dos empreendedores, do heroísmo individual, dos filmes de Hollywood. Ou seja, o retorno ao capitalismo industrial, com o Estado dando suporte financeiro, econômico, legal. Em outras palavras, tirar da banca os favores do Estado e colocá-los na produção.
E, com toda oposição, parece que está conseguindo. Vejamos o que escreve o Jornal do Brasil (02/03/2018 – Economia&Negócios): “economia americana segue aquecida” – o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 2,6% no quarto trimestre, confirmando um dado melhor para o primeiro ano de Trump na Casa Branca.
Como sabemos o dinheiro é covarde, foge do risco e corre para as aplicações mais seguras. Em 27/02/2018, a coluna “Acredite Se Puder”, de Nelson Priori no Monitor Mercantil, analisava a carta aos acionistas na qual Warren Buffet propõe aplicações em renda variável (ações, aquisições de ativos de risco) ao invés do conforto das “obrigações”, os Títulos do Tesouro, mesmo com a expectativa de aumento nas taxas de juro. Goldman Sachs, por exemplo, espera que os juros das obrigações dos EUA atinjam 3,25% a.a. ainda em 2018. Hoje estão, no máximo, a 2,9% a.a.
Há coerência nestes dados. Com a produção aquecida, aumenta o emprego, gera demanda e, também, cresce a inflação. Assim, os 3,25% podem resultar em menos dos 2,9%, em valores reais. Por outro lado, produzindo e vendendo há perspectiva de melhores dividendos. Não foi por má aplicação que a Berkshire Hathaway se tornou a grande aplicadora estadunidense. Buffet tem as informações e as analisa corretamente, como se lê na citada carta.
Mas esta é uma pequena batalha na guerra de vida ou morte que a banca – o capitalismo financeiro – trava com o capitalismo ou socialismo industrial.
Anuncia-se, com estardalhaço o armamento russo, exibido por Putin, que poderia ser um aliado de Trump na luta contra a banca.
Mais uma vez temos que ter a consciência que as comunicações de massa, por todo o mundo, estão quase integralmente nas mãos da banca.
Se Trump resolve, ou é forçado, a desviar recursos para se preparar militarmente para enfrentar a Federação Russa, cairá no mesmo erro de gestão econômica da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
A República Popular da China (China) tem uma história de isolamento. Não é por acaso. Seu povo, majoritariamente, segue Confúcio, é o único que não colocou na divindade, seja qual for, a sua origem, o seu futuro. É do fundamento confucionista que o homem se faz por ele: “ser desconhecido dos homens sem se perturbar não é a maneira de ser do homem de bem?” (Analectos, I,1).
O Monitor Mercantil de 1º de março de 2018, com dados do Banco Mundial, informou que 34% do crescimento econômico internacional foram devidos à China; “mais do que o total das contribuições dos EUA, União Europeia e Japão”. O “Índice de Gerentes de Compras” (IGC) do setor manufatureiro acima de 50% (ficou em 50,3 em fevereiro/2018) indica expansão.
Temos, portanto, um conjunto de dados, ora ocultados, ora desvirtuados, ora simplesmente fraudulentos, com que a banca pretende que as pessoas atuem em seu favor: criando medos (armas russas), ignorando o crescimento no país que concentra um terço da humanidade e opondo-se ao governo que canaliza recursos para o capitalismo industrial.
No Brasil, lutar contra a banca é opor-se aos golpistas e corruptos que tomaram o poder em 2016: no executivo, no judiciário e no legislativo. Exigir eleições para afastá-los do poder e, com mandatos definidos e não pela idade, obter a renovação integral do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
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"A injusta e ilegal
"A injusta e ilegal perseguição ao PT atraiu ampla rejeição internacional ao golpe de 2016 e isolou o Brasil. A economia brasileira segue afundando e provocando mais desemprego, menos arrecadação de impostos e um aumento do desespero dos comerciantes e industriais. Eleito e empossado, Donald Trump adotou políticas protecionistas que frustram o projeto dos golpistas de engatar a economia brasileira na dos EUA. Não só isto, ele também limitou a concessão de vistos aos turistas brasileiros sem entrevistas prévias."
https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/trump-e-a-auto-ilusao-dos-colonizados-por-fabio-de-oliveira-ribeiro
Agora Trump resolveu afundar a indústria brasileira de aço, mas o usurpador não reage. Ele é incapaz de reagir. Michel Temer se tornou prisioneiro de suas próprias auto-ilusões e o Brasil precisa se livrar dele imediatamente.
Trump pode ser para os
Trump pode ser para os golpistas de 16 o que foi Reagan pros miliares no início dos anos 80. Assim como a vitória de Trump foi festejada pelo o que há de mais reacionário, os milicos fizeram festa com a surra que o cowboy deu no anódino Carter - que tinha cutucado as ditaduras latino-americanas com o seu discurso de direitos humanos. Só que passado dois anos, Reagan, pra tirar a economia americano da estagnação, faz o fed dar um aumento de juros enorme - o que impulsiona um novo ciclo da economia deles ( mas que ao contrário do new deal, se baseava na cncentração de renda) mas ao custo de literalmente quebrar a américa latina de cabo a rabo, do méxico a argentina. Não por acaso os governos militares, quebrados, iniciam processos de transição pros civis, já que filho feio (país quebrado) ninguém quer (rs). Meu temor é que Trump faça tal lambança que trave a economia mundial e aí o Brasil, um paciente com pneumonia forte, se veja jogado no meio da neve e aí desabe de vez pib - e numa situação dessa, o nome de Bolsonaro passa a ter a mesma força que teve um Trump, por representar o grito dos excluídos contra o que está aí. Vamos ver.