A incompetência do presidente brasileiro para governar (estabelecer prioridades, galvanizar uma maioria parlamentar coesa e atuante e negociar com a oposição) é evidente e já foi percebida pelos principais jornais brasileiros e internacionais. Em apenas três meses ficou claro que o Brasil não poderá ser governado por um mito. Uma coisa é certa: o fenômeno mais interessante deste ano será a permanente tensão entre o homem Bolsonaro e o mito que ele criou para si mesmo.
O uso de artimanhas para tentar emergir como líder indisputável dos evangélicos (crítica ao carnaval pelo Twitter, aproximação com Israel, etc) não está funcionando. As ligações entre o bolsonarismo e o projeto de poder dos pastores começaram a se desfazer depois da posse. Em declínio, a popularidade de Bolsonaro não será recuperada facilmente nem mesmo entre os fanáticos religiosos.
Ao que parece, os líderes evangélicos são hipócritas e pragmáticos o suficiente para guiar sua agenda teocrática-política segundo os princípios de uma máxima romana: Primum vivere, deinde philosophari. A reforma da previdência que Bolsonaro enviou para a Câmara dos Deputados afeta diretamente os interesses econômicos das igrejas evangélicas, que dependem do dízimo coletado inclusive e principalmente de aposentados e pensionistas do INSS.
O personagem que Bolsonaro criou para ganhar a eleição não conseguirá se sustentar no cargo apenas com um enxame de robôs virtuais. É justamente em razão disso que a trajetória do mito pode ser comparado ao vilão do filme Star Treck Beyond (2016) https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Trek_Beyond.
Antes de se tornar Krall, o personagem interpretado por Idris Elba havia sido soldado nas guerras interestelares. Quando a paz foi celebrada, ele foi nomeado capitão da nave USS Franklin. A queda da nave num planeta hostil e morte de quase toda a tripulação, sugere que o soldado Balthazar Edison não tinha muito talento para comandar uma nave espacial. Já vimos aqui que o mito criado por Jair Bolsonaro não é capaz de pilotar o Brasil.
O problema do Krall é semelhante ao do mito que governa a consciência do homem Jair Bolsonaro. Ambos não conseguiram se libertar do condicionamento mental imposto pela vida de soldado. Eles foram programados para destruir e não para viver pacificamente num ambiente de tolerância.
A inexistência de inimigos é algo inconcebível no universo simbólico em Bolsonaro e o Krall querem viver. O abismo entre a paz e a vontade de continuar combatendo impele os dois a planejar um genocídio capaz de renovar a guerra. Enquanto não consegue realizar sua ambição, o presidente brasileiro comemora o golpe de estado que iniciou uma ditadura que torturou milhares de pessoas, matou centenas de brasileiros e exterminou quase 10 mil indígenas.
O vilão de Star Treck Beyond se esforça para liberar uma arma de destruição em massa na enorme estação espacial Yorktown. O Abronath do presidente brasileiro é uma combinação explosiva de destruição do sistema de ensino, redução de despesas com saúde, extinção da seguridade social, a venda indiscriminada de armas de fogo e o Projeto de Lei que permite aos policiais matar qualquer cidadão sob a alegação de que se sentiram ameaçados.
Pouco antes de concluir seu atentado terrorista o Krall vê sua imagem num pedaço de vidro e lembra que havia sido o homem Balthazar Edison. Bolsonaro se vê no espelho todos os dias e a única coisa que ele consegue ver é o mito, reforçado na internet pelo enxame de robôs virtuais que fazem propaganda das imensas realizações do seu governo.
O enxame comandado pelo Krall foi disperso com música pelos tripulantes da USS Enterprise a bordo da nave USS Franklin. O exército de robôs comandado pelo clã Bolsonaro será desativado pelo Inquérito iniciado a mando do presidente do STF? Quem quiser saber a resposta a essa pergunta terá que esperar o novo capítulo da saga da nossa nave-nacional sem destino que está indo para o espaço enquanto é pilotada pelo duplo brasileiro do Krall.
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