Cidadania

MP-RJ segue policiais em apuração das mortes no Jacarezinho

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) preferiu dar ouvidos à Polícia Civil e concluiu que mortes ocorridas em ação na favela do Jacarezinho ocorreram em legítima defesa dos policiais. Ao todo, 27 pessoas foram mortas em operação, que completa um ano.

Contudo, levantamento elaborado pelo portal UOL revela que dez das 13 investigações abertas a respeito do caso foram arquivadas sem que se apurasse irregularidades em 23 mortes.

Além disso, os promotores mostraram ceticismo com informações e relatos que divergem das versões apresentadas pelos policiais, inclusive reproduzindo-as várias vezes.

Entre as disparidades detectadas, estão a morte de suspeitos já rendidos em pelo menos três dos homicídios; a falta de exames em busca de pólvora nas mãos dos mortos; e testemunhas que apontam a ação de policiais retirando os corpos das vítimas como forma de atrapalhar a investigação.

O MP chegou a apontar que a perícia foi prejudicada por conta da remoção dos corpos, mas ela foi considerada para declarar a ocorrência de confrontos.

A versão dos policiais foi adotada pelos promotores em especial na análise sobre a morte de sete homens em um prédio no Jacarezinho.

Enquanto testemunhas afirmam que suspeitos invadiram o local para se esconder, os oito policiais afirmaram que foram alvo de tiros vindos de dentro do imóvel.

Porém, peritos independentes mostram sinais de mortes em condição de rendição em pelo menos três mortos, enquanto o corpo de um deles tinha sinais de tiros dados à queima-roupa.

Leia Também

Chacina do Jacarezinho: um ano para não comemorar

Jornal covarde ataca liderança do Jacarezinho

Ainda sobre Jacarezinho: a realidade que grita!, por Fabiano de Melo Pessoa

Chacina de Jacarezinho: ABJD adere a pedido do MNDH e quer que governador do RJ seja responsabilizado pelos crimes

Mourão e Alexandre Garcia endossam o massacre de Jacarezinho: cumplicidade ou leviandade?

Bolsonaro parabeniza polícia por massacre em Jacarezinho

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

View Comments

Recent Posts

Rompimento de barragem no RS impacta níveis de rios e afeta cidades

Ruas da capital Porto Alegre estão tomadas pela água e a prefeitura decretou estado de…

20 minutos ago

Brasil registra 4,2 milhões de casos prováveis de dengue

O número de óbitos confirmados pela doença chegou a 2.149, segundo o Ministério da Saúde

2 horas ago

Privatização da Sabesp pela Câmara e Ricardo Nunes: entenda o que significa

A partir de agora, a estatal de água do Estado de São Paulo estará regularmente…

2 horas ago

A construção de um etnojornalismo indígena como ferramenta de luta, por Cairê Antunes

O jornalismo nacional ainda é elitista, e da forma como é feito pela grande imprensa,…

3 horas ago

Nova Economia analisa a crise do agronegócio, que soma perdas de até R$ 80 bilhões

Apesar de um boom agrícola nos últimos cinco anos, a última safra brasileira teve redução…

3 horas ago

Do homicídio ao omnicídio, por Mario Bunge

Ainda que toda morte violenta seja condenável, é óbvio que o assassinato de N pessoas…

4 horas ago