O Exterminador da Democracia e do Estado de Direito, por Arnobio Rocha

O Exterminador da Democracia e do Estado de Direito

por Arnobio Rocha

“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza” (Hely Lopes Meirelles)

O ex-juiz, hoje ministro da justiça, continua a se comportar como se fosse dono do mundo, como se não houvesse leis e regras, limites e competências, que os agentes públicos devem estritamente seguir. A formulação é clara: ao particular tudo o que a lei não lhe proíbe, ao público, tudo o que a lei manda fazer.

Infelizmente, o ex-juiz, em sua atuação como juiz, especialmente na operação lava jato, jogou em todas as posições, de goleiro a atacante, além de técnico e juiz. Orientava o trabalho, oferecia provas ou quem pudesse dar pistas. A condução do processo impedindo o pleno direito de defesa, jogando a população contra os acusados, fazendo de condenações, linchamentos públicos, contando com a providencial ajuda da mídia.

Destruiu vidas, famílias e desorganizou setores inteiros da economia, setores estratégicos, acabando com empregos e empresas, em nome de uma paranoia típica do autoritarismo sem limites.

Impunha medo aos seus pares de judiciário, até os da suprema corte, emparedou o legislativo e o executivo, todos acovardados com receio  de que o ex-juiz poderia fazer contra eles, essa escalada sem fim, continuou e transformou a Lava Jato algo acima da lei e de poder discricionário que derrotou a Democracia e o Estado de Direito.

O poder lhe subiu à cabeça e tudo aquilo que a lei diz que o juiz não deve fazer, ele fez e não teve nenhum pudor de responder com “escusas”, como divulgar áudios da presidenta Dilma como algo banal, como vazou os áudios privados da ex-primeira-dama, que logo depois sofreu AVC e veio a falecer.

Por exemplo, o ex-presidente Lula é seu troféu, o ex-juiz fez toda sorte de manipulação no processo e mesmo depois do processo, em que ele já não tem poder sobre o réu, continuou a atuar, impediu Lula de ir ao enterro de seu irmão. Depois, em férias, o ex-juiz impediu que Lula fosse solto com HC concedido. Tratado como inimigo e condenado sem provas, apenado acima do razoável.

Esse clima parecido ao macartismo, foi fundamental para eleger esse governo neofascista, cheio de suspeitas de vínculos com milicianos, o ex-juiz aceita o pedágio para STF, que é virar ministro da justiça. Como ministro, segundo diálogo de seus pares, vai ter que segurar as investigações do filho de Bolsonaro, o que parece acontecer, pois o principal suspeito, Queiroz, sumiu e nada avança.

O ex-juiz,  pilhado nos áudios e mensagens da #vazajato, aquilo que advogados e juristas já denunciavam, o ministro da justiça, primeiro tentou desqualificar as denúncias como se os diálogos fossem falsos, depois que não tinham importância, por fim, resolveu criar a narrativa própria de criminalizar os jornalistas, numa operação que cheira a farsa.

O ministro da justiça mobiliza a Polícia Federal, sob seu comando para investigar, não as denúncias contra ele, mas para quem as divulgou ou quem obteve as comprometedoras conversas.

Nesta semana prendeu quatro pessoas de uma cidade de interior de São Paulo, apresentando-os como hackers = bandidos, que tudo fizeram contra ele e, sem nenhum pudor, sem que a lei lhe conceda tal atribuição, pega a suposta “lista” de autoridades que seriam vítimas do grupo e avisa que está com as informações e vai destruir.

Ora, saiu das cordas para bater abaixo da linha de cintura. Do limão fez a limonada, sair do corner e ainda manipular o presidente, o STF, o presidente da Câmara, pois tenho a lista e material sobre vocês, mas não se preocupem, vou destruir.

É uma conversa fiada e beira à chantagem.

Trata como verdade a estória de hackers e antecipadamente já os condena, e seus emissários falando de “delação premiada”, de que venderiam a quem… isso mesmo, ao PT, o bom e velho saco de pancadas, aquele que junta a horda neofascista.

Ou se dá um basta, legal e político, ou o ministro da justiça vai continuar agindo à margem da lei e da frágil democracia.

Redação

Redação

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  • Moro 666, agora às claras mostra como procedia no escurinho do cinema. Se sua atuação na lava jato não espantou os que desconfiavam, depois com a vazajato ilustrou para os ingênuos. Agora coma a ExpurgoLight, onde o 666 entra mais ainda nas sombras e o público todo pode assistir como as coisas infernais e montagens de "esquemas" funcionam. Não vai deixar de ser educativo, mostrar como um "homem de bem" movimenta, prejudica e gera custos ao país, apenas para defender sua má fama e o direito de continuar agindo mal. É o total desprezo pelo sistema judicial e pelo estado brasileiro, o que Moro 666 faz.

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