A banda de música da UDN está de volta
Por Silvio Tendler
Imagino a Ministra Ana de Hollanda em uma caminhada solitária. A vejo tendo na memória a figuraça do pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, um dos estudiosos que mais conheceu o Brasil. Ana era seu xodó e nesse momento de extrema solidão no poder deve lembrar-se muito dos ensinamentos do pai. Ana é mulher de fibra e coragem e vai seguir em frente em sua luta para cumprir a missão que lhe foi designada por outra mulher de fibra e coragem, a Presidente Dilma Rousseff.
Ana não é de desistir no meio da caminhada, logo agora que começa a descobrir as primeiras traições e jogos de interesse pessoais. tão perto de si, do seu gabinete, dentro do Ministério que comanda. Ana já deve ter percebido olhares e sorrisos matreiros que conspiram enquanto afagam.
Muita espuma se faz contra Ana de Hollanda que está fazendo um trabalho realmente sério a frente de um dos Ministérios mais complicados de administrar. Já ocupei o cargo de Secretário de Cultura de Brasília durante a administração Cristovam Buarque de Hollanda e sei o quanto é difícil administrar artistas e seus egos. E Ana está apagando incêndios, a frente de uma gestão herdeira de uma dívida de mais de 600 milhões de reais e em face a um contigenciamento de verbas que tolhe as ações do Ministério.
A briga em torno do tal do Creative Commons é assunto de lobista. Os creative Commons não oferecem nada mais que os copyrights e quem ganha com essa briga são advogados e seus contratatos milionários. Quando se trata de copyright X copyleft aí a coisa muda de figura pois discutimos direitos versus liberação total. Os mecanismos de liberação parcial de direitos oferecidos pelo Creative Commons também existem no Copyright na medida em que o autor faz o que bem quiser com sua obra. tudo não passa de demagogia para vender balangandãs para indios colonizados. Basta colocar na documentação do ministério “livre para reprodução desde que citada a fonte” e ponto, menos um problema para resolver.
Em cinema a Ministra tem acertado e nossa relação hoje com a ANCINE melhorou muito com a chegada da Ana De Hollanda.
Falta nas outras áreas uma agenda positiva e propositiva que coloque a estrutura do Ministério em marcha. Os Secretários que se manifestem e apresentem seus programas de ação já!
Quem foi o gênio que aconselhou a ministra a receber diárias desnecessárias enquanto permanecia o final de semana no Rio de janeiro, em sua casa, aguardando o trabalho na segunda feira? Isso não é assunto para Ministro. Quem aconselhou ao êrro deveria apresentar-se como o responsável pela bobagem que fragilizou a ministra.
Continuo solidário a Ministra e tenho certeza que ela superará essa crise.
Por Gil Teixeira
Ministra, a senhora pisou na bola.
Sempre fico com pé atrás com movimentos apoiados pelas organizações ‘grobo’. Se a ministra tivesse simplesmente tocado o barco, seguindo o que seus antecessores fizeram, o que não foi pouco, dado o desprezo que o país sempre teve pelos seus artistas, não estaria nessa barafunda. Defendi aqui e em outros lugares a Bethânia no caso de seus vídeos de poesia, mas esse da Bebel Gilberto é indefensável. Como sabem sou um profissional de Teatro e trabalhei nos últimos 10 anos com um ícone do Teatro Popular Brasileiro , César Vieira, que na verdade é o advogado de presos políticos Idibal Pivetta, que no final dos anos 70 processou o então ministro da justiça(?) Fernando Falcão (nada a declarar) que se recusava a emitir um passaporte para Augusto Boal quando este se encontrava exilado num país vizinho e venceu, o que abriu as portas para dezenas de outros na mesma situação. Pois bem, César Vieira é diretor do Teatro Popular União e Olho Vivo e diuturnamente se nega a aceitar cargos públicos na área cultural por uma simples razão: “Não posso, pois assim eu estaria automaticamente tirando meu grupo das concorrências de verbas públicas!” E assim foi, ele é amigo pessoal de Gilberto de Carvalho, atuou na defesa de Lula juntamente com outros advogados quando da sua prisão, pois durante o governo Lula o grupo sequer entrou para concorrências de verbas no ãmbito federal exatamente pela sua ligação com diversos nomes que estavam e estão no poder. É essa ética que faltou a nossa Ministra autorizando captação de recursos por sua sobrinha, nâo que ela, Bebel, não tenha direito, qualquer artista ou grupo cultural o tem, mas se é esquisito quando amigos são os controladores da máquina imagine quando se é parente? Caso fosse um governo da direita isso nem seria levantado, pois a direita está se lixando pra ética e a imprensa só pega no pé se o titular for contra seus interesses, mas sendo um governo de esquerda, ainda mais do PT, já que a elite tem ojeriza a palavra ‘trabalhador’ e que qualquer sinal, e mesmo sem ele, de irregularidade fazem um escarcéu danado esse tipo de coisa não deve e não pode acontecer para se evitar exatamente o que estamos assistindo.
Por foo
Nassif,
Concordo plenamente com sua análise, e creio que os leitores do seu blog já estão muito bem informados sobre o que se passa — muito melhor informados, aliás, do que os leitores do PIG.
Existe uma crítica real, que começou na blogosfera e só depois de muito tempo foi percebida pela mídia: o claro retrocesso na questão dos direitos autorais, com políticas antagônicas a tudo o que havia sido feito no Governo Lula.
E existem as picuinhas: o pagamento de diárias, o blog da Bethânia, o show da Bebel. Nada disso é importante, mas a imprensa está usando o que tem para tentar desestabilizar o ministério mais fraco do Governo Dilma.
Infelizmente a ministra já perdeu o apoio de setores da base aliada, especialmente aqueles que se identificavam com as propostas do governo anterior e queriam ver a continuidade.
Por implacavel
Nassif, é claro e contundente o retrocesso nas Politicas do MinC.
A Ministra jogou fora 08 anos de trabalho realizado por Gil e Juca Ferreira.
Fica muito claro essa aproximação dela com o que há de mais atrasado no ECAD, na questão da LDA.
Isso sem falar do desprezo com os Pontos de Cultura.
Da deselegancia com o Sociólogo Emir Sader “que foi, sem nunca ter sido”.
Da retirada do selo “Creative Cromons” do site do MinC.
E a Ana de Hollanda ainda não deu nenhum sinal inequívoco de que também queira continuar o projeto anterior — quando muito, cedeu em questões onde a pressão foi demasiada.
Inundadas, penitenciárias tiveram de transferir detentos para andares mais altos e não têm condições de…
Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo entre o Egito e o Catar para interromper a…
Em comunicado, grupo de conservadores afirma que posições do tribunal contra Israel são ‘ilegítimas e…
Após secas causadas pelo La Niña, chuvas trazidas pelo El Niño podem afetar abastecimento da…
O chefe do Executivo reiterou o desejo de fazer tudo o que estiver ao alcance…
O governo Dilma gastou R$ 3,5 mi pelo trabalho, abandonado após reforma ministerial; inundações, secas…