Polícia reprime ato pelos direitos da mulher em Brasília

Jornal GGN – Em Brasília, um protesto pelo fim da violência contra a mulher acabou em tumulto. As manifestantes traziam cartazes contra o ministro do STF, Gilmar Mendes, e o presidente interino, Michel Temer. Elas pretendiam levar flores até a estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes. Foram, no entanto, impedias por seguranças e policiais. Foi então que a confusão começou. Uma das mulheres rompeu o cordão de isolamento, outras tentaram fazer o mesmo e elas foram atingidas por spray de pimenta.

Da Folha de S. Paulo

Protesto contra violência a mulheres tem tumulto e gritos de ‘Fora, Temer’

Por Natália Cancian e Dimmi Amora

Uma manifestação pelo fim da violência contra a mulher na manhã deste domingo (29) registrou tumulto e protestos contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o presidente interino, Michel Temer (PMDB).

O tumulto começou quando manifestantes, que carregavam flores para levar à estátua da Justiça, na praça dos Três Poderes, foram impedidos por seguranças do STF e policiais de se aproximarem do local, bloqueado por uma cerca.

Uma mulher rompeu a passagem e começou a levar as flores do grupo, mas seguranças formaram um cordão de isolamento. Ao verem que a passagem seria impedida, outros manifestantes tentaram passar pela cerca e foram atingidos por spray de pimenta.

A Polícia Militar chegou a dar voz de prisão a um manifestante. Após gritos de “solta, solta”, o rapaz foi liberado. Segundo a PM, não houve feridos. Algumas pessoas, no entanto, relatam que passaram mal durante o tumulto e tiveram que ser socorridas.

Ao todo, cerca de 1.500 pessoas participam da manifestação, segundo estimativa da PM. O ato, chamado de Marcha das Flores, foi organizado por 35 coletivos feministas do Distrito Federal após os casos recentes de estupro coletivo de mulheres do Rio de Janeiro e do Piauí.

Aos gritos de “30 contra uma”, em referência ao número de homens investigado no estupro de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro, a manifestação começou por volta das 10h, quando o grupo saiu em caminhada da região do Museu da República em direção à estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes.

No STF, manifestantes estenderam um varal de calcinhas manchadas de tinta vermelha, em referência aos casos de estupro. Mulheres também pintaram a palma das mãos na cor vermelha e entoaram gritos de “basta”.

O grupo também segurava faixas com as mensagens “Nada justifica o estupro” e “A culpa nunca será da vítima”. Ao fim do protesto, houve gritos de “Fora, Temer”, e “Fora, Gilmar, defensor de estuprador” –em alusão a um habeas corpus concedido pelo ministro do STF Gilmar Mendes ao médico Roger Abdelmassih, acusado de estupro de pacientes em sua clínica de fertilização in vitro.

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) também foram alvos de gritos de protestos. “Existe apenas uma causa para o estupro: o estuprador”, afirma Maria Paula de Andrade, do coletivo de Mulheres Negras do DF e uma das organizadoras da manifestação.

“Queremos mostrar que o número de mulheres que repudiam [os casos de estupro e outras agressões à mulher] é infinitamente maior do que qualquer violentador”, diz a produtora Eli Moura, que veio à marcha para representar o coletivo Fênyx. “Não somos muitas, somos incontáveis”, completa. 

Redação

Redação

View Comments

  • A manifestação das mulheres

    A manifestação das mulheres inaugurou o Fora Gilmar. 

    Queria muito que partir daí outras manifestações acontecessem contra esse ministro, que já perdeu completamente o senso do ridículo, agindo sem nenhum pudor como partícipe do golpe, e ajudante de Temer. 

    O povo parece estar meio calado, não indo às ruas como antes. Mas, sem tais manifestações não conseguiremos reverter esse triste quadro. 

  • Tem que por o stf na roda das

    Tem que por o stf na roda das manifestações mesmo, quem não respeita o povo não merece ser respeitado.

  • Esse é o governo Rollemberg....

    Um governo do DF golpista, covarde e partidário... quando divulgaram a gravação da presidenta com o Lula quase invadiram o Palácio do Planalto e não vi PM nenhum agredindo e lançando gás nos manifestantes. Essa é a PM do Rollemberg.. e ainda tem gente que defende esse golpista vendido de um partido pseudo Socialista.. esse nunca mais vê o meu voto.. assim como Cristóvam e Reguffe... que vão fprocurar votos com a turma da direita do Fraga, Paulo Octávio, Luiz Estevão, Roriz e demais da mesma espécie...

  • Governo Retrô inaugura nova fase da República das Bananas Podres

    Assim segue o Brasil que eles querem, em Verde e Amarelo!

    Governo brasileiro de homens, para homens, com o perfil:

    Machista, medieval, violento, truculento,autoritário,desonesto, desumano, criminoso...

    Apoiados pela Rede Golpe e pela grande mídia! E o Temer, Presidente Golpista Decorativo, para promover um Governinho

    Retrô na República das Bananas Podres!

    Drácula, Presidente!

    Alexandre Moraes, Ministro da Justiça!

    Gilmar Mendes, o Grande do STF!

    Alexandre Frota, pornô otário, consultor do Ministério da Educação!

    Bolsonaro, o Presidenciável!

    Cunha, o Gangster da República!

    Duro  é saber que ainda há mulheres que apoiam esse governo, dentro e fora do Congresso!

     

     

  •  
    Se alguém merecia receber

     

    Se alguém merecia receber jatos de spray de merda, digo, de pimenta também, era esse sujeito que acabou por desmoralizar o stf (minúsculo stf).

    Se bem que os demais, pelas gravações e grampos que rolam da grampolândia do Paraná, ali não escapa nem os serviçais que arrastam as cadeiras pra suas altezas colocar as supremas bundas.

    Orlando

  • MULHERES INAUGURARAM O FORA GILMAR MENDES

    MULHERES INAUGURARAM O FORA GILMAR MENDES - Que bom que a agenda foi liberada, um defensor de estuprador presidindo o TSE é um estupro na democracia.

     

     

  • PRUDÊNCIA E CONSCIENTIZAÇÃO

    As lutas democráticas em defesa da igualdade de direitos, do pleno respeito às mulheres e do rigoroso combate ao machismo e a todas as formas de violência e discriminação de gênero constituem bandeiras legítimas, cruciais para a construção da cidadania.

    Todavia, é indispensável manter extrema cautela em relação a formas de mobilização que podem servir a interesses diametralmente opostos às causas defendidas.

    Creio que é de fundamental importância promover formas de mobilização que tenham o poder de propiciar o diálogo com os diversos segmentos sociais, de forma a favorecer a evolução cultural e a conscientização coletiva.

    Neste sentido, é preciso que tais mobilizações ocorram sempre em paralelo a outras ações voltadas para a realização de debates públicos, inclusive com a participação de pessoas dedicadas ao estudo do assunto e à atuação institucional em defesa da causa.

    Vale lembrar aqui que a manipulação de mobilizações em torno da defesa de causas legítimas tEm sido observada em desastrosas experiências vivenciadas no Egito, na Líbia e na Ucrânia, entre outros países vitimados pelas ‘guerras assimétricas’.

    E urge recordar que alguns dos mais gritantes exemplos da relação entre a inescrupulosa manipulação de causas legítimas, a precipitação de instabilidade político-institucional, e a promoção de conflitos fratricidas tem sido observados na Síria, onde diversas ONGs financiadas por países centrais têm papel de destaque na tragédia.

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