Sugestão de Gilberto Cruvinel
A Celeste dos Cravos
via Facebook de Fernando Venâncio
Eu não conhecia, ou não recordava, a história. Leio-a no mural de José Ramom Pichel.
« Celeste Caeiro foi a mulher que, no dia 25 de Abril de 1974, distribuiu cravos pelos militares que levavam a cargo um golpe de estado para derrubar o regime ditatorial liderado por Marcelo Caetano, tendo, por este motivo, a revolução ficado conhecida pela Revolução dos Cravos.
De mãe galega, é a mais nova de três irmãos e quase não conheceu o pai, que os abandonou.
Em 1974 Celeste Caeiro tinha 40 anos e vivia num quarto que alugara ao Chiado. Trabalhava num restaurante na Rua Braancamp em Lisboa. O restaurante, inaugurado a 25 de Abril de 1973, fazia um ano de abertura nesse dia, e a gerência planeava oferecer flores para dar às senhoras clientes, e um Porto aos cavalheiros. Nesse dia, todavia, como estava a decorrer o golpe de estado, o restaurante não abriu. O gerente disse ao funcionários para voltarem para casa, e deu-lhes os cravos para levarem consigo, já que não poderiam ser distribuídos pelas clientes. Cada um levou um molhe de cravos vermelhos e brancos que se encontravam no armazém.
Ao regressar a casa, Celeste apanhou o metro para o Rossio e dirigiu-se ao Chiado, onde se deparou imediatamente com os tanques dos revolucionários. Aproximando-se de um dos tanques, perguntou o que se passava, ao que um soldado lhe respondeu “Nós vamos para o Carmo para deter o Marcelo Caetano. Isto é uma revolução!”. O soldado pediu-lhe, ainda, um cigarro, mas Celeste não tinha nenhum. Celeste queria comprar-lhes qualquer coisa para comer, mas as lojas estavam todas fechadas. Assim, deu-lhes as únicas coisas que tinha para lhes dar: os molhos de cravos, dizendo “Se quiser tome, um cravo oferece-se a qualquer pessoa”. O soldado aceitou e pôs a flor no cano da espingarda. Celeste foi dando cravos aos soldados que ia encontrando, desde o Chiado até ao pé da Igreja dos Mártires.
Depois de seu gesto, Celeste foi chamada Celeste dos cravos ».
*
P.S.
Só acrescento que não havia em Portugal cravos vermelhos suficientes para o 1 de Maio de 1974. Vieram em avião fretado das estufas de Alsmeer, Holanda, perto de Amsterdam. Os símbolos precisam, às vezes, de disponibilidade económica.
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Isso sim é revolução.
Não é
Isso sim é revolução.
Não é fazer acordo e se locupletar com "consultorias" e depois ficar de mimimi.
Viva Salgueiro Maia e os Capitães de Abril!