Meu Pai e minha Mãe: Direito e Dever Pertencente ao Filho

Imagem enviada pelo autor

Por Sergio Pereira da Motta*

Muito ocorre de que no exercício da advocacia o operador do direito seja procurado pelo pai ou mãe separado/divorciado para defesa de “seu direito”. De fato, o que há na realidade, ou assim deveria ser, é a apreciação da situação não em benefício dos genitores, mas sim em proveito absoluto do filho menor desde que a aplicação da lei deve ser efetivada em prol da criança e sua interpretação, desde o primeiro instante, no sentido de garantia do benefício maior a esta e não aos pais.

A abordagem do direito no sentido de que este deve contemplar a satisfação de pai ou mãe é equivocado, no mínimo relativo. O ordenamento jurídico não fala em Direito do Pai ou da Mãe, mas sim no princípio da PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA e dessa forma tanto operadores do direito quanto pais devem zelar pela sua garantia.

De fato, não é fácil sob o calor da emoção esperar que pai ou mãe pensem de forma ampla e não estrita. A constante na relação jurídica é que o advogado seja questionado pelos pais sobre “o meu direito?” Ora, que direito é esse se o bem a ser defendido e tutelado é a proteção da criança e de seus interesses, sejam eles materiais ou emocionais?

Pais precisam compreender que se de fato querem o melhor para seus filhos o caminho está em olhar a situação sob a ótica da criança e não sua. Baixar a guarda, esquecer e superar os problemas de convivência que levaram à separação e assumir que o objetivo maior, se não único, é o bem estar do filho. É para a criança que se voltam as atenções, é para ela que estão focados os direitos, proteção, afeto, amparo emocional e material, afinal a proteção integral é garantia do menor, não de seus pais.

Sendo assim, se pudermos fazer a opção pelo desapego por aquilo que supostamente nos pertence, ou seja NOSSOS FILHOS, e passarmos à compreensão de que na verdade PAI e Mãe são a propriedade e não os proprietários, se passarmos a compreender que direito mais do que materialização legal na forma de lei, doutrina, jurisprudência e prática é na verdade a aplicação do bom senso e boa-fé e que DIREITO na verdade é comprometimento, então nos aproximamos cada vez mais da possibilidade de tornar o fruto, o filho, na árvore frondosa que todo pai ou mãe espera ver crescer e frutificar.   

 

*Sergio Pereira da Motta tem graduação em Direito (Universidade Católica do Salvador (UCSal)

 

Redação

Redação

View Comments

  • "PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA

    "PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA "

    Depende, se for "menor" de 12 semanas a mãe tem direito (ou dever) de matar seu filho se isso for seu desejo.

    Depois de nascer ai é a criança que tem o direito de matar inclusive a sua própria mãe ate os 18 anos. Depois dos 18 anos pode alegar ser uma vitima da sociedade capitalista cruel e relativizar a sua culpa. 

    Faz sentido na cabeça dos esquerdista.

     

  • Ô difícil compreensão. O

    Ô difícil compreensão. O autor quis dizer que filho não é cachorrinho de madame. Quem pôs no mundo que o crie, que agüente para que, inclusive, ele não se tornem tarricidas. Simples assim. Se não sabe criar, se não quer criar, se quer apenas uma prosperidade não tenha filhos.

  • Só sei que a separação dos

    Só sei que a separação dos pais é uma das coisas mais traumatizantes na vida de uma pessoa, principalmente se a separação não for amigável e pior ainda se os pais envolveram os filhos nos conflitos não os preservando...

    Falo isso de experiência própria, pois sou filho de pais separados.

  • Podem falar que e obvio, que

    Podem falar que e obvio, que o texto nao acrescenta nada mas a realidade e que essa situaçao, na maioria das vezes, nao esta na cabeça dos pais, ou seja, sao poucos os "bons" pais que pensam da forma citada acima. Eu por exemplo tenho 1 irmao, mais novo, que passa pelas mesmas coisas que eu sempre passei. Eu tento ajuda-lo de varias formas como distraindo, afastando das injustiças mas minha mae nao sabe respeitar, so sabe cobrar respeito. Sou filho de pais divorciados e o meu irmao, que é por parte de mae tambem tem os pais divorciados e sempre minha mae coloca a gente no meio. As vezes acho que nao há forma de resolver pois a justiça do Brasil nao serve pra nada, ja fui em psicologos, psiquiatras, nunca fui diagnosticado com doenças mentais. E mesmo assim minha mae trata eu e meu irmao com hipocrisia, mentiras e agressoes, verbais e fisicas. So queria que ela ouvisse alguem mas o orgulho dela e maior e ela nao liga pra felicidade dos filho. Nunca me perguntou o que gosto de fazer e nunca me apoiou no que eu quis fazer. O maior erro dela e nao ouvir, e quando errada, nao aceitar que errou. Infelizmente isso gera um ciclo de erros, onde so ela pode consertar, e com a honestidade!

Recent Posts

A pauta de exportações continua pobre, por Luís Nassif

Se existir algum milagre econômico, seria na Indústria de Transformação - incluindo Bens de Capital,…

4 minutos ago

Tarcísio usou operação contra o PCC para acelerar privatização da Sabesp

Presidente da Câmara era contrário ao projeto, mas voltou atrás ao ser citado como testemunha…

10 horas ago

Governo federal suspende dívida do Rio Grande do Sul por três anos

Isenção dos juros incidentes sobre o estoque da dívida vai liberar mais R$ 11 bi…

11 horas ago

Lula vai anunciar novas medidas de apoio aos cidadãos do Rio Grande do Sul

Vítimas das enchentes devem receber auxílio financeiro imediato, além da inclusão no programa Bolsa Família

11 horas ago

Ex-advogado de Trump confirma pagamento de propina a atriz pornô

Em meio ao julgamento de ex-presidente, Michael Cohen diz que pagou US$ 130 mil do…

13 horas ago

TV GGN Justiça discute estratégias para recuperação financeira no RS

Medidas como a liberação do FGTS e a suspensão de prestações habitacionais amenizam os desafios…

13 horas ago