Urgente: 72 pessoas presas em verdadeira operação de guerra em Brasília

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A assessoria parlamentar informou, em caráter de urgência, que 72 pessoas foram presas em Brasília durante as manifestações contra a PEC 55 e sua aprovação. Os advogados, que acompanham a situação, estão na delegacia de polícia do Parque da Cidade e estimam 72 detidos com base no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. De acordo com este dispositivo, é considerado crime, entre outras condutas, cometer depredação por “inconformismo político”.

Outras 40 pessoas podem estar presas, mas ainda não se tem notícia de onde poderiam estar ou mesmo a confirmação de seus nomes.

No local estão os deputados do PT João Daniel, Érika Kokay, Ana Perugini, Paulo Pimenta, Leonardo Monteiro, Adelmo Leão e Padre João, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

Segundo Padre João, os manifestantes estão sendo presos sem que as condutas de cada um sejam individualizadas, o que é prática ilegal e arbitrária. A prática, aliás, é ditatorial!

Segundo os relatos, os manifestantes foram presos aleatoriamente em uma tentativa de protesto contra a PEC 55. Em verdadeira operação de guerra, a polícia do Distrito Federal fechou toda a região no entorno do Congresso Nacional. Além das prisões, a polícia reprimiu os manifestantes com bombas de gás e balas de borracha.

Segundo a assessoria parlamentar, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias vem acompanhando há meses esses episódios de violência contra manifestantes e já realizou duas audiências públicas no segundo semestre de 2016 para debater o tema e propor encaminhamentos.

Além disso, na data de votação do 1º turno da PEC 55, dia 29 de novembro, uma escalada de repressão policial transformou a Esplanada dos Ministérios em um cenário deplorável de violações de Direitos Humanos. O deputado Padre João solicitou, então, apuração das denúncias junto às autoridades do DF, mas até hoje, dia 13 de dezembro, em que pese a sinalização da assessoria do governador Rodrigo Rollemberg, nenhuma resposta concreta foi dada.

O padrão observado em Brasília se aproxima muito do padrão paulista, quando a polícia de Alckmin e Alexandre Morais, então secretário, impuseram aos manifestantes nas ruas. 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Agora que estãoi fora da

    Agora que estãoi fora da reforma da previdência estão deitando e rolando . E vão cada vez

    mais vão dar  vazão ás suas taras.

     

    • E mais

      a letargia e a religiosidade exacerbada, que induz o povo a perdoar sempre, dialogar sempre, conciliar com as raposas canalhas o roubo que elas fizeram do seu do almoço e da comida dos seus filhos.

  • ESSES GOLPISTAS SÓ VÃO PARAR
    ESSES GOLPISTAS SÓ VÃO PARAR QUANDO OBSERVAREM QUE TERÃO QUE PRENDER UNS 100 MILHÕES DE PESSOAS!! TODOS AS RUAS!!!

    • Exatamente

      e aos que porventura ainda vierem com essa história de "conciliação" e "diálogo" com esses patifes do Congresso, STF, MPF, PF e o escambau... com destaque para a Globo...eu direi: VTNC!!!

      • "Pacto" de verdade ocorrerá

        "Pacto" de verdade ocorrerá no dia em que o jararaca for preso. Comenta-se, não no JN, que esgotou o estoque de soro antibotrópico em Curitiba, em São Paulo na Marginal e na Barão de Limeira, e no Rio de Janeiro no Jardim Botânico. Como não se consegue nada com o uso preventivo estão reservando para o dia do bote.

    • Seu comentário ajuda tanto
      Seu comentário ajuda tanto quanto as balas de borracha da polícia. É desinformado e desinformado. Procure no Google por "Lei de segurança nacional" e sinta a sua vergonha.

  • Em 2013 comentei em um post
    Em 2013 comentei em um post sugerido por Vânia sobre a formação cultural de Estados violentos e repressores:

    Não é apenas despreparo
    sab, 19/10/2013 - 11:09

    Venho alertando aqui no blog a cultura que está se formando com base na sociedade do medo e no consequente Estado repressor.

    A aprovação recente de leis draconianas como a Lei contra o terrorismo, esta ainda em trâmite no congresso, colocará a população emparedada, acuada, e com sérias restrições quando às liberdades fundamentais.

    A lei do cão começa a imperar em todos os lugares e no mundo, e isso é fruto de uma política intencional para submeter pessoas e povos.

    Trata-se de uma cultura e por isso sua formação vem sendo construida ao longo de anos.

    Se essa metodologia, nos países periféricos como o Brasil, já atingia aos mais pobres agora ela passa a tocar as classes média.

    A ampliação da abrangência da violência repressiva ocorre no momento em que o sistema não tendo mais de onde tirar as suas vantagens passa a direcionar as suas baterias contra direitos adquiridos que beneficiaram sobretudo a classe média e, como o próprio sistema já esperava, a reação vem através de manifestações, dai a criação dessas novas leis que causariam inveja a qualquer ditadura.

    Nos movimentos recentes ocorrido aqui no Brasil, movimentos democráticos, de exercício de cidadania, a repressão atingiu professores, estudantes, jornalistas (como o texto aponta com detalhes) e quaisquer outros que se arvorem a protestar contra o Estado.

