1 – A reivindicação principal é pela redução da tarifa do transporte em SP, é baixar de 3,20 para três reais, pra começar. Só pra começar. A tarifa zero não é utopia. Há que ser discutida.
2 – Antes de quinta, quando a PM aterrorizou, o movimento era de jovens “baderneiros”, pedindo algo “impossível”. A ideia era desacreditá-los. O discurso da mídia virou depois da ação truculenta da PM, vide um exemplo: Arnaldo Jabor se desculpando por falar asneira.
3 – A imprensa, nome aos bois mais vistosos: Globo, Veja e editoriais de Estadão e Folha agiram em prol da manipulação da pauta dos protestos desde o início.
4 – Daí teve ontem, um mar de gente e…
5 – Essa mesma imprensa pensou: “e agora?”. E o que fez? Seguiu deturpando a pauta principal das manifestações. Agora, dá um jeito de dizer que não é só pela “redução das passagens”. Que a coisa é geral, contra tudo que de ruim existe no país e blábláblá.
6 – Isso se explica, de certa forma, pelo seguinte: ontem teve tanta gente na rua, “sem partido”, “contra corrupção”, “acordando” e cantando o hino e outras firulas (lembram do “Cansei”?) que nisso viram [não só a imprensa, tá?] uma boa oportunidade de seguir jogando sujo. E seguem.
7 – Então assim: não se enganem. O Brasil dos movimentos sociais fortes não está acordando. Está desperto há tempos. Lutam, como grande parte da imprensa independente, por suas bandeiras verdadeiras e justas. A imprensa, a de massa, vai seguir tentando desqualificar e desmobilizar as ações por meio da informação torta, aquela que mais confunde do que esclarece. A independente, menor em alcance e recursos, mas tão capaz e forte, vai seguir limpando essa sujeirada toda com informação de interesse público.
PS: assistam o Roda Viva de ontem, com os representantes do Movimento Passe Livre, no qual o NR esteve presente na bancada de tuiteiros. Vídeos em quatro partes aqui.
Thiago Domenici, jornalista, editor e coordenador do NR