O preço do gasolina na fogueira eleitoral, por Fábio de Oliveira Ribeiro
Desde que o PT cresceu e apareceu na presidência a imprensa brasileira trabalha com pares de opostas que ela organiza de maneira ideológica para demonizar o PT e salvar o PSDB. A corrupção do PT é ruim, a do PSDB não existe ou é apenas suposta, caixa 2 ou esquema de cartel. A censura voluntária que a imprensa impõe a alguns líderes petistas é boa. A censura que o PT ameaçar impor à imprensa é ruim. A imprensa celebrou o golpe de 1964 como o retorno da democracia e diz que em 2016 ocorreu a vitória do Impedimento. O golpe de 2016 é um fato reconhecido pela imprensa internacional porque ela é controlada pelo PT?
O crescimento econômico baixo nos últimos anos do governo Dilma Rousseff era péssimo, ruim, intolerável. A recessão dos anos Michel Temer é boa, pois como disse uma chamada da Globo News o desemprego e a inflação baixa aumentaram a renda da população. As minúsculas pedaladas fiscais de Dilma Rousseff foram tratadas como criminosas, as de Michel Temer são muito maiores e seguem sendo ignoradas.
A ditadura financeira que a imprensa impõe à população é boa. A ditadura política que os caminhoneiros desesperados desejam é ruim. O óleo diesel caro pode até sustentar a imprensa (que recebe anúncios das refinarias multinacionais), mas propaganda neoliberal não é combustível de caminhão. Essa pequena contradição entravou de vez o golpe.
Os barões da mídia apoiavam Parente, porque ele conseguiu abrir um novo e lucrativo mercado de anúncios (inclusive disfarçados de jornalismo isento) ao importar combustível refinado dos EUA. Eles sentiram que a queda do seu patrono irá causar prejuízos às empresas de comunicação. Todavia, o problema incontornável é a política de preços da Petrobras.
A saúde econômica do país foi abalada com a crise desencadeada pelo jornalismo econômico pró-mercado e anti-PT. Ela não será salva apenas porque os barões da mídia querem continuar lucrando enquanto a população é obrigada a retornar à idade do fogão a lenha ou a literalmente queimar salários em declinio ao abastecer veículos e caminhões.
Fruto de uma disputa internacional, o petróleo está atravessado na goela dos barões da mídia. Eles não podem deixar de apoiar a política de preços da Petrobras, mas ao fazer isso eles tornam mais instável o sistema que eles criaram com o golpe de 2016. O poder de convencimento das empresas de comunicação, que já era pequeno, está virando fumaça. A esquerda deveria aproveitar a oportunidade criada pela primavera dos caminhoneiros para preencher o espaço criado entre a realidade da população e a impossibilidade de fabricar consensos da imprensa para passar da inércia ao ataque.
A prisão de Lula, a democracia, as eleições, a independência nacional, a sobrevivência econômica da nação e a Petrobras, tudo isso e muito mais (como o financiamento de educação, saúde, cultura, segurança e defesa) estão inevitavelmente ligados à questão do preço do gás, da gasolina e do óleo diesel. É preciso atacar o golpe de 2016 no ponto em que ele se mostrou mais fraco. Resta alguma dúvida sobre qual é ele?
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