Escócia e Irlanda e o domínio inglês

Por Pedro Germano Leal

Eu moro em Glasgow, maior cidade da Escocia, chamada na Era Vitoriana de ‘a segunda joia do imperio’ (a primeira, claro, era Londres). Glasgow e’ uma cidade que alcancou seu auge na Revolucao Industrial, concentrando a imigracao de Irlandeses, Ingleses, e mesmo de outros paises da commonwealth que ingressaram na industria naval daqui.

Hoje, apesar das inumeras virtudes do lugar, Glasgow – como a Escocia – esta’ abandonada. Tem 1/4 da populacao que tinha na decada de 20 (4 milhoes) e sua industria foi esfacelada pelo liberalismo desenfreado da Inglaterra.

Da Escocia e da Irlanda e’ que partem as buchas de canhao que vao para a linha de frente das batalhas neocolonialistas inglesas. Sao guerras que o povo daqui nao quer, e das quais poderia estar livre, hoje.

A ideia de que Inglaterra e Escocia sao a mesma coisa e’, para dizer o minimo, absolutamente falsa. Sao tao parecidos quanto nos brasileiros somos com os portugueses. O senso de humor, a historia (a propria formacao do povo escoces), a relacao com o mundo, o modo de pensar e reagir, o senso de humor, a comida, a bebida – sao bem diferentes.

Este e’ um pais belissimo, com uma vida selvagem incrivel, que precisa se erguer e caminhar com as proprias pernas, para longe do inexoravel fosso ingles.

Se o SNP vai ser ousado o bastante para transformar esse pais, e’ dificil dizer. Mas a verdade e’ que este povo tem a total autonomia. Como tambem tem os irlandeses.

Os ataques da OTAN a Benghazi, contra o poder central da Libia, apenas corroboram com a luta dos irlandeses do norte, dos bascos, dos catalaes, etc. Eu me pergunto ate’ se, quando um desses povos se insurgir, os EUA aparecerao para lancar bombas contra o chefe do poder central…