MP-RJ segue policiais em apuração das mortes no Jacarezinho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Um ano após ação da Polícia Civil, promotores não aprofundam análise de dados contrários e reproduzem argumentação policial

Comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro Foto: Reprodução/mundonegro.inf.br

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) preferiu dar ouvidos à Polícia Civil e concluiu que mortes ocorridas em ação na favela do Jacarezinho ocorreram em legítima defesa dos policiais. Ao todo, 27 pessoas foram mortas em operação, que completa um ano.

Contudo, levantamento elaborado pelo portal UOL revela que dez das 13 investigações abertas a respeito do caso foram arquivadas sem que se apurasse irregularidades em 23 mortes.

Além disso, os promotores mostraram ceticismo com informações e relatos que divergem das versões apresentadas pelos policiais, inclusive reproduzindo-as várias vezes.

Entre as disparidades detectadas, estão a morte de suspeitos já rendidos em pelo menos três dos homicídios; a falta de exames em busca de pólvora nas mãos dos mortos; e testemunhas que apontam a ação de policiais retirando os corpos das vítimas como forma de atrapalhar a investigação.

O MP chegou a apontar que a perícia foi prejudicada por conta da remoção dos corpos, mas ela foi considerada para declarar a ocorrência de confrontos.

A versão dos policiais foi adotada pelos promotores em especial na análise sobre a morte de sete homens em um prédio no Jacarezinho.

Enquanto testemunhas afirmam que suspeitos invadiram o local para se esconder, os oito policiais afirmaram que foram alvo de tiros vindos de dentro do imóvel.

Porém, peritos independentes mostram sinais de mortes em condição de rendição em pelo menos três mortos, enquanto o corpo de um deles tinha sinais de tiros dados à queima-roupa.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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