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Ativistas criticam veto aos quadrinhos sobre sexualidade

http://agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=20477

Ativistas criticam Padilha por veto aos quadrinhos sobre sexualidade é comparam medida à censura imposta pela ditadura

16/03/2013 – 20h45

A distribuição de revistas com histórias em quadrinhos que tratavam sobre saúde, sexualidade e combate ao HIV/aids foi proibida pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, segundo destacou a imprensa neste sábado, 16 de março. Essa é a segunda vez que a revista voltada para o público jovem e adolescente não pode ser distribuída nas escolas (saiba mais). 

Para ativistas ouvidos pela Agência de Notícias da Aids, a medida representa “retrocesso”, “desserviço” no combate às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e “fere” o direito à informação. 

Beto Volpe, presidente do Grupo Hipupiara, de São Paulo, foi mais além e afirmou que essa notícia confirma “que nós estamos vivendo novamente a censura e a exclusão de alguns grupos da sociedade”. E completa “é muito estranho que um governo que surgiu das causas populares esteja dando as costas para esse movimento”. 

Para Willian Amaral, do núcleo Rio de Janeiro da Rede Nacional de Pessoas Vivento com HIV/Aids, a postura do governo é “lamentável” e “uma violação do direito à informação, que a sociedade tem”. Ele afirma que esse veto não foi por questões científicas ou técnicas e sim para agradar determinados setores do governo. 

“A gente sabe que a população jovem é muito vulnerável à epidemia de HIV/aids, principalmente o jovem homossexual, e o governo, neste caso, está prestando um desserviço à população”, acrescenta Willian. 

Já Carlos Alberto Duarte, representante do Movimento de Aids no Conselho Nacional de Saúde, afirma que ficou assustado com a liberação dos fascículos nas escolas, e não com a proibição. “A postura do governo não ia mudar em dois anos”, afirma. Ele ainda se refere a atitude de Padilha como “retrógrada” e adiciona que “a aids está sendo considerada apenas como mais uma doença, sem levar em conta a parte social que ela envolve”. 

Carlos ainda acredita que essa postura seja, mais uma vez, eleitoreira, para não comprometer a possível candidatura do ministro Padilha para o governo de São Paulo e uma provável reeleição da presidente Dilma. 

Segundo ele pode-se até fazer um paralelo entre esse caso “com o silencio do governo sobre o a eleição do Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que está gerando manifestações em todo o País. Os acordos eleitorais estão se mostrando muito mais importantes do que o direito a informação”, argumenta. 

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde não foi localizada para comentar o caso neste sábado, 16 de março.

Outro “veto”

No Carnaval do ano passado, Padilha lançou no Rio de Janeiro a campanha nacional de prevenção às DST/aids voltada às festas carnavalescas. Durante o evento, as peças publicitárias da ação foram apresentadas e elogiadas pelos participantes da cerimônia por serem ousadas. No entanto, no dia seguinte, os filmes que seriam veiculados na TV foram tirados do site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, dando origem a várias críticas de ativistas.

A polêmica aumentou porque o vídeo salvo no Youtube (assista aqui) seria transmitido apenas para públicos segmentados, segundo o Ministério da Saúde, e não para a população em geral, como esperam alguns militantes do movimento de aids. 

Instituições, como o Fórum de ONG/Aids do estado de São Paulo, continua cobrando do Governo Federal a exibição da campanha produzida para o Carnaval de 2012.

Jéssie Panegassi

Luis Nassif

Luis Nassif

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