    Para esta ideologia quem protestar contra atos dos poderes constituídos, reivindicar melhoria nos seus direitos, pleitear avanços na democracia, serão considerados inimigos do Estado.

    Se na chamada Guerra Fria, em sua segunda fase, a forma de controle da sociedade era dada através do divertimento na qual Hollywood e Disney eram as suas máximas expressões, após a queda do muro de Berlim a forma de controle passa a ser substituída pela era da repressão, onde o medo foi lentamente implementado para que as formas de repressão fossem aceitas.

    Hoje os jornalistas apontam esses excessos por estarem entrando, eles mesmos, no "cassetete", sofrendo as consequências das balas de borracha e gases diversos. Mas, não devemos esquecer que todo o processo de informação nos últimos anos se baseou principalmente no alardeamento da criminalidade e aplausos para as formas de repressão.

    A critica não é apenas para eles, afinal quem não vibrou com o capitão Nascimento no filme Tropa de Elite?

    Essa ânsia por controle contra o mínimo que ouse fugir "à ordem" anuvia a própria reflexão que a sociedade deveria fazer do momento que o mundo passa. No caso do filme a leitura média que se fez dele foi de ode à repressão quando, na realidade, o filme abordava exatamente o oposto. O filme expressa os sentimentos das classes altas e médias endinheiradas: a certeza de que "a única solução para o crime é a mão-de-ferro da repressão sem piedade", exatamente como a mídia martela, criando, ou intensificando, o sentimento de insegurança e medo, e mais ainda, justificando qualquer forma de repressão.

    Agora o monstro que ajudaram a criar se volta contra eles.

    A análise do momento atual com base no filme “Tropa de Elite”, pelo professor Mário Maestri:

    "Tropa de Elite" não cria muito. Limita-se a encenar sentimentos que ultrapassam os limites das classes altas e médias endinheiradas: a certeza de que a única solução para o crime, corporificação da maldade absoluta, é a mão-de-ferro da repressão sem piedade. O “Brasil está em guerra”, grita-se de todos os lados, exigindo-se tratamento implacável para o inimigo próprio aos conflitos nacionais. Proposta com a qual a mídia martela uma imensa parcela da população que materializa e potencializa, no sentimento de insegurança pessoal, o stress permanente produzido pelas incertezas e insatisfações crescentes da vida quotidiana.

    Nos seus limites, o filme possui soluções imaginosas, como a inversão da ordem normal dos fatores sociais, ao apresentar a execução do horrível traficante "Baiano", branco, pelo honestíssimo e muito humano Matias, policial e acadêmico de Direito, negro. Ou a melodramática superposição de papéis de Nascimento, o capitão do BOPE, organizador dos assassinatos e de sessões de tortura e homem sensível à espera do primeiro filho, símbolo da inocência do mundo que defende, às custas de sua permanente descida ao inferno.

    O deputado quer apenas saber o "quanto" vai ganhar, ao se associar a policiais que chafurdam no crime. Os estudantes discutem as causas e soluções da marginalização social, citam Foucault, mas são drogados hipócritas, traficantes e queridinhos de criminosos. São os verdadeiros responsáveis pelos crimes do traficante, ao pagar pela droga maldita. Nesse mundo em degringolada, o único remédio forte é a morte e a tortura ministradas profissionalmente por policiais incorruptíveis, que entregam dilacerados a vida se necessário no cumprimento de suas missões. Tudo pelo bem do Brasil. (...)

    "Tropa de Elite" radicaliza as propostas de "Tolerância Zero" com a criminalidade, apresentadas incessantemente pela cinematografia estadunidenses de segunda linha. Sem pruridos, extrema insinuações de séries como "Lei & Ordem" sobre a legitimidade da execução e da tortura na obtenção de resultados louváveis: a eliminação do terrorista, a morte do traficante, a prisão do pedófilo.

    Nos anos de chumbo, Fleury e sua escuderia maldita matavam e torturavam nas sombras, para manter através do medo e do terror a disciplina social. Hoje, Nascimento e seus boys fazem igual, tintim por tintim, no cinema e na vida real, sob os aplausos da mídia e de enormes setores da população. Embarcando no bonde do consenso fácil, intelectuais de todos os sabores clamam por medidas excepcionais, repetindo como o sicário da ditadura, debruçado sobre a vítima inerme: – “Guerra é guerra, meu filho”!

    Dentro desta nova forma de controle, a ideologia é...

    O inimigo está em toda parte

    No Brasil se procura aprovar a lei anti-terrorismo que irá demonizar ainda mais quaisquer movimentos e manifestações públicas.

    É a repressão substituindo a política na sua responsabilidade de trazer equilíbrio e organização social. A grande imprensa ao privilegiar a cultura do medo, sempre mergulhando no sensacionalismo quando trata de questões de segurança, desenvolveu e justificou esta cultura. Vinte e quatro horas por dia assistimos reportagens de crimes e violências. Programas como o de Datena fazem sucesso.

    No post:

    https://jornalggn.com.br/comment/120059#comment-120059

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