Frentes convocam manifestação na terça, #5N, por justiça para Marielle e cassação de Eduardo Bolsonaro

São Paulo – Manifestantes que ocuparam uma faixa da Avenida Paulista, na noite de quinta-feira (31), clamando por justiça para o caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido há mais de 600 dias e ainda sem um desfecho. Eles foram assassinados em 14 março de 2018, e o principal suspeito da execução, o ex-policial Ronnie Lessa, era vizinho do presidente e então deputado Jair Bolsonaro (PSL), na época. A atividade ocorreu no calor do noticiário da semana e serviu como uma prévia para uma nova manifestação, marcada para terça-feira (5).

Na última semana, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra citou, em depoimento, uma autorização para a entrada de outro dos supostos autores da execução, Élcio de Queiroz, vinda da unidade 58, casa de Bolsonaro, no dia do assassinato. O então parlamentar estava em Brasília na ocasião. O Ministério Público do Rio de Janeiro negou a veracidade da afirmação, mas o crime ainda tem tons nebulosos.

Uma das promotoras do MPRJ que atua no caso, Carmen Eliza Bastos de Carvalho, é uma ativista da extrema-direita nas redes sociais, defensora e militante do bolsonarismo. E na sexta-feira (2) decidiu se afastar do caso.

O ato de quinta – “Quem matou Marielle e Anderson” – foi marcado por presença ostensiva de policiais militares. Algumas das centenas de pessoas presentes descreveram a sensação como de “encurraladas”. Durante o ato, frases como “Justiça por Marielle”, “Fora Bolsonaro”, “Ditadura nunca mais”, “Marielle presente” e “Vidas negras importam” foram entoadas. Foram lembrados nomes como os de Ágatha FélixMarcus ViníciusAmarildoBabiy QuerinoPedro Gonzaga e Evaldo Rosa nos gritos por justiça.

“Eles sentem que a capacidade da Marielle, da indignação em torno do caso da Marielle, mobilizar muita gente é grande. Eles sabem que é um ato que pode massificar, é um ato que representa resistência. O papel político da Polícia Militar é de intimidação política, tanto nas periferias com a intimidação política da juventude”, disse a psicóloga Luana dos Santos Alves Silva, em entrevista para a Ponte.

O ato marcado para as 18h de terça-feira, na mesma Avenida Paulista, é convocado pelas frentes Povo sem Medo e Brasil Popular. O chamado #5N aproveita a data para servir de contraponto ao AI-5, instrumento de endurecimento da ditadura defendido pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o chamado filho “03”do presidente. O senador Flávio Bolsonaro (PSL0RJ), às voltas com os escândalos relacionados ao amigo da família Fabrício Queiroz, é o “01”. O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL), que também é morador do Vivendas da Barra, é o “02”.

“Contra o desgoverno de Bolsonaro; por justiça para Marielle Franco; por democracia e direitos; pela cassação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)”, diz a convocação.

Redação

Redação

View Comments

Recent Posts

Sobe para 56 número de vítimas fatais por temporais no Rio Grande do Sul

De acordo com último boletim da Defesa Civil do estado ainda há 67 desaparecidos. Previsão…

8 minutos ago

Governo federal organiza força-tarefa para trabalho no RS

Escritório de monitoramento em Porto Alegre vai concentrar dados sobre ações a serem tomadas por…

13 horas ago

Justiça anula votação e interrompe venda da Sabesp

Decisão afirma que Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou texto sem realizar audiência pública…

15 horas ago

União e Espírito Santo rejeitam proposta da Vale/Samarco

Oferta de compensação apresentada pelas mineradoras “não representa avanço em relação à proposta anterior (...)”

16 horas ago

Concurso Nacional Unificado é adiado por estado de calamidade do RS

"O nosso objetivo, desde o início, é garantir o acesso de todos os candidatos", disse…

17 horas ago

Ministro Alexandre de Moraes determina soltura de Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro assinou acordo de colaboração premiada; militar estava preso desde…

17 horas ago